Rosa Martinelli, artista plástica de Espírito Santo do Pinhal – SP, estuda e pratica constantemente através das técnicas de desenho a lápis e pastel, pintura a óleo, acrílica e aquarela, inspirando-se nas obras de grandes artistas do passado e de artistas contemporâneos como Richard Schmid, Dan McCaw, John Howard Sanden e outros.
Já lecionou sobre Desenho Artístico e Pintura Artística, e agora prepara-se para seu mais novo projeto, um curso online sobre a técnica da Monotipia que pode ser classificada como Arte e Artesanato, permitindo uma grande variedade de aplicações, onde qualquer principiante pode alcançar resultados surpreendentes.
O leitor poderá visualizar esses belos trabalhos, cuja técnica é inédita em língua portuguesa, no perfil da artista no Instagram.
Vamos agora conversar com a Rosa, fale-nos um pouco sobre você…
Nasci em Ipaussu, SP, divisa com Paraná, e aos 6 anos de idade, minha família se mudou para Espírito Santo do Pinhal, SP, na divisa com Minas Gerais, onde cresci e moro até hoje. Sou Ipaussuense de nascimento e Pinhalense de coração! Cursei Letras na Puccamp e me aposentei como professora de Língua Portuguesa pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. A partir daí comecei a dar aulas de Desenho Artístico e Pintura. Sou membro do grupo Urban Sketchers da cidade, que faz parte do Urban Sketchers do Brasil e, uma vez por mês (até começar a pandemia), nosso grupo ia à rua para desenhar um casarão centenário, uma igreja ou praça local. É o meu hobbie, que une uma atividade de que eu gosto, desenhar, e cria laços de amizade.
Quando despertou seu desejo de ser uma artista plástica?
Aprendi a gostar de desenho, pintura, modelagem em argila e escultura na infância, vendo meu pai que, nas horas vagas, exercia suas habilidades artísticas como lazer. Aos 15 anos pintei meu primeiro retrato: uma menina segurando uma boneca, que ficou um empasto, no mau sentido, mas minha mãe a colocou na parede! Fiz também algumas peças em argila, sob orientação do meu pai. Não tinha pretensão de ser artista plástica nessa época, queria ser professora, já tinha consciência de que era preciso ter uma profissão para me manter. Fiz aulas de pintura com uma artista local, Tatinha, até ir para a Faculdade em Campinas. Mas nunca deixei de desenhar e me interessar por tudo que se referisse às Artes Plásticas.
Que tipo de arte mais gosta?
Gosto de todas as ARTES! Música, Dança, Teatro, Literatura, Cinema, Escultura… Minha frustração é não ter me dedicado à escultura e modelagem em argila, por falta de tempo e de espaço! E na Pintura estou sempre procurando por técnicas novas.
Como desenvolveu seu estilo (técnicas)?
Minha formação começou pelo aprendizado da técnica a óleo no estilo acadêmico e pelo Desenho artístico. Depois aprendi a usar pastel, aquarela e acrílico, através de livros e revistas de Arte. Aos 15 anos, ganhei a coleção Curso dos Famosos Artistas, da Escola Panamericana de Arte, depois a Coleção Curso de Desenho E Pintura. Fui formando uma Biblioteca de obras didáticas e de revistas sobre Arte, como a Coleção Gênios da Pintura, as publicações de Walter Foster, O Grande Livro da Aquarela, de Philip Hallawell, livros de técnicas de Desenho, como Desenhando com o Lado Direito do Cérebro, da Professora Dra. Beth Edwards, livros sobre escultura e modelagem, etc.. E de Pintura, também, especialmente de Retratos, que foi uma das minhas paixões, de artistas como John Howard Sanden (Portraits From Life), Oil Painting Portraits, da Royal Academy of Arts, e outros. Eu lia e relia avidamente cada um, fazia exercícios, praticava. Pintei mais de 30 retratos! Continuo lendo e aprendendo novas técnicas de Pintura.
Cite caso tenha tido influências artísticas em suas obras e de quais artistas?
Tudo o que vemos e nos agrada, em matéria de Arte, acaba nos influenciando mesmo inconscientemente. Com certeza, as obras de Joaquin Sorolla, pintor espanhol (1863-1923) contribuíram para a minha formação porque sempre me fascinaram pelo uso da luz, da cor, pelo movimento e até pela temática figurativa. E outros, contemporâneos, como Dan McCaw, Richard Schmid, etc…
Viver de arte é possível?
Sim, depois que o artista tiver chegado ao reconhecimento! Até lá, independentemente do talento, do esforço, da dedicação, o artista precisa de patrocínio e de muito marketing para mostrar a sua obra. A maioria dos artistas têm uma profissão paralelamente ao ofício de artista, muitos dão aulas, fazem workshops, dão palestras, etc..
Quais habilidades são necessárias hoje para o artista plástico?
Acredito que, além das habilidades manuais e visuais inerentes às artes Plásticas, hoje um artista plástico deve ter a habilidade de se adaptar às mudanças, de aprender sempre, de se comunicar pelas redes sociais, e de valorizar seu trabalho numa negociação.
Suas inspirações para criar uma obra de arte?
A vida, a natureza, as pessoas a minha volta, os acontecimentos…
Você tem de estar sempre criando ou cria apenas em certos momentos?
Gostaria muito de criar o tempo todo! O trabalho artístico, como já foi dito, resulta de “1% de inspiração e 99% de transpiração.” A inspiração pode vir a qualquer momento em qualquer lugar. E a prática constante ajuda muito a inspiração. Parafraseando o grande pintor Francisco Rebolo (1902-1980), eu diria: “O dia em que eu não pinto (ou desenho) é um dia perdido para mim.”
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Quais os desafios da arte/artista no cenário atual?
Creio que os desafios são os mesmos de sempre. O artista produz e precisa vender sua produção. Ele precisa de um intermediário que cuide da comercialização das obras para que ele tenha tempo e recursos para criar outras obras, precisa de um espaço onde mostrar as obras, enfim, precisa ser visto, conhecido. Tudo isso implica em investimentos de ordem financeira. O sucesso depende mais desses recursos do que de talento e dedicação.
As redes sociais têm lhe ajudado na divulgação de seu trabalho?
Sim. Com a crise mundial provocada pelo vírus, neste ano, impedindo exposições presenciais, as redes sociais são o maior veículo para divulgação de Arte. Eu participo de grupos de artistas no Facebook, no WhatsApp onde trocamos experiências, uso o Instagram para expor meus trabalhos e pretendo usar o Youtube para ensinar o que aprendi.
Como as artes plásticas podem contribuir para a educação e cultura?
É sabido que a Arte favorece o desenvolvimento integral do indivíduo. Crianças e jovens, precisam ter contato com as artes plásticas, ver e produzir Arte, para desenvolver a imaginação, a criatividade, a comunicação e as habilidades necessárias a própria sobrevivência. A Cultura, que é a soma dos conhecimentos, das habilidades e crenças de um grupo humano, será beneficiada com os resultados da Educação.
Como analisa as qualidades de uma obra de arte?
Tenho um critério muito subjetivo! Uma obra de Arte pode me conquistar no primeiro olhar por inúmeras razões: o tema, a composição, a luz e a sombra, a cor, etc., seja uma obra abstrata ou figurativa. Mas sempre há algo mais que o artista deixa nas “entrelinhas” e não consigo traduzir com palavras, acho que é uma espécie de empatia. A Arte tem de tocar o espectador emocionalmente.
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Quais os critérios para estipular o valor de uma obra de arte?
Não há critérios oficiais para isso! O valor é meramente subjetivo! Alguns artistas estipulam o valor de uma obra com base no médium usado, no material gasto, no tempo de produção, no tamanho da obra, na moldura usada e/ou tudo isso junto. É complicado!
Fale sobre seus projetos atualmente? em especial sobre o curso da monotipia.
Estou organizando e gravando aulas para o curso Monotipia: Impressão Sem Impressora. A monotipia é uma técnica de impressão muito simples, em que se consegue a reprodução de um desenho numa prova única, daí o nome “monotipia”, um processo híbrido entre a pintura, o desenho e a gravura. A primeira Monotipia foi criada no Século 17 pelo italiano Giovanni Benedetto Castiglione. Artistas famosos como Degas, Picasso, Paul Klee, Henri Matisse, Clóvis Graciano, etc., fizeram muitas monotipias.
Nesse curso apresento uma técnica de Monotipia muito divertida, fácil e de custo acessível que permite a criação de trabalhos artísticos com materiais feitos em casa pelo próprio aluno-participante. Não é necessário nenhum pré-requisito, nem sequer saber desenhar, qualquer pessoa pode aprender e vai, como certeza, se apaixonar!
Sobre suas exposições, tem algum comentário a respeito, sentimentos…
Participei de várias exposições coletivas na cidade e região e fiz três exposições individuais: uma só de Retratos, em 2008, na Associação Comercial de E. S. do Pinhal, uma em Serra Negra, em 2009, no hotel da AFEPESP, e a terceira, em 2016, na Galeria da Villa do Poeta, um hotel aconchegante da cidade que alia Cultura, Arte e hospedagem promovendo os trabalhos de artesãos, escritores, artistas locais e da região com muito carinho. Considero as exposições coletivas uma festa descontraída entre colegas de profissão, mas as individuais criam uma expectativa que estressa.
Qual o seu conselho para os que estão começando agora?
Estudar bastante, pesquisar, ver exposições de artistas nacionais e internacionais, procurar e aproveitar as oportunidades de mostrar os trabalhos e praticar muito! Não desanimar nunca!
Poderia comentar alguma curiosidade artística.
A artista plástica Carmen Herrera, completou 105 anos em maio deste ano, nasceu em Havana e vive em Nova York desde meados da década de 1950. É uma pintora abstrata. Vendeu sua primeira obra em 2004! Seus trabalhos trouxeram-lhe o reconhecimento internacional quando já tinha 100 anos! É um grande exemplo de perseverança para todos os artistas, não é?!
Como definiria sua arte em uma linha?
A Arte é meu prumo, meu equilíbrio!
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