Pequena África, símbolo da resistência da cultura negra no Rio de Janeiro, é o destino do próximo Rolé Carioca na Rede

No dia 8 de novembro, domingo, a partir das 10h, o Projeto Rolé Carioca vai mergulhar no legado cultural e histórico da presença africana no Rio de Janeiro, por meio do roteiro que passa por pontos como o Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, a Pedra do Sal – que abriga ainda hoje uma comunidade remanescente de quilombos – e a icônica Casa da Tia Ciata, entre outros. A expressão Pequena África – foi cunhada pelo escritor Roberto Moura – baseada na afirmação do compositor Heitor dos Prazeres de que “a Praça Onze era uma África em miniatura”. A região abarca os atuais bairros da Saúde, Estácio, Santo Cristo, Gamboa e Cidade Nova até a Praça Onze. Os interessados poderão acompanhar “a viagem”, gratuitamente, acessando os perfis do projeto no Facebook e Instagram. O link de acesso ao Zoom será liberado 10 minutos antes do início do evento, não é necessário fazer inscrição prévia.

O Projeto Rolé Carioca conta com o patrocínio da Estácio e da Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS), além do copatrocínio da First RH Group e Shift Gestão de Serviços e apoio da Lecca e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Com programação 100% virtual, o Rolé Carioca 2020 traz o Rolé na Rede: passeios virtuais com imagens aéreas feitas por drones, mapas digitais e imagens de arquivo que proporcionam uma imersão inédita na história da cidade, em roteiros exclusivos, inovadores e impossíveis de serem feitos a pé. Centrado na história e legado dos negros na cidade, o roteiro se inicia no Largo São Francisco da Prainha, local onde – antes da construção do Porto do Rio – havia uma praia que se estendia até a atual Praça Mauá. O passeio segue para a Pedra do Sal, símbolo da resistência negra no Rio de Janeiro, onde se encontra a Comunidade Remanescentes de Quilombos da Pedra do Sal.

Antigo mercado de pessoas escravizadas, a Pedra do Sal virou ponto de encontro para grandes sambistas como Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres e continua sendo referência para os amantes do choro e do samba, com suas memoráveis rodas ao ar livre. O roteiro, guiado pelos professores e historiadores William Martins e Roberta Baltar – mulher negra, especialista em História do Rio de Janeiro, que integra o time do Rolé Carioca este ano – continua pelo casario centenário que se mescla com as cadeiras na calçada e janelas sem grades, no cenário de cidade do interior do Morro da Conceição, um dos recantos mais pitorescos da cidade, repleto de marcos arqueológicos e arquitetônicos.

A Casa da Tia Ciata icônica figura do candomblé, das rodas de samba e da cultura negra no Rio de Janeiro, o recém eleito pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade Cais do Valongo, o Cemitério dos Pretos novos e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito estão entre os pontos que completam este roteiro que lembra, cultura e valoriza a identidade e legado dos africanos escravizados que chegaram ao País e seus descendentes.

Rolé 100% virtual

Imagens aéreas feitas por drone, mapas digitais e imagens de arquivo dão origem a um material inédito e visualização imersiva apresentada em evento exclusivo. Às imagens da cidade são adicionados personagens, acontecimentos históricos e curiosidades abordando a relação entre as pessoas e o espaço urbano ao longo dos anos. O Rolé na Rede, edição do Rolé Carioca em 2020, é um sobrevoo pela cidade a partir de um de seus maiores símbolos, a Baía de Guanabara. Se o primeiro passeio foi em direção à parte do litoral que deu ao Rio uma identidade de balneário tropical, o segundo passeio virtual seguiu em direção ao outro lado, para o subúrbio carioca, também ícone da identidade da cidade. E o passeio de dezembro cruza o Atlântico para falar do intercâmbio do Rio de Janeiro com Portugal.