O BRASIL NA ARTE POPULAR

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40 anos do Museu Casa do Pontal

Maracatu, Zé Cabloco, PE. Acervo Museu Casa do Pontal.
Maracatu, Zé Cabloco, PE. Acervo Museu Casa do Pontal.

Como parte da programação cultural das olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro, e a convite do Museu Histórico Nacional, o Museu Casa do Pontal inaugura na próxima terça-feira, 16 de agosto, às 10h, uma exposição de arte popular brasileira, que celebra a cultura popular brasileira e também os 40 anos do Museu Casa do Pontal. A exposição ficará aberta até o dia 30 de outubro.

São mais de 150 obras, de 35 artistas, de 11 estados brasileiros: Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

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O Museu Casa do Pontal foi criado por Jacques Van de Beuque em 1976 e detém o maior e mais significativo acervo de arte popular do Brasil. Tem como missão proteger, conservar, pesquisar e exibir esse acervo de mais de oito mil obras, de 300 artistas e de 20 estados brasileiros.

Com curadoria da antropóloga Angela Mascelani, a exibição traz esculturas cujas temáticas abrangem as atividades festivas, cotidianas e imaginárias do povo brasileiro. Ganha destaque o artista individual, com pensamento, criação formal e soluções plásticas encontradas. E também as coletividades criadoras, com estilos próprios e marcas comuns.

“Essa exposição está voltada para o grande público que está no Rio de Janeiro para acompanhar as olimpíadas. Como critério de curadoria selecionamos obras potentes, capazes de transmitir ao público a força poética da cultura brasileira. Além disso, a exposição tem como objetivo oferecer uma visão sintética acerca do mundo cultural no qual floresce a arte popular. E revelar as maneiras por meio das quais os participantes deste segmento, historicamente situado nas periferias urbanas e nas zonas rurais, atualizam suas presenças no cenário contemporâneo do país”, explica Angela.

Banda de Músicos com Quepe Preto, Maria de Lourdes Candido, CE. Acervo Museu Casa do Pontal.
Banda de Músicos com Quepe Preto, Maria de Lourdes Candido, CE. Acervo Museu Casa do Pontal.

UMA VIAGEM PELO BRASIL

A mostra tem logo na entrada uma escultura cinética e sonora, em tamanho natural, do grande músico brasileiro Luiz Gonzaga, criação do artista fluminense Adalton Fernandes Lopes. Luiz Gonzaga marcou fortemente a identidade nacional, abrindo espaço para a valorização da música e dos ritmos regionais do país. Motivado pelo desejo de reforçar a riqueza cultural da região nordestina, onde nasceu, apresentou ao país o baião, valorizando a combinação instrumental que une sanfona, triângulo e zabumba. Essa obra simboliza a importância dos ritmos e das festas para a arte popular brasileira.

Após, teremos uma síntese das festas brasileiras. Uma área com dispositivos digitais apresentará simultaneamente filmes, imagens em movimento e obras de arte. Entre as obras serão apresentadas a Cavalhada de Goiás, o Bumba-meu-boi do Maranhão, o Cavalo-Marinho e o Maracatu, de Pernambuco, os Reisados, de Alagoas, a Festa Junina e o Carnaval, nas placas do Ceará. As vitrines receberão entre os personagens do maracatu e do boi, os brincantes da dança do pau-de-fitas, de Santa Catarina. Ao final, uma grande engenhoca com mais de 100 personagens apresentará, em movimento, o desfile de carnaval no sambódromo do Rio de Janeiro.

Veja o vídeo da obra “Escola de Samba”:
https://www.youtube.com/watch?v=j8J4nXWiUlQ

Também falaremos das origens da arte popular brasileira, que surge inicialmente para o público como brinquedo para crianças. Grandes artistas como Mestre Vitalino, Noemisa, Dona Isabel, Nino, Nhô Caboclo, Manoel Galdino e Adalton Lopes serão homenageados. E, ainda, estarão presentes os principais núcleos de produção cerâmica do país: Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco; Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais e Juazeiro do Norte, Ceará.

“Queremos que o visitante tenha uma noção abrangente da vida brasileira. Pois a arte popular brasileira fala do que é comum a todos nós. Ela aciona memórias, valoriza os atos do dia-a-dia, os costumes, mas também fala de sonhos e de imaginação. Estimula conversas entre as gerações, atraindo crianças e adultos. E, finalmente, permite que o público – seja o carioca, seja o brasileiro de outras regiões, ou ainda os muitos estrangeiros que aqui se encontram e celebram – faça uma verdadeira viagem pelo Brasil…”, enumera Angela.

Duas Cabeças Humanas em Animal, Ulisses Pereira, MG. Acervo Museu Casa do Pontal.
Duas Cabeças Humanas em Animal, Ulisses Pereira, MG. Acervo Museu Casa do Pontal.

Ao final do percurso, uma linha do tempo permitirá que o público conheça um pouco da história do Museu Casa do Pontal, que completa 40 anos de atividades ininterruptas em 2016. Serão exibidos filmes, depoimentos de personalidades públicas, diretores, curadores e pesquisadores de Museus de várias partes do mundo, além de um conjunto de imagens e textos de maneira que o público tenha ideia da complexidade envolvida na manutenção deste que é o maior museu de arte popular do país. Também serão apresentadas imagens da nova sede do Museu Casa do Pontal que está sendo construída na Barra.

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Entre as atividades desenvolvidas pelo Museu destacamos o Programa Educacional e Social, que completa 20 anos em 2016, já tendo atendido a mais de 400.000 participantes, envolvendo visitas teatralizadas e musicadas à exposição permanente, exibições educativas itinerantes e formação continuada para multiplicadores. Sublinhamos ainda as ações de Pesquisa que envolvem a produção de conhecimento sobre a arte e as culturas populares, com a realização de livros, catálogos, e texto para exposições, além do apoio a produção de mais de 20 filmes sobre o Museu, acervo, artistas e localidades. Também é dado ênfase às mais de 50 exposições do acervo do Museu no Brasil e em 15 países – Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Suíça, Itália, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Eslováquia, Argentina, EUA, Índia e Paraguai, que já beneficiaram um público superior a 2 milhões de pessoas.

Time de Futebol, Zé Cabloco, CE. Acervo Museu Casa do Pontal.
Time de Futebol, Zé Cabloco, CE. Acervo Museu Casa do Pontal.

A ARTE POPULAR BRASILEIRA

E AS OLIMPIADAS

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Os Jogos Olímpicos, em função dos milhares de turistas e jornalistas que estão no Rio de Janeiro acompanhando o evento, representam uma oportunidade única para divulgar o Brasil, e muito especialmente, seus ativos culturais.

Casal Sentado, Zé Caboclo, PE. Acervo Museu Casa do Pontal.
Casal Sentado, Zé Caboclo, PE. Acervo Museu Casa do Pontal.

O Brasil é reconhecido internacionalmente pela enorme sociodiversidade presente em seu amplo território. As artes populares brasileiras são importante parte desta diversidade, reconhecidas como expressões culturais fundamentais na definição da identidade brasileira. Trata-se de produção heterogênea, complexa e variada, resultado das múltiplas heranças étnicas e sócio históricas existentes no país. Os turistas que viajam ao país sede interessam-se por conhecer as histórias reais e concretas que as camadas populares testemunham.

Uma programação cujo objetivo seja mostrar ao mundo a diversidade cultural brasileira e sua capacidade de dialogar com outras culturas do mundo é uma importante ocasião de mostrar as artes populares. Trazer um conjunto imponente de obras emblemáticas deste campo de produção para o Museu Histórico Nacional tem, além disso, um valor adicional, no sentido de contribuir para o entendimento do Brasil como um país criativo e diverso, cujas diferentes culturas são historicamente representadas.

MUSEU CASA DO PONTAL
(
www.museucasadopontal.com.br)

Fachada do Museu Casa do Pontal. Foto: Lucas Van de Beuque.
Fachada do Museu Casa do Pontal. Foto: Lucas Van de Beuque.

O Museu Casa do Pontal, fundado há 40 anos, reúne em suas galerias no Rio de Janeiro a maior e mais emblemática coleção de arte popular do Brasil, com um acervo de mais de oito mil esculturas e modelagens feitas por cerca de 300 artistas populares de todas as regiões brasileiras. A coleção foi iniciada há 60 anos pelo designer francês Jacques Van de Beuque. Jacques se dedicou de forma incansável e apaixonada a pesquisar a arte popular, não medindo esforços para descobrir, país afora, artistas dos quais se tornou amigo. O acervo recobre a produção feita em toda segunda metade do século XX. Tombado em 1989 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural do Rio de Janeiro, o museu recebeu, em 1996, o Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que o reconheceu como “melhor iniciativa no país em prol da preservação histórica e artística de bens móveis e imóveis”. Em 2005, foi condecorado com a Ordem do Mérito Cultural, principal comenda de caráter nacional que é oferecida pelo Governo Federal e o Ministério da Cultura. Em 2010 recebeu o prêmio Governador do Estado. É credenciado pela Unesco.

Escola de Samba, Artista Adalton. Foto: Lucas Van de Beuque.
Escola de Samba, Artista Adalton. Foto: Lucas Van de Beuque.

SERVIÇO

Exposição “O Brasil na Arte Popular – 40 anos do Museu Casa do Pontal”
Abertura: 16 de agosto de 2016, às 10h.
Visita-musicada à exposição, às 10h30.
Local: Museu Histórico Nacional (Praça Marechal Âncora, s/n. Entre o Aeroporto Santos Dumont e a Praça XV)
Visitação de 16 de agosto a 30 de outubro, de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30.
Sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.

O Museu Casa do Pontal fica na Estrada do Pontal, 3295 – Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro – RJ. Informações: www.museucasadopontal.com.br

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Jacques Van de Beuque e o Artista Antonio de Oliveira. Foto: Divulgação.
Jacques Van de Beuque e o Artista Antonio de Oliveira. Foto: Divulgação.

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O Brasil na Arte Popular Convite.
O Brasil na Arte Popular Convite.

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