SP-Arte | Casa do Povo lança série de obras em colab inédita de Daniel Lie e Regina DabDab

CASA DO POVO LANÇA SÉRIE COMUM PRESENÇA NA SP-ARTE

Os artistas Daniel Lie e Regina Dabdab assinam as 30 obras da série em uma colab inédita. Valores arrecadados com a venda serão revertidos para a reforma do prédio do Espaço Cultural localizado no Bom Retiro

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Em exclusividade para a SP-Arte, que acontece de 6 a 10 de abril no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, a Casa do Povo lança uma colab inédita entre os artistas de renome internacional Daniel Lie e Regina Dabdab. Com 30 obras, a série “Comum Presença” vem retomar o esforço de arrecadação para reformar o prédio do espaço cultural, prestes a completar 70 anos, e assim potencializar suas atividades e seguir formando comunidades.

Qual é o elemento mínimo necessário para evocar o todo? De que matéria as histórias são feitas? Onde moram as lembranças? Daniel Lie já trabalhou na Casa do Povo, teve ateliê na instituição, e criou obras site-specific que investigavam a relação entre as histórias do espaço e seus habitantes – humanos e além-de-humanos. Depois de alguns anos morando fora do Brasil, veio visitar a Casa novamente, e, caminhando pelos andares, foi ao encontro dos fragmentos que pudessem encapsular as suas memórias afetivas deste território.

São esses elementos dispersos, carregados de subjetividade, que aterrissaram na mesa de Regina Dabdab que, por sua vez, os combinou com outros elementos – cristais, madeiras, pérolas e corais. A partir da escuta de cada fragmento, característica da sua prática, testando encaixes, atrações, aversões e afinidades, a artista foi criando novos agenciamentos e, assim, novos objetos.

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“Foi emocionante receber as memórias e afetos que Daniel Lie encontrou na Casa do Povo, poder repensá-las e recombiná-las, criando objetos encantados para um outro tempo, com novos significantes e significados”, conta Regina.

Um amuleto. Porque sorte é preciso

Entre a joia e a escultura, estes objetos não definidos seguem em deslocamento. Ao serem adquiridos na SP-Arte, passam a circular para outros lugares e com outros corpos, ao mesmo tempo em que vão gerando recursos financeiros que serão integralmente aplicados para um fundo de obra cujo objetivo é justamente cuidar da Casa do Povo. “Este encontro é muito especial porque é uma parceria em prol de uma terceira coisa. É uma tríplice: Eu, Regina e a Casa do Povo”, comenta Daniel Lie.

Para Benjamin Seroussi, diretor executivo da Casa do Povo, a força de um amuleto vem dos elementos que junta e carrega. “A série Comum Presença, nome de um livro de poemas de René Char, é uma forma de falar de presenças, de estar juntes, do comum. O projeto é fruto da colaboração da Regina e Daniel e, de maneira muito concreta, faz um pedaço de mundo girar: da Casa do Povo para a Casa do Povo. É esta roda que os amuletos incorporam que lhes conferem potência singular – habitados por tempos diversos, afetos alheios, histórias passadas e futuros sonhados coletivamente”, explica ele.

Para a participação na SP-Arte a Casa do Povo conta com o valioso suporte de parceiros institucionais, como a Casa Téo, que emprestou seus móveis e objetos na montagem de um stand que remete a um gabinete de curiosidades e a Casa Triângulo, galeria que representa o trabalho de Daniel Lie, e deu suporte institucional e de divulgação para a expansão desta ação para o seu público.

Sobre Daniel Lie

Artista indonésiane-pernambucane, transgênere, nasceu em São Paulo e atualmente vive um processo nômade. Em seu trabalho, o tempo é o pilar central de reflexão. Desde a memória mais antiga e afetiva – trazendo histórias familiares e pessoais – até o tempo das coisas no mundo; o período de uma vida, e a duração dos estados dos elementos. Por meio de instalações, objetos e hibridização de linguagens de arte, utiliza as coisas como elas são e baseia o trabalho em conceitos relacionados à arte da performance – uma arte baseada no tempo, efemeridade e presença. Para evidenciar essas três instâncias, elementos que possuem o tempo contido em si são utilizados como a matéria em decomposição, crescimento de plantas, fungos e o corpo. Em sua pesquisa, o olhar é voltado para tensões e tentativas de quebrar binaridades entre ciência e religião, ancestralidade e presente, morte e vida.

Sobre Regina Dab Dab

Artista brasileira, nascida em São Paulo, Brasil. Formada em design de moda pela FASM e com especialização em acessórios em Milão e em joalheira no Studio Berçot em Paris onde viveu por 13 anos. As influências de Dabdab são a flora e a fauna amazônica, a arquitetura concreta de São Paulo e também a estética dos Museus de História Natural. Tomando as formas orgânicas da natureza como sua principal inspiração, combina e harmoniza suas obras sofisticadas entre minerais semipreciosos, madeira do mar da Córsega, ossos, corais, sementes e esculturas em bronze. Expôs peças no percurso de Jóias Contemporâneas, Parcours Bijoux em Paris entre 2014 e 2016. Atuou na cenografia e direção de arte para o Salon Première Classe em Paris, Jardim de Tuilleries em 2015 e 2016. Fez colaborações para marcas de moda no Brasil como Alexandre Herchcovitch, Maria Bonita, Ellus, Fit, Reinaldo Lourenço e Forum. Suas obras estão presentes em lojas e galerias de jóias em cidades como Paris, Milão, Tóquio, Nova Iorque, Los Angeles, Londres, Athenas, Bruxelas, Antuérpia e Berlim.

Sobre a Casa do Povo

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Centro cultural que revisita e reinventa as noções de cultura, comunidade e memória. Fundada a partir de uma associação cultural sem fins lucrativos logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, a Casa do Povo foi erguida pelo esforço coletivo de uma parcela da comunidade judaica então chamada de “progressista”, originária da Europa Oriental, politicamente engajada e instalada majoritariamente no bairro do Bom Retiro. Habitada por uma dezena de grupos, movimentos e coletivos, alguns há décadas e outros mais recentes, a Casa do Povo atua no campo expandido da cultura. Sua programação transdisciplinar, processual e engajada entende a arte como ferramenta crítica dentro de um processo de transformação social. Sem grade fixa de programação e com horários flexíveis, a Casa do Povo se adapta às necessidades de cada projeto, de forma a atender tanto associações do bairro quanto propostas artísticas fora dos padrões. Seus eixos de trabalho (memória, práticas coletivas e engajadas, diálogo e envolvimento com o seu entorno) são pensados a partir do contexto contemporâneo em relação direta com suas premissas históricas, judaicas e humanistas. Nessa empreitada, o público não é alvo, mas participante ativo que, além de visitar, também propõe atividades fazendo do espaço um local de encontro, de formação e de experimentação: um monumento vivo, um lugar onde lembrar é agir.

COMUM PRESENÇA

Daniel Lie e Regina Dab Dab

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Objetos coletados e materiais naturais

Dimensões variáveis

Casa do Povo, 2022

Valores: De R$ 3.000,00 a R$ 7.000 reais.

Parceiros institucionais: Casa Téo e Casa Triângulo

SP-ARTE – De 6 a 10 de abril, quarta-feira a sábado, das 14h às 20h e domingo, das 12 às 20h, no Pavilhão da Bienal – Parque do Ibirapuera (portão 3).

Casa do Povo

Rua Três Rios, 252 – Bom Retiro – São Paulo

(11) 3227-4015 | casadopovo.org.br

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