Eu sou aquela mulher
A quem o tempo
Muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.
(CORALINA, 2004, p.132)
As palavras seriam insuficientes para descrever a mulher que foi nossa querida Cora Coralina. Seus versos são de infinita simplicidade, mas de imensurável vigor e beleza. As linhas evidenciam a maturidade, a energia, ao mesmo tempo em que expõem o interior de uma alma tão doce quanto os doces que ela mesma fazia.
Nas palavras da poesia estão um pouco da poetisa que encantou, mas acima de tudo, um pouco do pulsar constante do coração de cada mulher em sua obstinada luta diária. E quando os versos não bastam, entra a Arte com suas cores e formas para falar ao coração. E decerto o encantamento se complete pelas demonstrações artísticas, quando tanto se tem a dizer da alma feminina. Possivelmente esse retrato de mulher resoluta, firme e perseverante esteja representado nas obras da exposição que está em cartaz no Mercure Hotel, em São Paulo.
A mostra, que tem a impecável curadoria de Sandra Honors, revela pensamentos, lutas e conquistas femininas em meio a uma sociedade ainda tão desigual. Por meio de diferentes linguagens e técnicas, as artistas, minuciosamente escolhidas, expuseram em suas obras, os enfrentamentos diários, as vitórias alcançadas e as que ainda estão distantes. A mostra teve início em 21 de setembro; ficará até 31 de outubro no Mercure Hotel São Paulo Paulista, da Rua São Carlos do Pinhal, 87, na Cidade de São Paulo; e poderá ser visitada das 10 às 20 horas.
Se porventura a Poesia acima se metamorfoseasse, cada obra da exposição seria uma palavra, seria um verso. Pelas mãos das artistas, ficaram expostas tantas Coras do Brasil em seus mais singelos momentos do cotidiano, expostos na doçura do olhar de mãe, na força de mulher guerreira, no gesto delicado, na voz melodiosa, no olhar resoluto e contundente. Cada qual tem seu próprio encantamento e leveza. Se acaso o espectador se encantar, é porque a Poesia soprou na Arte.
Referências:
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CORALINA, Cora. Melhores Poemas: Cora Coralina. São Paulo: Global Editora, 2004.
ROSÂNGELA VIG
Sorocaba – São Paulo
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: rosangelavig@hotmail.com