Pinceladas do Dia-a-Dia 2 por Angela Scorza
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Essas pinceladas chegam a parecer estórias de pescador, mas são bem reais. – Angela S.
Aqui bem próximo há um terreno que hoje pertence à FIAT e antes havia uma simpática moradia, daquelas que artistas gostam, janelinhas de madeira mal pintadas, paredes de um branco indefinido, bem descascadas, tijolos à mostra, e na frente um jardim mais feito ao acaso do que pelos cuidados humanos.
Nesse lugar reinava um pedaço de um tronco, meio apodrecido, cheio de fungos, e só de olhar já se sacava o material de pintura, lugar com a decadência que a pintura gosta, multicolorido pelo tempo.
Creio que uma das funções do artista é a de preservar a seu modo, pela música, literatura ou desenhos, aquilo que o tempo e a memória não reterão, assim, meu pai e eu pedimos licença à dona da casa e ficamos por 2 dias retratando nos pincéis o que a natureza moldou.
E o jardimzinho bucólico e sem trato tinha sobre ele a sombra de uma imensa mangueira, e fui fiel ao que ví.
Numa Exposição no antigo Hotel Nacional, as pessoas vinham me dizer:
— Gostei de todos, mas a “casa do laguinho é LINDA”!
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Casa do laguinho? … eu nem havia pintado nada assim… e outro veio elogiar, e outro, e um americano, e um espanhol, e eu corrigia, NÃO, NÃO, é um jardim, um JARDIM!
— Mas Angela tem tons de azul naquele capim! É um laguinho!
E assim a Casa com Mangueira foi vendida para um “gringo” como “A Casa do Lago”!
QUADROS SÃO COMO FILHOS, TEM-SE DE DEIXAR NASCER E CRESCER UM POUCO PARA DAR O NOME CONFORME A CARINHA!
Angela Scorza
A Casa do Laguinho, é isso mesmo?
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