NOSSOS ARTISTAS ITALIANOS

Um legado importante para o cenário artístico-cultural brasileiro

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Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, em parceria com a SOCIARTE, exibe a mostra coletivaNossos Artistas Italianos”, sob curadoria de Ruth Sprung Tarasantchi que seleciona 81 trabalhos, entre pinturas e esculturas dos séculos XIX e XX, assinados por 21 artistas italianos, muitos deles exibidos pela primeira vez ao público.

“A exposição Nossos Artistas Italianos, idealizada pelo Presidente Dr. José Oswaldo de Paula Santos, que infelizmente nos deixou em outubro do ano passado, apresenta obras com a técnica, leveza, alegria e inspiração dos nossos artistas italianos que integram coleções particulares”, diz Francisco de Paula Simões Vicente de Azevedo, Presidente da SOCIARTE. Reunir essa quantidade de obras de artistas italianos só foi possível graças à colaboração dos membros e colecionadores da SOCIARTE, que cederam parte de seu acervo exclusivamente para integrar a exposição. “A presente mostra celebra um segmento de destacada importância, no contexto da arte brasileira: a dos artistas italianos que aqui trabalharam. Em São Paulo, no último quartel do século XIX, a colônia italiana crescia. Começaram a desembarcar por aqui pintores, atraídos pela maravilhosa paisagem tropical de que tanto ouviam falar.” – define a curadora.

Além da origem, o elo que liga cada um dos artistas participantes, é a enorme importância que exerceram no cenário artístico brasileiro. Os trabalhos de Antonio Ferrigno, nascido na região de Salerno em 1863, evidenciam isso, já que o Brasil foi sua morada por mais de uma década. As dez pinturas assinadas pelo artista, muitas delas expostas pela primeira vez, revelam desde cenas tipicamente brasileiras a paisagens de uma São Paulo que já não existe mais, devido ao rápido processo de urbanização ocorrido na primeira metade do século XX. A mostra conta ainda com esculturas assinadas por Victor Brecheret e Torquato Bassi, além de pinturas de Eliseu Visconti, Edoardo de Martino, Felisberto Ranzini, Nicolau Facchinetti, Giovanni Castagneto e muitos outros.

Segundo a curadora Ruth Tarasantchi, os artistas italianos vinham ao Brasil frequentemente trazendo seus trabalhos para mostrar na cidade de São Paulo e aqui comercializá-lo. Nesse período de estada, pintavam novas telas com foco na cidade. Retornavam com frequência pois seus quadros eram logo comercializados e recebiam muitas encomendas. “No início do século XX, quando os artistas da terra ainda não se sentiam atraídos por cenas da capital e arredores, os italianos, seduzidos pela beleza de recantos paulistanos, realizavam pinturas focadas em trechos da paisagem, que hoje não existem mais. (….) Os italianos sempre foram muito atuantes no meio artístico da cidade. A “Primeira Exposição de Arte”, realizada em 1903, contou com grande número deles e suas obras estiveram entre as mais vendidas.”, explica a curadora. Com a estada desses artistas na cidade, os jovens artistas paulistanos deixaram de ir para a Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro e passaram a estudar na cidade, com esses estrangeiros e alguns artistas nacionais que aqui fizeram sua morada.

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Mas não era só em São Paulo que os artistas italianos estavam estabelecidos; o Rio de Janeiro também abrigou muitos deles, onde podemos destacar as marinhas e embarcações de Edoardo de Martino, as marinhas, praias e embarcações de Giovanni Battista Castagneto, as telas e cerâmicas de Eliseu Visconti que construiu rica trajetória, abraçando tendencias de art nouveau e introduziu o impressionismo europeu na arte brasileira. Os italianos dominaram o meio escultórico brasileiro, destacando-se Vitor Brecheret que se tornou um símbolo da cidade de São Paulo e do conceito modernista de brasilidade.

“A Sociedade dos Amigos da Arte de São Paulo mais uma vez se mobiliza, assim, com o objetivo de estimular a pesquisa e a divulgação da produção artística realizada no Brasil. O conjunto aqui reunido se destaca por sua inegável relevância – tanto em qualidade pictórica como em conteúdo iconográfico.” Ruth Sprung Tarasantchi

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Exposição: “Nossos Artistas Italianos
Artistas: Adolfo Fonzari, Alfredo Norfini, Angelo Cantú, Antonio Ferrigno, Antonio Rocco, Bigio Gerardenghi, Carlo de Servi, Dario Mecatti, Edoardo de Martino, Eliseu d’Angelo Visconti, Enrico Vio, Felisberto Ranzini, Gino Bruno, Giovanni Batista Castagneto, Nicola de Corsi, Nicola Fabricatore, Nicolau Antonio Facchinetti, Ottone Zorlini, Salvatore Parlagreco, Torquato Bassi, Victor Brecheret
Curadoria: Ruth Sprung Tarasantchi
Abertura: 25 de setembro de 2021, às 11hs.
Duração: de 26 de setembro a 13 de novembro de 2021
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo || MAS/SP
Endereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo (ao lado da estação Tiradentes do Metrô)
Tel.: 11 3326-5393 – informações adicionais
Horários: De terça-feira a domingo, das 11 às 17h (entrada permitida até as 16h30)
Ingresso: R$ 6,00 (Inteira) | R$ 3,00 (meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação) | Grátis aos sábados | Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação
INGRESSOS – Compra de Ingressos
Número de obras: 81
Técnicas: pinturas, esculturas
Dimensões: variadas
Midias Digitais
Site: www.museuartesacra.org.br
Instagram: www.instagram.com/museuartesacra
Facebook: www.facebook.com/MuseuArteSacra
Twitter: twitter.com/MuseuArteSacra
YouTube: www.youtube.com/MuseuArteSacra
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A curadora – Ruth Sprung Tarasantchi

Artista plástica, pesquisadora e historiadora de artes, curadora, restauradora, diretora de acervo do Museu Judaico de São Paulo, diretora de arte da Associação dos Amigos da Arte de São Paulo (Sociarte), membro do Conselho de Orientação Artística da Pinacoteca do Estado de São Paulo e da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo. Nasceu em Sarajevo (atual Bósnia-Herzegovina), em 1933. Passou boa parte da infância no vilarejo de Bugojno. Em 1942, durante a II Guerra Mundial, ela e sua família foram levadas pelo exército italiano para Castel Nuovo Don Bosco e, no ano seguinte, para o Campo de Concentração de Ferramonti di Tarsia, no sul da Itália. A saga da família Sprung se prolongou na Itália até 1947. No Brasil, Ruth estuda no Colégio Santa Inês e conclui o Ensino Médio no Colégio Bandeirantes. O interesse pelas artes plásticas em seus mais diferentes aspectos tem como um dos momentos iniciais a prática do desenho, logo que a sua família se estabelece em São Paulo, quando Ruth passa a frequentar as aulas de modelo-vivo da Associação Paulista de Belas Artes. Ingressa na Escola Paulista de Medicina em Sorocaba, onde permanece por três anos. Sua vocação artística, entretanto, fala mais alto, e então deixa o curso de medicina para ingressar na Escola de Belas Artes de São Paulo. Em 1974 ingressa no mestrado da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA USP), defendendo a dissertação “A vida silenciosa na pintura de Pedro Alexandrino” em 1981. Após cinco anos, defende a tese de doutorado “Pintores paisagistas em São Paulo”(1890-1920).

O museu

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 29 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 10 mil itens no acervo. Possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus, entre tantos, anônimos ou não. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO – MAS/SP

Presidente do Conselho de Administração – José Roberto Marcellino dos Santos
Diretor Executivo – José Carlos Marçal de Barros
Diretor de Planejamento e Gestão – Luiz Henrique Marcon Neves
Museóloga – Beatriz Cruz

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