Com a mostra “Tenho a vista cansada”, galeria traz para o Rio de Janeiro a primeira individual do artista.
Todas as pinturas são inéditas e foram criadas especialmente para a exposição.
Abertura será no dia 25 de agosto com a presença do artista, e a mostra
fica em cartaz até 28 de setembro, no Leblon.
A Mul.ti.plo Espaço Arte inaugura a primeira individual no Rio de Janeiro de Nuno Sousa Vieira, um dos mais renomados artistas visuais portugueses. A mostra “Tenho a vista cansada” abre no dia 25 de agosto, com texto da crítica portuguesa Rita Gaspar Vieira. Ao todo estão reunidas nove pinturas inéditas e um vídeo, em um projeto expográfico concebido exclusivamente para a galeria. A mostra faz parte da programação internacional da Mul.ti.plo durante a 12a. edição da ArtRio (que acontece de 14 a 18 de setembro, na Marina da Glória), podendo ser visitada até 28 de setembro, no Leblon.
Na primeira sala, estão nove trabalhos de uma série de 15, realizados especialmente para a exposição. São pinturas feitas com tinta acrílica sobre plexiglass (lâminas de acrílico transparente), nas dimensões 50 x 36,3 cm cada. Os trabalhos refletem uma das principais particularidades do trabalho de Sousa Vieira: a utilização de materiais que já foram utilizados antes, que possuem um passado, que carregam uma história. “Meu interesse é que esses materiais voltem a atrair o olhar das pessoas, mesmo que de outra forma. É a prova de que podemos organizar o mundo de outra maneira”, diz o artista. Não por acaso, nos últimos 20 anos, ele instalou seu ateliê dentro de uma fábrica de plástico desmantelada, a Simala, em Leiria, sua cidade natal. É esse universo, de 6.000 m2 de área coberta e uma imensa quantidade de materiais deixados para trás, que o artista, conhecido por suas esculturas compostas por variados materiais fabris, elementos arquitetônicos e móveis descartados, utiliza como matéria-prima.
Na exposição, Souza Vieira recorre também ao uso da palavra, mas no verso dos trabalhos. “As obras trazem palavras escritas, que não vemos claramente. Só as percebemos através das superfícies marcadas pelo tempo, dos vidros acrílicos que as compõem”, conta Rita, referindo-se a outra faceta do trabalho de Nuno: o jogo sutil entre o visível e o invisível, entre o que é evidente o que não se vê. “Quero conduzir o olhar para o oculto. É no avesso onde quero chegar. Nós não vemos só com os olhos, vemos com o cérebro, com os sentidos, com o corpo todo. É esse olhar que quero trazer para a exposição”, diz ele. Por isso também, o verso de cada pintura da exposição estará registrado em postais, que serão entregues aos visitantes, para que eles possam levar para casa.
Outro destaque da mostra na Mul.ti.plo é a forma de apresentação do conjunto de pinturas. “O projeto expositivo é praticamente uma terceira obra. Tudo foi pensado por Nuno”, explica Stella Ramos, sócia da Mul.ti.plo. “Souza Vieira rompe os limites de parede e teto, interferindo no espaço e realizando um diálogo com a arquitetura do gabinete de arte”, acrescenta Maneco Müller, sócio de Stella na galeria.
Inscreva-se para receber as Novidades sobre Eventos
e o Universo das Artes primeiro!
Na sala dois, o destaque é uma vídeo-obra, de 2011, com aproximadamente oito minutos. “O vídeo relata o emparedamento da entrada do meu ateliê, e sempre que o trabalhador entra em cena o vídeo é cortado e só volta quando o trabalhador sai. A obra procura refletir sobre a invisibilidade física do operário em prol da visibilidade da consequência do seu labor”, diz o artista, que estará no Rio para a abertura da exposição e depois segue para São Paulo onde inaugura uma mostra na galeria Raquel Arnaud.
SOBRE O ARTISTA
Nuno Sousa Vieira nasceu em Leiria, Portugal, em 1971. Atualmente, vive e trabalha entre Lisboa e Leiria. Frequentou o Mestrado em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, escola onde agora é doutorando. Recentemente expôs na SE8 Gallery, em Londres, Reino Unido; no Consulado de Portugal, em São Paulo, Brasil; na Tabacalera, La Principal, Madri, Espanha; na Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa, Portugal; no Q22 – Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, Portugal; na Galeria Espacio Olvera, Sevilha, Espanha; no Consulado de Portugal em Sevilha, Espanha; na Galeria Graça Brandão, Lisboa; na Galerie Emmanuel Hervè, Paris. Entre 2010 e 2011, realizou três importantes exposições individuais: no Pavilhão Branco do Museu da Cidade, em Lisboa; na Newlyn Art Gallery and The Exchange, no Reino Unido; e na Hans Mayer Gallery, Alemanha. Apresentou também um projeto individual na ARCO, Madrid, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti. Expôs ainda na Kunsthalle São Paulo, 2014; na Appleton Square, Lisboa, 2012; na Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2010; na Carpe Diem, Lisboa, 2009; na Galeria Graça Brandão, Lisboa, 2009; e na Empty Cube, Lisboa, 2008, entre outras. O seu trabalho está representado em diversas coleções, como PINTA – Latin America, CAV (Centro de Artes Visuais), Coleção Teixeira de Freitas, Coleção PLMJ, Coleção António Cachola, Câmara Municipal de Leiria, Coleção Paulo Pimenta, Coleção José Lima, Coleção António Albertino.
SERVIÇO
Exposição de Arte
Título: “Tenho a vista cansada”
Artista: Nuno Sousa Vieira
Texto crítico de apresentação da exposição: Rita Gaspar Vieira
Abertura: 25 de agosto (quinta-feira), das 18h às 21h
Período expositivo: de 25 de agosto a 28 de setembro de 2022
Local: Mul.ti.plo Espaço Arte
Tel: +55 21 2259-1952
Horário: 10h às 18h30, de segunda a sexta-feira; sábado sob agendamento
End: Rua Dias Ferreira, 417, 206 – Leblon – Rio de Janeiro
Entrada franca