Semana da Arquitetura – Palestra com Santiago Ribeiro na UNIP Sorocaba por Rosângela Vig

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Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.

Não faça de ti um sonho a realizar vai sem caminho marcado. Tu és o dono de todos os caminhos.
(MEIRELES, 1995, cântico XXIII)

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Talvez seja essa a mensagem que um artista pode deixar, o fazer descomprometido, sem utopias, com a única finalidade de encantar. E é isso que se percebe na trajetória de Santiago Ribeiro, artista plástico. De suas maquetes, as impressões são aquelas do encantamento, por tamanha perfeição e por tanta vida. A quem vê, fica aquela sensação de ficar olhando um pouquinho mais e de que, de repente de dentro de uma casinha, um morador alegre abra a porta ou a janela e acene a mão, num cumprimento cordial. Tal é a proximidade com a vida real, em detalhes, na obra de Santiago. Em cada trabalho, uma minúcia que, ao artista não escapou.

Na Favela das Pacificações, há postes e fios, roupas penduradas nas janelas, no varal, uma panelinha no fogão, cadeiras e mesinhas dentro das casas, parecem ter sido deixadas por um morador que saiu e que volta logo, logo. Em Santorini, parece que até se pode sentir o calor do sol repousando sobre as casinhas muito brancas incrustradas sobre as pedras, banhadas pelo lindo mar da Grécia. Em cada casinha, há mais detalhes, primaveras, que se fecham em arcos, contrastam com o azul das molduras de janelas e de portas, que parecem que irão se abrir a qualquer instante. Há pisos, bancos e algumas casas escondem uma cortina leve sob o vidro, outras, com portas entreabertas, levam um sinal de vida ao conjunto. À noite, a vida se intensifica na Santorini de Santiago, que fica toda iluminada. E ainda há castelos, igrejas e as colagens que emergem de sua criatividade aguçada. Cada obra personifica uma diferente realidade, com a marca registrada do artista.

O que chama a atenção não é só a beleza das obras, por sua aproximação com a realidade, mas toda poesia que vem da harmonia de formas e de cores, em toda sua riqueza de detalhes. A Favela das Pacificações, um dos trabalhos de Santiago Ribeiro, é destaque na 2ª. fase da Trienal do SESC, em Sorocaba e atraiu a atenção da professora de História da Arte e dos alunos do curso de Arquitetura da Universidade Paulista. O artista foi então, convidado para um bate papo informal, a respeito de seu trabalho. Sua simplicidade na fala e a disposição em compartilhar informações traduziu o que pensa sobre a Arte, e que fica estampado em sua obra.

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Uma Rua em Paraty 2

Estimulado por uma professora, ainda no colégio, Santiago já dava indícios de que iria trilhar os caminhos da Arte. E, de forma bem humorada, contou como passou por outras profissões. O destino devia estar traçado para ele. De maneira desprendida, o artista ainda comentou sobre o modo de fazer suas maquetes, sobre o uso de materiais e sobre ser um artista plástico. Ficou muito claro seu perfeccionismo com relação ao que faz. O que torna sua obra diferenciada é a relação e coerência entre as cores e as formas. Sua Arte é fruto de um trabalho minucioso de pesquisa que o artista faz sobre o tema que irá tratar em sua maquete. No caso da favela, Santiago chegou a visitar o local, a passear pelos becos e a conversar com os moradores. Atentos, os futuros arquitetos ouviram informações e orientações a respeito dessa Arte, que também é uma das disciplinas dos cursos de Arquitetura e de Design de Interiores.

Meu Pé de Laranja Lima 2

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O artista compartilhou informações sobre a Arte em maquetes, numa agradável conversa que terminou com fotografias com os alunos. De sua fala, fica aquela certeza de que a verdadeira Arte tem espírito. Não repousa nos pormenores, a impressão que promove a obra bela, mas é preciso que o artista mergulhe no universo de sua Arte e que ela transcenda por suas mãos, de forma descomprometida, num fazer por fazer, livre. É preciso que a seu autor, ela fale, que as cores e as formas conversem entre si e que transmitam isso a quem a vê. Ao espectador, só cabe se encantar.

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Obras de Arte do Artista Plástico:

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Referências:

MEIRELES, Cecília. Cânticos. São Paulo: Ed.Moderna, 1995.

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