Qual é o habitat do amor perfeito: o real ou o digital? Essa é a reflexão que o espetáculo Aquarius propõe ao público. A peça conta a história de um casal que namora por meio de dispositivos tecnológicos sem nunca ter experimentado o contato físico de seus corpos. Mas ao encontraram-se fisicamente, descobrem identidades e sensações diferentes das quais imaginavam antes. Produzida pela Utópica Cia de Teatro, a montagem está em cartaz dos dias 19 a 28 de fevereiro, no Centro Cultural Parque das Ruínas, sextas-feiras, sábados e domingos.
A ficção se passa num futuro onde o ar torna-se impróprio para ser respirado diretamente, alterando sensivelmente os hábitos da sociedade. Paralelamente, as tecnologias comunicativas virtuais evoluíram a ponto de tornarem-se tão palpáveis e reais quanto os encontros presenciais. Neste mundo hiperconectado o real e virtual fundem-se fazendo com que as pessoas interajam em novos formatos de relação.
Lilian e Renato são um casal, assim como todas as pessoas deste tempo, que mantém suas relações por intermédio de AQUARIUS, uma rede de satélites interplanetária que agrega e promove um fluxo constante de troca e circulação de conteúdos e de todas informações dos usuários.
Eles pensam que se conhecem muito bem, certeza que com sofre sérios abalos quando Lilian propõe um encontro presencial. Durante o conflito pessoal, uma queda de conexão coloca a rede fora do ar. Com a instabilidade e a intermitência do sinal, ambos veem-se obrigados a lidar a frustração do desaparecimento de toda uma realidade virtual a qual estavam habituados. É nesse momento que descobrem identidades e sensações radicalmente diferentes das quais projetaram anteriormente.
Segundo a diretora Nathalia Cólon, a montagem é fruto de uma pesquisa da companhia numa temática contemporânea, tendo base a transformação dos relacionamentos humanos a partir dos conceitos de ausência física versus presença virtual. “Queremos propor o debate sobre as transformações das relações humanas nos últimos tempos, num exercício de compreensão sobre influência das imagens no nosso entendimento da realidade bem como nos vínculos amorosos.
– A encenação debate os conflitos oriundos do crescimento dos estímulos mentais e projetivos em detrimento do contato físico dos corpos. A sensação que se tem é de proximidade e realidade, o que leva ao não questionamento do desequilíbrio que se configurou ao longo de anos de transformação da comunicação, culminando no que chamamos de “reinvenção da presença” – explica.
Além da estreia do espetáculo Aquarius, o grupo realizará, durante a temporada, debates com a Cia sobre o processo criativo, além de circular por arenas cariocas com seu outro espetáculo “De Filha Pra Mãe” contemplado com edital “Viva a Arte” – 2015.
Serviço:
Espetáculo Aquarius. Texto: Joaquim D’Alvura, Nathalia Colón e Paula Barbosa. Direção: Nathalia Colón. Produção: Utópica Cia de Teatro. Temporada: 19 a 28 de fevereiro. Horários: Sextas-feiras e sábados: 20h. Aos domingos, às 19h30. Local: Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas. Endereço: Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ. Telefones: (21) 2215-0621 / 2224-3922. Ingresso: R$ 20,00. A capacidade da sala: 86 lugares. A bilheteria abre uma hora antes do espetáculo. Duração: 60 minutos..
Ficha técnica:
ARGUMENTO: Utópica Cia de Teatro
DRAMATURGIA: Joaquim D’Alvura
Colaboração Dramatúrgica: Nathalia Colón e Paula Barbosa
DIREÇÃO: Nathalia Colón
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Paula Barbosa
ELENCO: Nina Pamplona, Bayron Alencare e Paula Barbosa.
DIREÇÃO MUSICAL: Dani Carneiro e João Guesser
PESQUISA CÊNICA: Nina Pamplona, Bayron Alencar, Monique Bernal, Ricardo Ferreira e Gabriel Manita,
DESENHO DE LUZ: Rafael Turatti
FIGURINOS: Luiza Valente
CENÁRIO: Eric Fuly
FOTOGRAFIA: RMNZ
DIREÇÃO DE ARTE: Eric Fuly
PROGRAMAÇÃO VISUAL: Bayron Alencar
PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO: Utópica Produções e Arte