“Gente de Papel”, de Madalena Marques, ocupa a Sala MAS/Metrô Tiradentes com peças que representam a paixão da artista pela arte do retrato, apresentando um amplo conjunto de figuras humanas conhecidas do grande público, além de referências históricas e construtivas que abordam as mais distintas áreas do saber
O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura “Gente de Papel”, da artista visual Madalena Marques, com curadoria de Ana Cláudia Cermaria e João Paulo Berto. A individual apresenta 64 esculturas em papel machê – outros materiais também são usados na produção das peças, como lã, metal, pedraria e tecido -, as quais representam a paixão da artista pela arte do retrato, trazendo um amplo conjunto de figuras humanas conhecidas do grande público, além de referências históricas e construtivas que abordam as mais distintas áreas do saber.
Ao utilizar um material peculiar, Madalena Marques transita pela técnica, pelas manifestações culturais e pela história da arte, em uma mostra que busca aproximar os espectadores a elementos inerentes ao universo criativo da artista, marcado pelo experimental, pelos desafios e pelo conhecimento embasado na pesquisa, que orienta sua atuação e produção artística. Em “Gente de Papel”, o visitante se vê diante de esculturas de personagens como a escritora e poetisa Cora Coralina, a atriz Fernanda Montenegro, o cantor, compositor e artista visual Arnaldo Antunes, as cantoras Elis Regina e Marisa Monte, a modelo Gisele Bündchen, a cartunista e chargista Laerte, o estilista Ronaldo Fraga, entre diversas outras personalidades. Em seus dizeres: “Fazer uma miniatura de alguém que eu escolhi porque gosto é alimentar minha alma de energia, é a minha forma de expressar o meu amor a este universo… Acho que este é o papel da minha arte, trazer alegria aos corações de quem a vê”.
Além dessa seleção de pessoas famosas brasileiras, o público é levado a um passeio pela história da arte ocidental, nacional e internacional, passando pelo Renascimento até o Modernismo brasileiro. Nove personagens femininas foram escolhidas por Madalena Marques para reforçar o papel da mulher no mundo artístico, seja como representada ou como produtora, levando em consideração também a riqueza de detalhes, elemento motriz para a mente criativa da artista. Aqui, são exibidas interpretações de obras icônicas como a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, os autorretratos “Manteau Rouge”, de Tarsila do Amaral, “Pensando na Morte”, de Frida Kalho, e da própria artista, entre outros.
A partir de intensas pesquisas, cada obra foi produzida por Madalena Marques com o objetivo de dar vida a esculturas completamente bidimensionais. Para isso, contou com modelos vivos, cujos traços faciais se aproximavam das figuras escolhidas. Após as etapas de preparo das peças e pintura, foram desenhados e produzidos os enxovais, utilizando tecidos que, por vezes, foram trabalhados imitando estampas e demais detalhes. “Eu escolhi representar a figura humana por várias razões. A expressão dos olhos é uma coisa vibrante, cada ser é único e reproduzir estas expressões é como fotografar a alma delas”, explica a artista.
A história do papel machê se cruza com a história do próprio papel, sua principal matéria prima. Seu uso remonta ao século II A.C. pelos chineses. No ocidente, por sua vez, os franceses foram os principais responsáveis pela difusão da técnica. No século XVIII, também os alemães passaram a utilizar o papel machê para dar mais resistência às bonecas e, em meados do século XIX, passou a ser usado para fazer bonecas com corpos articulados. “No campo específico das esculturas, a fatura de obras em papel machê configurou uma tipologia específica, as ditas esculturas ligeiras, dado a rapidez da produção e a economia dos materiais empregados, associadas ao acabamento que era similar à madeira. Esta se desenvolveu com força durante os períodos do Renascimento e do Barroco italiano e espanhol, entre os séculos XVI e XVIII, momento marcado pela popularização da técnica”, comentam os curadores da mostra. Seu uso ligou-se também à produção de obras de caráter efêmero para celebrações ou outros atos e para moldes de obras que posteriormente seriam feitas em materiais mais nobres, como o bronze.
Exposição: “Gente de Papel” |
Artista: Madalena Marques |
Curadoria: Ana Cláudia Cermaria e João Paulo Berto |
Abertura: 6 de abril de 2019, sábado, às 11 horas |
Período: 7 de abril a 3 de junho de 2019 |
Local: Sala MAS/Metrô Tiradentes – www.museuartesacra.org.br |
Estação Tiradentes do Metrô – São Paulo – SP |
Tel.: (11) 3326-5393 – agendamento/educativo para visitas guiadas |
Horários: Terça-feira a domingo, das 9 às 17h |
Ingresso: Grátis aos usuários do Metrô |
Número de obras: 64 |
Técnicas: Esculturas em papel machê, lã, metal, pedraria e tecido |
Dimensões: Variadas |
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Imprensa:
Museu de Arte Sacra de São Paulo
Silvia Balady – silvia@balady.com.br / Zeca Florentino – zeca@balady.com.br
Tel.: (11) 3814-3382 | (11) 99117-7324
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – Assessoria de imprensa
Stephanie Gomes | (11) 3339-8243 | stgomes@sp.gov.br
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Madalena Marques (Uberlândia, MG – 1963)
Sua produção em papel machê é vasta, porém é na retratística que ela adquire grande profusão e um resultado plástico extremamente inovador, fruto de uma trajetória de estudos e experimentações. De família simples, desde cedo usava a criatividade para inventar seus próprios bonecos. Com a mãe, aprendeu não apenas as técnicas de bordado, mas a observar a natureza, seus detalhes e sua riqueza. Cursou Artes Plásticas e trabalhou como arte finalista em uma emissora de televisão. Em 1994, mudou-se para São Paulo, onde se casou e continuou sua formação. Seu trabalho com papel machê começou ainda aos 19 anos; foi retomado durante a infância de sua filha e, finalmente, deu origem a seu projeto de miniaturas de artistas nacionais. Inspirada em obras sacras dos séculos XVI ao XVIII da imaginária ligeira, une em suas esculturas grande riqueza de detalhes, associando técnicas e materiais diversificados, representando com leveza as intensas expressões da figura humana.
O museu
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é uma das mais importantes instituições do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.
MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO – MAS/SP
Presidente do Conselho de Administração – José Roberto Marcelino
Diretor Executivo – José Carlos Marçal de Barros
Diretor de Planejamento e Gestão – Luiz Henrique Marcon Neves
Diretora Técnica – Maria Inês Lopes Coutinho