Exposição encerra temporada no Museu, dia 18 de setembro, domingo
Quem ainda não teve a oportunidade de visitar “Da natureza das coisas – Pablo Lobato”, no Museu de Arte do Rio – MAR, ainda tem a chance de conhecer a primeira exposição individual do mineiro Pablo Lobato na cidade, até o dia 18 de setembro, domingo. Com cerca de 50 obras, a mostra convida o público a uma reflexão sobre a constituição das coisas e das imagens, atentando para as singularidades de suas “naturezas”. São vídeos, fotografias, instalações, objetos e uma publicação que traduzem o desejo do artista em lidar com a imanência e a experiência das coisas em estados de menor intervenção e manipulação pelo outro, lançando um olhar que desconstrói fluxos, dinâmicas e situações do cotidiano às quais estamos acostumados. As obras propõem cortes – físicos, simbólicos, políticos e espaço-temporais que buscam “liberar sentidos”.
Para tanto, o artista problematiza as ideias de temas, narrativas ou vocações de totalidade. Pablo Lobato explora a linguagem do cinema sem ter a ambição de contar histórias. Portanto, a intenção é aproximar o visitante de experiências que o levem a outras formas de perceber. Em uma das obras, a instalação Expiração, o artista cria uma espécie de máquina para expirar (desarquivar e excluir) imagens. Sabendo que as cenas deixarão de existir ao fim da exibição, o espectador tem sua capacidade de percepção aguçada e, com isso, se lança com maior radicalidade à experiência da imanência – até que reste apenas um único frame branco e a reflexão sobre o lugar da imagem no mundo.
Expandindo esse campo de investigação, Pablo apresenta RUA, pesquisa com fotografias que documentam pequenos arranjos criados organicamente nos interstícios dos dias das cidades, sem qualquer tipo de intervenção, como galhos que se amontoam após a chuva para criar instalações naturais ou ruinas que são resultado do tempo. Ao se apropriar dessas situações pré-existentes ao invés de optar por gestos definidores – e, por vezes, autoritários perante as especificidades da matéria –, o conjunto de imagens que compõe RUA questiona o papel do artista e do olhar, convidando o público a embarcar nessa reflexão por meio da publicação homônima ao projeto, bem como através de uma série de objetos que dele derivaram. Objetos que, com base em cortes e aproximações, apresentam uma nova perspectiva que vai além do interior das coisas: elas tensionam e rearranjam os gestos de ordenamento do mundo.
Por fim, Pablo Lobato se apropria do conceito de inframince, criado por Marcel Duchamp, para forçar o visitante a não só lidar com as faces que se apresentam horizontalmente como com a lateralidade das coisas, por menor que sejam – como a de uma folha de papel, por exemplo. Para isso, na série Frontlight, o artista fotografa outdoors por esse ângulo, transformando grandes estruturas em simples feixes de luz.
Com curadoria assinada por Clarissa Diniz, Da natureza das coisas – Pablo Lobato dá continuidade ao programa expositivo do MAR dedicado a artistas cuja obra é pouco vista no eixo Rio-São Paulo, advindos de contextos de pouca institucionalização e mercado, onde, portanto, a produção artística se dá como um corte na lógica social. Para marcar a abertura, Pablo Lobato e a curadora participam de uma Conversa de Galeria no dia 26 de abril, terça-feira, às 11h. A mostra fica em cartaz até 18 de setembro no andar térreo do Pavilhão de Exposições.
O Museu de Arte do Rio – MAR
O MAR é um espaço dedicado à arte e à cultura visual. Ocupa dois prédios na praça Mauá: um de estilo eclético, que abriga o Pavilhão de Exposições; outro em estilo modernista, onde funciona a Escola do Olhar. O projeto arquitetônico une as duas construções com uma cobertura fluida de concreto, que remete a uma onda – marca registrada do museu –, e uma rampa, por onde os visitantes chegam aos espaços expositivos.
Uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o MAR tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais. Espaço proativo de apoio à educação e à cultura, o museu já nasceu com uma escola – a Escola do Olhar –, cuja proposta museológica é inovadora: propiciar o desenvolvimento de um programa educativo de referência para ações no Brasil e no exterior, conjugando arte e educação a partir do programa curatorial que norteia a instituição.
O MAR é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social da Cultura, selecionada pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro por edital público. O museu tem o Grupo Globo como mantenedor, o BNDES como apoiador de exposições, o Itaú como copatrocinador de Leopoldina, princesa da Independência, das artes e das ciências, e o J.P. Morgan como apoiador de Linguagens do corpo carioca [a vertigem do Rio]. A Escola do Olhar tem o Sistema Fecomercio RJ, por meio do Sesc, como parceiro institucional. Conta ainda com o apoio do Banco Votorantim e do Grupo Libra como apoiador das visitas educativas, e a Accenture e a Nova Rio como apoiadoras do MAR na Academia via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O projeto MAR de Música recebe apoio da TIM via Lei Estadual de Incentivo à Cultura e a Souza Cruz é copatrocinadora do Domingo no MAR. Conta ainda com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, e realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
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Serviço
Ingresso: R$ 10 I R$ 5 (meia-entrada) – pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas particulares, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. O MAR faz parte do Programa Carioca Paga Meia, que oferece meia-entrada aos cariocas e aos moradores da cidade do Rio de Janeiro em todas as instituições culturais vinculadas à Prefeitura. Apresente um documento comprobatório (identidade, comprovante de residência, contas de água, luz, telefone pagas com, no máximo, três meses de emissão) e retire o seu ingresso na bilheteria. Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).
Bilhete Único: R$ 16 – R$ 8 (meia-entrada) cariocas e residentes no Rio de Janeiro, mediante apresentação de documentação ou comprovante de residência comprobatórios. Serão considerados documentos comprobatórios aqueles que contenham o local de nascimento, tais como RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc. Serão considerados comprovantes de residência os títulos de cobrança com no máximo 3 (três) meses de emissão, como serviços de água, luz, telefone fixo ou gás natural, devidamente acompanhado de documento oficial de identificação com foto (RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.) do usuário.
Política de gratuidade: Não pagam entrada – mediante a apresentação de documentação comprobatória – alunos da rede pública (ensinos fundamental e médio), crianças com até cinco anos ou pessoas a partir de 60, professores da rede pública, funcionários de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa, Vizinhos do MAR e guias de turismo. Às terças-feiras a entrada é gratuita para o público geral. Aos domingos a entrada é gratuita para portadores do Passaporte de Museus Cariocas que ainda não tiverem o carimbo do MAR. No último domingo do mês o museu tem entrada grátis para todos por meio do projeto Domingo no MAR.
Terça a domingo, das 10h às 17h. Às segundas o museu fecha ao público. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (55 21) 3031-2741 ou acesse o site www.museudeartedorio.org.br.
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro.