A mostra busca a valorização do Patrimônio Material e Imaterial Sacros pela perspectiva do Religioso e do Artístico.
Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, dando sequência aos eventos comemorativos de seu Jubileu de Ouro a ser completado em Junho de 2020, exibe Pintura & Música na Arte Colonial Paulista: Jesuino do Monte Carmelo, sob curadoria de Emerson Ribeiro Castilho. A mostra é uma homenagem ao recém completado bicentenário de sua morte, reconhecido como um dos grandes artistas de São Paulo durante o Período Colonial, com atuação como: sacerdote, latinista, pintor, arquiteto, compositor e músico.
“O conjunto das obras reunidas, somado às recentes pesquisas e relatos históricos, apontam Jesuíno como articulador de uma possível oficina frente a sua grande produção plástica; tendo difundido seus ensinamentos e traços que podemos interpretar como “uma escola de pintura” com profunda influência na produção dos estilos artísticos do Barroco e Rococó Paulistas”, discorre o curador, Dr. Emerson Castilho.
Sendo de descendência afro-brasileira teve toda sua poética artística marcada pela “mulatice” conforme compreendido e pesquisado por Mário de Andrade para a elaboração de sua biografia em 1944, sendo essa a última obra literária deste autor modernista. Grande parte de todo Patrimônio Artístico e Arquitetônico Paulista, tombado pelo IPHAN no estado, é de sua autoria. Suas obras estão localizadas nas cidades de: Itu, São Paulo e Santos. Sua produção artística de bens móveis, está presente nos principais arquivos e coleções de museus de arte e música sacras de São Paulo e no Museu AfroBrasil.
Pintura & Música na Arte Colonial Paulista apresenta, em diálogo, raras aproximações das coleções de Igrejas Ituanas: Matriz de Nossa Senhora da Candelária (1780); Igreja do Senhor Bom Jesus (1765) e Nossa Senhora do Patrocínio (1820), onde as obras tem função de culto; somadas as obras musealizadas dos Museus de Música Sacra e Arte Religiosa Pe. Jesuíno do Monte Carmelo, Museu da Música – Itu, do Museu AfroBrasil e de toda coleção do Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Exposição: “Pintura & Música na Arte Colonial Paulista” |
Artista: Frei Jesuíno do Monte Carmelo |
Curadoria: Dr. Emerson Ribeiro Castilho |
Abertura: 25 de janeiro de 2020, sábado, às 11h |
Período: 26 de janeiro à 23 de março de 2020 |
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo – www.museuartesacra.org.br |
Endereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo (ao lado da estação Tiradentes do Metrô) |
Tel.: 11 3326-5393 – agendamento / educativo para visitas monitoradas |
Horários: De terça-feira a domingo, das 9 às 17h | Presépio Napolitano: das 10 às 11h, e das 14h às 15h |
Ingresso: R$ 6,00 (Inteira) | R$ 3,00 (Meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação) | Grátis aos sábados | Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação |
Número de obras: 17 |
Técnica: pintura |
Dimensões: diversas |
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Frei Jesuíno do Monte Carmelo
Nome religioso de Jesuíno Francisco de Paula Gusmão, nasceu em Santos dia 25 de março de 1764 e faleceu em Itu dia 1º de julho de 1819. Foi pintor, arquiteto, escultor, dourador, entalhador, mestre em torêutica, músico e poeta e padre carmelita brasileiro. Depois de trabalhar em Santos como artesão e aprender o preparo das tintas, em 1781 transfere-se para Itu e vive entre religiosos locais. Na construção da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária, trabalha como ajudante do pintor José Patrício da Silva Manso, de quem se torna auxiliar e discípulo.
Na cidade de São Paulo, em 1796, pinta o forro da nave da Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e os painéis do antigo Convento de Santa Teresa, que atualmente compõem o acervo do Museu de Arte Sacra. Casou-se com Maria Francisca, branca, de ascendência portuguesa, com quem teve cinco filhos. Após enviuvar é ordenado padre carmelita em 1797, e adota o nome de Frei Jesuíno do Monte Carmelo. Reza sua primeira missa no ano seguinte.
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Em Itu, realiza os forros da capela-mor e da nave da Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo, por volta de 1784, e os painéis laterais da capela-mor da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária. Entre 1815 e 1819, dirige a construção da Igreja e Convento de Nossa Senhora do Patrocínio, desempenhando simultaneamente as tarefas de arquiteto, mestre-de-obras, pintor e escultor. Realiza ainda oito quadros para a igreja e compõe músicas sacras para sua inauguração.
Falece antes de terminar a obra, que é concluída em 1820, por seus filhos Elias do Monte Carmelo e Simão Stock do Monte Carmelo, padres que faziam parte da congregação do Patrocínio. Os padres do Patrocínio, como eram chamados, não eram uma ordem ou congregação religiosa canonicamente organizada, mas com existência autorizada pela Igreja.
O museu
O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 29 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.
MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO – MAS/SP
Presidente do Conselho de Administração – José Roberto Marcelino
Diretor Executivo – José Carlos Marçal de Barros
Diretor de Planejamento e Gestão – Luiz Henrique Marcon Neves
Museóloga – Beatriz Cruz