1- Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?
Eu sou Vital Barbosa, nasci na cidade de Recife (PE), terra do frevo e maracatu, e fui criado em Olinda (PE). Hoje tenho o prazer de morar em São Luís (MA), cidade dos azulejos, e Patrimônio Cultural da Humanidade.
A minha formação acadêmica é diferente do que exerço nas artes. Na arte, sou autodidata. No futuro próximo, para fortalecer meus conhecimentos, pretendo fazer uma faculdade com foco nas artes, como a Belas Artes (SP) ou Panamericana Escola de Arte e Design (SP).
2- Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?
O meu contato com artes é desde criança. Estudei no Colégio São Bento de Olinda (PE), e posso dizer que foi onde tive o meu primeiro contato. Na escola fiz teatro, pintura e até me arrisquei em participar do Coral de Canto Gregoriano, onde fiz um teste com o Padre Paulo e logo na primeira nota ele me mandou voltar a jogar futebol (rsrsrs). Mas só em 2017, que comecei a mostrar a minha arte para um público maior, através das redes sociais. Foi quando eu fui descoberto por uma artista plástica pernambucana, que gostou dos meus trabalhos e ajudou a divulgá-los até chegar em uma é curadora de artes, em Paris. A partir daí, comecei a desenvolver mais o meu trabalho, e divulgando-os em grupos específicos de artistas visuais. Tornando os meus trabalhos cada vez mais conhecidos e apreciados.
3- Como surgiu ou você descobriu este dom?
Bem, o descoberto ou surgimento deste dom ocorreu de forma natural. Sempre gostei de pintar, e entre um trabalho executivo e outro, utilizava a pintura como hobby. Até que comecei a estudar, pesquisar, desenvolver técnicas, e me aprofundar sobre o assunto, estimulando sempre o meu lado criativo. Costumo dizer que ainda estou descobrindo este dom, por isso, acredito que no futuro realizarei a graduação em artes visuais.
4- Quais são suas principais influências?
As minhas principais influências são a minha família (que diz que desde pequeno “faço arte” (risos)), minha esposa e as manifestações folclóricas, em especial, o frevo, com suas cores, ritmos e movimentos. E no decorrer do meu desenvolvimento, os sentimentos humanos, onde expresso através de traços, cores, sombras e formas, sempre influenciado por Deus.
5- Quais os materiais que você utiliza em suas obras?
Os materiais são diversos, utilizo aquilo que estiver ao meu alcance. Creio que arte, respeitando tudo o que já foi construído e dito na história da arte, inclusive dentro do segmento conservador da arte, é tudo aquilo que consigo transformar e expressar através da criatividade ou inspiração. Atualmente, como um bom estudioso que sou e oportunizando o avanço das tecnologias, sou um entusiasta da pintura digital.
6- Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?
O meu processo criativo está estreitamente ligado ao meu estado de espírito. Por exemplo, se eu estiver em um momento baixo astral tenho uma tendência natural, não sei se acontece com os outros artistas, de pintar cores mais frias e escuras. Quando estou com alto astral, a tendência é para cores alegres, cores quentes. E quando estou reflexivo deixo as cores expressarem os meus sentimentos.
Agora, o que me estimula para trabalhar é a música, e estar dentro de ambiente harmonioso, cercado de coisas que gosto.
7- Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?
O meu momento de reencontro com a arte, efetivamente, começou em 2016. Foi quando eu passei por um período de transição em relação a minha carreira e estava procurando uma forma de me expressar, onde eu pudesse desabafar da melhor forma possível, sem magoar ninguém, por conta das minhas frustações e pensamentos.
Eu vim de família humilde, e mesmo tendo nascido em um berço cultural muito forte, eu tive certos entraves naturais, pois era necessário produzir para ajudar o núcleo familiar. Na época, todo o esforço da família era voltado para a educação a fim de ter um bom emprego. Então, depois que cresci e trabalhei bastante, em 2016, com o apoio da minha esposa, comecei gradativamente a tentar conquistar um sonho que tinha desde criança, que é viver da arte. Com direitos e deveres de adulto, mas fazendo o que me deixa feliz.
8- A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na historia da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?
Tenho alguns artistas que me influenciaram e influenciam que vão desde o cubismo a arte urbana, passando pela arte popular do Brasil. Em destaque, são: Pablo Picasso, Salvador Dali, Bajado (Euclides Francisco Amâncio), Romero Brito, Eduardo Cobra.
9- O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…
Resumindo, Arte é um refrigério da alma humana.
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10- Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção a cerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).
Hoje, trabalho utilizando a técnica conhecida como arte mista. Assim, expresso minhas ideias e criatividade por várias formas, desde que tenha os materiais a mão.
11- Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou, que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?
Como eu falei anteriormente, vim de família de origem simples, onde precisávamos trabalhar para gerar o sustento. E, quando eu casei em 2007, com o apoio da minha esposa, e com muito trabalho e dedicação, fui redirecionando minhas atividades profissionais até conseguir realizar o meu sonho de focar todo o meu potencial para 100% ao universo das artes, que é a área que pretendo me aposentar. Assim, posso dizer que quem me inspirou e incentivou a seguir na carreira artística, foi minha esposa, Cintia Lins Barbosa, que está sempre ao meu lado. Agora, em questões profissionais, costumo prestigiar quatro pessoas que contribuíram para a divulgação do meu trabalho, apresentando-me ao mundo as artes. São elas:
– Michel Angelim – Design responsável pela minha comunicação digital;
– Heloiza Azevedo – Comissária de Arte e Produtora Cultural (Portugal);
– Dulce Serra – Curadora do Espaço Cultural do MPMA;
– Francisco Colombo – Cineasta e Curador do Espaço Cultural do MPMA;
E concluindo, o mentor mais importante, que é Deus. Que é meu apoio Divino, meu alicerce.
12- Você tem outra atividade além da arte? Você ministra aulas, palestras etc.?
Já trabalhei desde lavador de carros até ser sócio de uma loja de automóveis. Trabalhei também como consultor empresarial para empresas de grande, médio e pequeno porte. Depois, desenvolvi atividades dentro do design, com foco no design de produtos e design gráfico, a fim de gradativamente fazer transição total para as artes visuais. Hoje sou dedicado as artes visuais, aproveitando as oportunidades que aparecem, como exposições, abrangência de networking, parceria de negócios, palestras, entrevistas, ou até ministrar minicursos.
13- Suas principais exposições nacionais e internacionais, e suas premiações?
Bem, como já mencionei, eu só comecei a me expor a partir de 2016, com ajuda das redes sociais. Em 2017, recebi o meu primeiro convite para participar de uma exposição, por intermédio da Heloiza Azevedo. A exposição na Galeria Montmartre, em Teresina (PI), da Gina Castelo Branco. Mas, infelizmente no mesmo período da exposição, meu pai faleceu e em função do meu luto não consegui participar desta ação, que seria uma ação festiva, comemorativa, e eu tive que declinar. Mas recebi, de Heloiza, um novo convite para expor. Desta vez, deu tudo certo, sendo realizada em 2019, em Belo Horizonte (MG), na Galeria da Gilda Queiroz. Porém, antes disso fui convidado para expor no Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão, pela Curadora Dulce Serra, sendo bem-sucedida também. Para 2020, já tinha engatilhado para participar de exposições em Portugal, no mês de setembro; na Espanha, em outubro; e na França, em novembro. Porém, por causa da pandemia ficou tudo de stand by, inclusive neste mesmo ano foi acometido pelo covid. Enfim… já passou, mas os cuidados e a prevenção permanecem. Agora, não deixo de participar de exposições virtuais. Estou indo para a minha terceira exposição virtual, sendo a último sido convidado por um artista plástico, poeta, colunista de artes, incentivador da arte e da cultura, chamado, uma pessoa Edmundo Rafael de Araújo Cavalcanti (Edmundo Cavalcanti) especial que tenho carinho e admiração. Apesar de não o conhecer pessoalmente, sinto nele a generosidade em ajudar e promover novos artistas.
Assim, as exposições foram:
1) Traços, Cores e Sombra – Local: Centro Cultural do Ministério Público do Maranhão, São Luís (MA) – abril, 2019. (exposição individual);
2) Arte Tocada e Arte que Toca – Local: Gilda Queiroz Galeria, Belo Horizonte (MG), Brasil – junho 2019. (exposição coletiva);
3) Arte é Vida – Local: Raphael Art Gallery Virtual, Brasil – setembro, 2020. (exposição coletiva);
4) Arte sem Limites – Local: Raphael Art Gallery Virtual, Brasil – dezembro, 2020. (exposição coletiva);
Quanto às premiações, pode-se dizer que foram virtuais, até por conta da pandemia. Em destaque está a capa da POESIA Revista, 6º Edição, Rio de Janeiro (RJ), maio 2020. (www.revistapoesia.com).
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14- Seus planos para o futuro?
Bem, meus planos para o futuro, irei colocá-los parte deles em sonho, pois se não sonhamos, acredito que não realizamos. Então os planos, pós-pandemia, são:
– Fazer uma exposição, em Recife (PE), prestigiando o meu estado natal;
– Realizar as exposições internacionais que ficaram de stand by e novos convites que recebi, como por exemplo, expor em Toronto, Canadá e na cidade do Porto, em Portugal, na galeria de Joaquim Fonseca;
– No futuro (em longo prazo), mudar com a minha família para Minas Gerais, morando próximo a Belo Horizonte, para ficar mais perto de um ambiente cosmopolita e do eixo Rio-São Paulo.
15- Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?
Essa é uma pergunta delicada, mas necessária. Vou pedir licença para dizer uma máxima, que é dos líderes dos líderes, pois não conheço outro maior do que ele, que é Jesus. Jesus disse: “santo de casa não opera milagre”.
Seguindo essa máxima, entendo que os artistas precisam buscar primeiro o reconhecimento internacional para ser valorizado no mercado interno. É como se precisasse de um aval do estrangeiro… Entendo também que vivemos em um país emergente, onde o acesso a arte é limitado para alguns, e estes ainda não possuem maturidade suficiente para trazer os holofotes para o nosso país. Contudo, acredito no futuro da arte brasileira e de seus artistas, afinal sou um deles. É no Brasil que vivo e que pretendo continuar vivendo, tirando o meu sustento e de minha família, através da arte. E como bom brasileiro que sou, não desisto nunca. Somos um povo pacífico, criativo, e abençoado por Deus. Acredito no Brasil, é um país promissor. Sou fã dos artistas brasileiros e em especial os artistas visuais. Recentemente lancei a hashtag #seguimosjuntosnaarte, com o objetivo de prestigiar o trabalho um do outro.
Redes Sociais:
Site: vitalbarbosa.com.br
Facebook: @vitalbarosa
Instagram: @vitalbarbosa.artistavisual
A IMINENTE ABSTRAÇÃO NA PINTURA DE VITAL BARBOSA
As pinturas digitais de Vital Barbosa chamam a atenção não apenas pelas impactantes força e beleza emanadas, mas também por outros dois aspectos que instigam o nosso olhar. O primeiro, concerne à riqueza dos diversos efeitos das pinceladas que, assim como, a textura e a transparência, revelam-se pertencentes tanto ao espírito do artista quanto às variadas técnicas que podem vir a ser utilizadas.
Já o segundo aspecto refere-se ao modo como a abstração conquista um espaço, mesmo em meio à figuração. Geralmente são as pinturas abstratas que conduzem o olhar a buscar ou formar imagens, através de suas manchas cromáticas ou traços soltos e descomprometidos com a forma dos objetos. As pinturas de Vital Barbosa, por sua vez, oferecem o movimento contrário: agora serão as imagens figuradas que levarão o olhar à abstração. Ao abarcar quase todo o espaço do plano, como se fossem imagens “fotografadas” com bastante proximidade da câmera, conferem uma aproximação celular da própria técnica desenvolvida, deixando bastante visíveis seus componentes, que chegam a adotar existência individual.
A pintura “Navegante Negro”, por exemplo, apresenta uma interessante composição de linhas, que paralisa o espectador. Juntamente com as linhas, a névoa que envolve a imagem, conduz o olhar à constante troca entre a figura e seus elementos compositivos, oferecendo, assim, a possibilidade de o espectador desconstruir momentaneamente o objeto.
Nas pinturas com os rostos femininos semicobertos com flores, o olho é convidado a aproximar-se ainda mais, e, a partir daí, revela-se um abstrato cromático, cujas cores e texturas inundam o olhar com intensidade.
Agora, a própria pintura abstrata, oferecida pelo artista, termina por mostrar cada detalhe de uma pintura feita em tela, desde a textura do tecido, os atraentes relevos, até a tinta escorrida. Uma pintura digital que se assemelha em essência à pintura convencional. Desse modo, Vital Barbosa coloca diante de nós um fenômeno encantador: a pintura imitando a própria pintura, e, evidentemente, não sem se apropriar das mesmas percepções inerentes ao pictórico.
Texto: Ana Mondini
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EDMUNDO CAVALCANTI
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