Veruska Bahiense – “Cultivando Vida”

Tony Franco é Administrador de Empresas.
Tony Franco é Administrador de Empresas.
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Veruska, fale-nos um pouco sobre você…

Me chamo Veruska Bahiense, natural de Niterói, RJ.

Trabalho como Ilustradora, Design floral, e Fotógrafa. Estudei Técnico em Decoração de Interiores e acabei de me formar em Bacharel em Artes na UFF.

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A ilustração foi algo que voltei a explorar com muita paixão, amo transformar textos em imagens.

A câmera fotográfica sempre foi uma extensão minha e o Design Floral é quando conecto a decoração com a natureza, a botânica; pois me encanta como as plantas se comunicam, o quanto elas podem transformar o seu entorno e a nós mesmos.

Quando despertou seu desejo de ser uma artista plástica?

Creio que nasci assim… Apesar de por muitos anos, não me considerar artista, mas respirava o ser artístico.

Veruska Bahiense é Artista Plástica.
Veruska Bahiense é Artista Plástica.

Minha mãe sempre me contava uma história:

Quando eu ainda estava em sua barriga, ela me apoiava na prancheta, onde eu mexia muito, e seu colega vendo minha animação comentou: “Será uma desenhista, essa menininha!” E de fato, uma de minhas primeiras expressões foi com o desenho.

Que tipo de arte mais gosta?

Me considero por certo eclética, mas tendo a me envolver com artes visuais. Como o desenho, a pintura (amo aquarela) e a fotografia.

A parte escultural das artes me relacionei com o Design Floral, mas já flertei com a cenografia.

Como desenvolveu seu estilo (técnicas)?

Posso dizer que ainda estou experimentando estilos, mas me sinto aconchegada com a aquarela de café. Me sinto abraçada enquanto pinto e utilizo essa técnica como uma mantinha junto a outras técnicas, como com a aquarela tradicional, com a própria fotografia, etc.

Cite caso tenha tido influências artísticas em suas obras e de quais artistas?

Eu percebo as influências com as obras já prontas, como por exemplo algumas aquarelas parecem possuir algum aroma da Frida Kahlo, ou algumas fotografias como sombras das esculturas de Giovanni Strazza, porém não é nada intencional. Na realidade somos um mix de nossa vivência.

Tem algum familiar ou conhecido que é artista plástico?

Minha mãe Maria, minha primeira influência, é formada em Desenho Industrial; minha tia paterna, Cenira, Artista Plástica; minha avó materna, foi costureira de vestido de noiva, etc. Tive o privilégio de ser cercada por arte, apesar de muitas vezes não ser descrita como tal.

Viver de arte é possível?

Bom, tenho uma visão da arte um pouco amplificada…

Viver de vendas de quadros, como um artista plástico? Sim, é possível, tenho conhecidos que vivem apenas desta forma.

Não é meu caso, pois não consigo viver de apenas uma técnica, pois tenho necessidade de me expressar por diversas formas artísticas.

Mas viver de artes não é algo simples e muito menos imediato como parece para muitos.

É um trajeto de muita entrega, renúncia, até alcançar seus objetivos, que não são só seus, pois não existe artista sem público.

Algum dia já pensou em não atuar mais com arte? pode comentar porquê?

Por diversas vezes.

A dedicação para com a construção de um trabalho artístico pode levar anos, e estou me referindo a uma única obra mesmo… E hoje vivemos na “era do ontem”, do imediatismo, muitas vezes da superficialidade, da praticidade e por aí vai. Isso não é uma crítica, é apenas uma constatação de fatos, a vida está sempre em mudanças, e devemos estar sempre nos adaptando. Porém, a parte contemplativa de uma arte, de sua própria construção, muitas vezes não é valorizada.

E automaticamente, o artista, como “trabalhador” não é valorizado. Existem dois problemas no meu ponto de vista: Os dogmas do circuito de artes, onde você pode deslizar na heresia caso decida produzir para o mercado. E um problema cultural brasileiro, ao meu ver, onde a mão de obra, independente do nicho, não é valorizada.

Os serviços não são valorizados, mas sim o bem, desde que ele tenha um certo status, isso deixa o artista numa linha muito tênue, principalmente, os não tão famosos. É claro, isso não é uma regra.

Quais habilidades são necessárias hoje para o artista plástico?

Empreendedorismo, você precisa saber se vender, além de seus trabalhos. O espaço para um artista que descansa suas obras em uma galeria e só aguarda, é bem diminuto e diluído. E saber buscar o equilíbrio na hora de se adaptar às novidades eternas do universo tecnológico, sem perder sua essência. Sem perder a essência do que é arte.

O que você sente quando cria ou aprecia uma obra de arte?

Recarregada.

Suas inspirações para criar uma obra de arte?

Gosto de produzir vida, então me identifico com obras de mesma mensagem. Não existe um objeto ou ação específica, vivo da observação de diversos meios que me circundam.

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Qual arte mais impressionou você até agora?

Aquela que acabei de fazer… Rsrrs.

90 % das vezes é um parto até a produção, mas após a conclusão, eu a olho e digo: Nossa, encantada em lhe conhecer.

Você tem de estar sempre criando ou cria apenas em certos momentos?

Estou sempre criando, mas não necessariamente uma pintura, como descrito acima, mas também estou sempre estudando ou pesquisando algo, faz parte de minha necessidade criativa.

O produto de uma obra sua é único ou tem alguma relação próxima ou distante de sua obra anterior?

Eu acredito que trabalho por ciclos. Então, dentro destes ciclos elas conversam.

Quais os desafios da arte/artista no cenário atual?

O resgate da beleza, não a superficial, mas a complexidade deste conceito. Assunto polêmico este, principalmente no mundo acadêmico, não necessariamente no mercado de arte.

Considero este tema um desafio para o artista dos dias atuais, influenciado pelo conceitual, onde busca navegar na originalidade, independência da técnica e com a fala política. A questão da valorização ou não da técnica, talvez seja a parte mais delicada, pois em minha opinião, não a enxergo como vilã, e sim como um ótimo suporte, apesar de alguns a visualizar como castradora.

Tantas coisas podem lhe trancar dentro de caixas, coisas que você pode considerar sinônimo de liberdade, mas na verdade está te aprisionando, te moldando a um pensamento hegemônico. Então, equilíbrio é a resposta.

As redes sociais têm lhe ajudado na divulgação de seu trabalho?

Sim, ferramenta de grande importância, com sua acessibilidade, com as amostras virtuais, revistas e tantos outros meios onde muitos podem se conectar mesmo tão distantes.

E não apenas divulgar meu trabalho, mas me estimular a romper muitas coisas.

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Mas uma vez pontuo, equilíbrio é a resposta.

Como as artes plásticas podem contribuir para a educação e cultura?

Trazendo conhecimentos, vivências e relações de forma criativa.

Como analisa as qualidades de uma obra de arte?

Além das questões técnicas da materialidade, amo conhecer o processo da construção da obra, dos sentimentos do artista, o que me traz um novo olhar sobre qualquer trabalho.

Quais os critérios para estipular o valor de uma obra de arte?

Mais uma vez, as questões técnicas da materialidade e construção da obra, estipular esse valor de forma prática, muitos artistas possuem dificuldades de trazer esse olhar prático, porém existe também o valor simbólico, o que aquele trabalho representa para o artista e transformar isso em valor concreto, avaliando de acordo com o meio em que a obra será inserida.

Fale sobre seus projetos atualmente…

Dia 11.03.2022 ministrei uma Oficina de Aquarela com café para alunos diversos na Sala de Cultura Leila Diniz.

Estou em cartaz na Sala de Cultura Leila Diniz no espaço da Imprensa Oficial do RJ, com um projeto que se chama, Cultive as flores de sua Dor, onde em diálogo com pacientes de dores crônicas foram colaboradores como modelos fotográficos e inspirações para as aquarelas com café. Neste trabalho busquei um olhar que buscasse a beleza diante da dor, foi uma longa trajetória em busca de imagens que pudessem representar a resiliência de cada indivíduo da dor. A DOR CRÔNICA foi a semente deste trabalho desafiador, dividido em duas séries: Sombras da Dor (fotografias bordadas) e Desert bloom (sketches e pinturas com café).

Estarei participando de uma exposição coletiva com fotografias impressas em tecidos no Centro de Artes-UFF, a princípio no início de abril.

Estou participando de um projeto com a Embaixada de Guiné Bissau em parceria com o Instituto Moreira Salles e o Universo de las Artes, com a querida Buana Lima, com ilustrações sobre as crônicas do escritor brasileiro Paulo Mendes Campos, onde utilizei técnica mista: Aquarela colorida junto com Aquarela de café.

Dois livros infantis devem ser liberados até a metade deste ano em parceria com uma psicopedagoga sobre algumas características trabalhadas em sua clínica com crianças especiais, como Déficit de atenção, Dislexia, etc. Ilustrações feitas com Aquarela.

Qual o seu conselho para os que estão começando agora?

Se cercar de pessoas, boas pessoas, do meio artístico, tanto artistas como os suportes dos mesmos. Produzir aquilo que lhe representa, porém sempre buscando se desafiar.

Não existe receita mágica, resiliência, muita resiliência.

Se desejar deixe uma mensagem…

Antes de ser um artista, você precisa se conhecer, não precisa se graduar em si mesmo antes de tudo, mas firmar seus alicerces e paralelamente se construindo como artista, lembrando de sempre seguir em frente por maior que seja o vale ou pôr mais alto que seja o monte.

Sobre suas exposições, tem algum comentário a respeito, sentimentos…

Gratidão.

Poderia comentar alguma curiosidade artística?

Não sei se seria uma curiosidade, porém a pintura pode lhe conectar de forma absurdamente profunda com o seu eu mais latente. Em minha opinião todos deveriam se presentear com esses momentos e você não precisa ser um artista formado para tal, apenas se permitir.

Como definiria sua arte em uma linha?

Cultivando Vida.

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* Agradecimentos a Buana Lima, assessora da artista plástica, por todas as informações pertinentes a entrevista.

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