O Museu de Arte do Rio – MAR, sob a gestão do Instituto Odeon e com o apoio da Repsol Sinopec Brasil, inaugura a mostra “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena”, um caminho entre a história e a contemporaneidade das culturas indígenas no estado. Idealizada pela equipe de pesquisa e educação do MAR e sob curadoria de Sandra Benites, José Ribamar Bessa, Pablo Lafuente e Clarissa Diniz, “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena” foi concebida a partir da colaboração de povos, aldeias, movimentos e indígenas que residem no estado e na capital carioca. Trata-se de uma reflexão sobre a realidade indígena no Rio de Janeiro hoje, bem como sobre o passado que desaguou nesse presente.
São muitos os lugares do estado que apontam para a história e a atualidade indígena da região: Sepetiba, Cachambi, Tijuca, Catumbi, Ipanema, Guaratiba, Inhaúma, Jacarepaguá, Irajá, Paraty, Itaboraí, Niterói, Itaguaçu, Itatiaia… Não apenas pelos nomes, mas fundamentalmente pela cultura e pela história do Rio, pois grande parte do “ser carioca” é inseparável de sua herança indígena – o próprio termo “carioca” advém, segundo registros etnográficos, da aldeia tupinambá Kariók, localizada aos pés do que hoje é o Outeiro da Glória. Essa presença, contudo, não é amplamente visível, nem reconhecida. A história indígena do Rio de Janeiro ainda se mantém encoberta, silenciando a presença dos povos indígenas e sua enorme contribuição à nossa vida cotidiana e à nossa capacidade de imaginar o futuro.
A mostra é dividida em diferentes núcleos e apresenta ao público aproximadamente 260 peças – entre vídeos, fotografias, maquetes, objetos, instalações e desenhos –, entre outras novidades criadas pelos indígenas para a exposição, entrecruzadas com documentação e iconografia histórica sobre algumas das mais importantes questões dessa memória, obras que estarão nas galerias A e B do 3° andar do Pavilhão de Exposições.
Com a exposição, o público terá a oportunidade de vivenciar uma aula de história e se integrar com a atualidade indígena no Rio de Janeiro. Uma linha do tempo, em forma de cobra, irá mostrar, de maneira clara, textos, imagens e documentos apontando para as relações, frequentemente violentas, entre os povos colonizadores e os indígenas. A cobra vem como protagonista de narrativas da origem de vários povos, advertindo-nos, por meio dos mitos que traz consigo, de outras historicidades e futuros possíveis. Em sua trajetória, o réptil traça um caminho de destino incerto, construído como um processo potencialmente infinito, atravessado por lutas, retomadas, propostas e esperanças.
A linha do tempo contextualizará conceitos, períodos e acontecimentos, enquanto quatro núcleos lançam luz sobre povos indígenas que hoje habitam o estado: Guaranis, Puris e Pataxós, que moram em contexto urbano, a exemplo da aldeia Maracanã, e que fazem parte da nossa cultura e sociedade. Cada núcleo irá apresentar aspectos importantes de suas vidas, da espiritualidade à economia no Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo, cinco estações concebidas com a colaboração de Josué Kaingang, Eliane Potiguara, Anari Pataxó, Niara do Sol e Edson Kayapó, apresentam temas que atravessam épocas e povos, denotando sua relevância para a história cultural e de resistência dos povos indígenas: comércio, arte, educação, mulheres e natureza. Esta última se constitui fora do espaço expositivo, numa ocupação na Praça Mauá, com cultivo de uma horta comunitária sob cuidados indígenas. Os assuntos das estações são, ao mesmo tempo, territórios de resistência de culturas e de direitos indígenas, a partir dos quais eles se relacionam e negociam com os não indígenas.
Assim, como dá a ver a instalação sonora que receberá os visitantes já na passarela de acesso ao Pavilhão de Exposições, “Dja Guata Porã” convoca e busca potencializar a dimensão polifônica da diversidade cultural dos povos que fizeram e fazem a história do Rio e do Brasil.
“Dja Guata Porã “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena é também um caminho de aprendizado coletivo, em que as trocas entre todos os envolvidos, deram forma a intenções, linguagens, urgência e articulações. O título da mostra em Guarani nos aponta para uma construção coletiva, uma trajetória de caminhada em conjunto e orientada para o futuro.
O Museu de Arte do Rio – MAR
O MAR é um espaço dedicado à arte e à cultura visual. Ocupa dois prédios na praça Mauá: um de estilo eclético, que abriga o Pavilhão de Exposições; outro em estilo modernista, onde funciona a Escola do Olhar. O projeto arquitetônico une as duas construções com uma cobertura fluida de concreto, que remete a uma onda – marca registrada do museu –, e uma rampa, por onde os visitantes chegam aos espaços expositivos.
Uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o MAR tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais. Espaço proativo de apoio à educação e à cultura, o museu já nasceu com uma escola – a Escola do Olhar –, cuja proposta museológica é inovadora: propiciar o desenvolvimento de um programa educativo de referência para ações no Brasil e no exterior, conjugando arte e educação a partir do programa curatorial que norteia a instituição.
O MAR é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social da cultura, selecionada pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro por edital público. O museu tem o Grupo Globo como mantenedor, o BNDES como apoiador da Reserva Técnica e a Repsol como apoiadora de exposição “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena”.
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A Escola do Olhar tem o Sistema Fecomércio RJ, por meio do Sesc, como parceiro institucional, e conta com o Banco Votorantim e a Prodiel como apoiadores. A Brookfield apoia as visitas educativas. O programa MAR na Academia tem apoio da Dataprev e da Amil One Health via Lei Municipal de Incentivo à Cultura, e da Aliansce via Lei Rouanet.
O MAR conta também com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, e realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Serviço
Ingresso: R$ 20 I R$ 10 (meia-entrada) – pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas particulares, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. O MAR faz parte do Programa Carioca Paga Meia, que oferece meia-entrada aos cariocas e aos moradores da cidade do Rio de Janeiro em todas as instituições culturais vinculadas à Prefeitura. Apresente um documento comprobatório (identidade, comprovante de residência, contas de água, luz, telefone pagas com, no máximo, três meses de emissão) e retire o seu ingresso na bilheteria. Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).
Bilhete Único: R$ 32 – R$ 16 (meia-entrada) cariocas e residentes no Rio de Janeiro, mediante apresentação de documentação ou comprovante de residência comprobatórios. Serão considerados documentos comprobatórios aqueles que contenham o local de nascimento, tais como RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc. Serão considerados comprovantes de residência os títulos de cobrança com no máximo 3 (três) meses de emissão, como serviços de água, luz, telefone fixo ou gás natural, devidamente acompanhado de documento oficial de identificação com foto (RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.) do usuário.
Política de gratuidade: Não pagam entrada – mediante a apresentação de documentação comprobatória – alunos da rede pública (ensinos fundamental e médio), crianças com até 5 anos ou pessoas a partir de 60, professores da rede pública, funcionários de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa, Vizinhos do MAR e guias de turismo. Às terças-feiras a entrada é gratuita para o público geral.
Terça a domingo, das 10h às 17h. Às segundas o museu fecha ao público. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (55 21) 3031-2741 ou acesse o site www.museudeartedorio.org.br.
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro