Michele Principato Trosso – “Espontâneo”

Michele Principato Trosso é Artista Plástico.
Michele Principato Trosso é Artista Plástico.
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Diretamente de Capizzi, Itália, apresentamos a entrevista com artista plástico Michele Principato Trosso. Já expôs em países como Taiwan, Uruguai, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Egito, Portugal, Cingapura e Rússia.

Acompanhe!

Quando seu desejo de ser artista despertou?

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Meus pais são italianos e imigraram para Neu-Ulm, na Alemanha, a trabalho. Nasci na Alemanha, morei lá até os 4 anos e depois disso minha família decidiu voltar para o país deles.

Meu pai voltou para a Itália e abriu uma atividade comercial, o bar. Ficava muitas horas por dia no bar, brincava com videogames e com as folhas do bloco de notas que arrancava desenhando com a caneta, criando imagens, mundos diferentes, visões alternativas e conseguia de forma simples copiar imagens sagradas, histórias em quadrinhos, desenhos animados, personagens de tv e animais, na faixa etária de 5 a 6 anos.

Sempre continuei a desenhar, mas durante um período da minha vida mudei de rumo, escolhendo o Instituto Técnico de Topógrafos como faculdade de estudos. E depois de formado, trabalhei como agrimensor por quase 4 anos da minha vida.

O fogo da arte reacendeu-se novamente por acaso, enquanto assistia a uma mostra que tratava de arte, então resolvi colocar um pincel nas mãos e pintar sobre tela, mas acima de tudo inscrevi-me na faculdade da Academia de Belas Artes de Catânia, especializado em pintura.

Enquanto eu estudava, trabalhava em um bar (cozinheiro auxiliar) e vendia obras figurativas por encomenda, acredito que em um ano criei quase 150 igrejas, retratos e paisagens rupestres.

A chama da arte começou assim.

Como você desenvolveu seu estilo (técnicas)?

Depende do ciclo pictórico.

Espaço em técnicas e materiais (trapos, colas, papéis, plástico, betume, cimento, gaze, pigmentos, brinquedos, filamentos, esmaltes e óleo) são úteis para criar. Porque a obra é uma segunda derme e epiderme, com caroços, concreções, crescimentos e secreção, ela se implementa e se gera. São lacerações, húmus vivo de si…

Enquanto estou pintando, penso que é uma obra a ser modelada, uma escultura, por isso crio obras materiais, pittosesculturas de 3-4 cm de espessura… Quando crio narração e jogo na arte icônica no anicônico, entre o abstrato e o figurativo, entre o real e o conceitual.

Minhas obras falam de meus estados de espírito, sempre em evolução, que absorvem forças externas, criando uma força subjetiva centrípeta, virulenta, instintiva, visceral.

A pintura é o fogo ardente do ser.

Cite se teve influências artísticas em seus trabalhos e quais artistas?

Na academia aprendi com o prof. Salvo Russo artista da pintura culta e pelo prof. Lombard neo-conceitual. Com eles aprendi as técnicas básicas: primeiro desenho, precisamente a técnica matizada de Leonardo Da Vinci. Equilíbrio da imagem.

Durante um ano inteiro só desenhei com grafite em folhas de papel, composições e maquetes. No segundo ano da faculdade, aprendi as técnicas de pintura de esmaltes, primeiro composições e depois cópias de grandes artistas. O terceiro e quarto ano da universidade foi o período de experimentação, pesquisa artística pessoal e individualista, então gostei da visão de ler e olhar muitas obras, tanto do passado quanto do contemporâneo.

Aqui capturei Vedova, De kooning, Kokoscka, Ensor, Schifano, Rotella, Kiefer, Cezanne como meus “mestres” espirituais e artísticos. Cada um deles deixou uma marca indelével em mim.

Do expressionismo abstrato, aprecio a virulência instintiva e certas cores vivas dos amarelos, vermelhos e pretos de Vedova. De Schifano absorvi a habilidade do gesto harmônico e natural. A potência de Kiefer, material e solenidade da obra, ele libera cores viscerais o sienna, a terra arrasada ou a terra de Kassell.

Você tem algum familiar ou conhecido que seja artista?

Não tenho parentes pintores, porém conheço muitos artistas e até famosos.

Viver de arte é possível?

Antes da pandemia e depois da guerra, ficou difícil viver só de arte, porque o globo está em crise.

Já pensou em não atuar mais com arte? Você pode comentar por quê?

Pergunta difícil, porém, há momentos em que pensei em ir embora, mas o fogo que arde por dentro não sai de você e vive sempre comigo, cada momento, de forma capilar.

Que habilidades são necessárias hoje para o artista?

Precisamos trabalhar cada momento, conhecer nossas origens, estudar, trabalhar com afinco e ser cronistas do nosso tempo, porque a arte não é uma imagem, mas uma linguagem visual.

O que você sente quando cria ou aprecia uma obra de arte?

Arte é alimento para a mente.

Suas inspirações para criar uma obra de arte?

Narro o mundo como o percebo e percorro ciclos pictóricos… Exemplo do ciclo dos troncos são os arquétipos, modelos primitivos, esculturas naturais, formas sinuosas enraizadas na terra.

No entanto, o fundo é sempre vermelho, um vermelho único, porque o trato várias vezes, como faziam os alquimistas do passado, e depois crio as árvores.

A gênese dos baús conta a simbologia do homem, da mulher, do encontro, dos amuletos mágicos, dos fetiches hieráticos, da amizade, do amor, do erotismo, da sexualidade inacabada, do esoterismo entendido como a busca do próprio eu.

Qual arte mais te impressionou até agora?

Não tenho um gênero específico, amo a arte em sua essência e somos filhos do nosso tempo.

Você sempre tem que criar ou cria apenas em determinados momentos?

Não há um período específico, porém, pintar constantemente.

O produto do seu trabalho é único ou tem uma relação próxima ou distante com o seu trabalho anterior?

Há sempre um fio contínuo e cada um de nós tem a sua própria mão.

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Quais são os desafios da arte/artista no cenário atual?

Mais do que um desafio do artista, precisamos de um desafio dos mecenas, galeristas e promotores, são eles que fazem a diferença para cada pintor.

As redes sociais têm ajudado você a divulgar seu trabalho?

Sim, eles dão a conhecer os meus trabalhos em muitos lugares, graças a eles tive contatos no estrangeiro e o mundo tornou-se pequeno e próximo.

Como as artes plásticas podem contribuir para a educação e a cultura?

Agora a arte conta para poucos, as prioridades são outras e as pessoas vivem tudo rapidamente. Entretanto para a arte devemos parar e aproveitar o trabalho, mas estamos em um mundo rápido.

Como você analisa as qualidades de uma obra de arte?

Uma pergunta com cem armas… é difícil saber, entender, o amante da arte. Os gostos devem ser subjetivos, em vez disso, na maioria das vezes, o colecionador de arte é dirigido por outros e subjugado pela propaganda publicitária.

Quais são os critérios para estipular o valor de uma obra de arte?

Agora o mercado e os galeristas de certa profundidade, que influenciam o mercado de um artista.

Fale sobre seus projetos hoje… e qual é o seu conselho para quem está começando?

Tenho um projeto em andamento de uma turnê de exposições na rússia…

Já para os jovens, aconselho nunca desistir e ser honesto consigo mesmo… a longo prazo você vence e o aprendizado nos torna homens livres e nunca submissos ao sistema de arte, mas acima de tudo nunca pague para expor ou quaisquer artigos, pagamento em revistas, porque são apenas locatários ou especuladores de arte.

Sobre suas exposições, você tem algum comentário sobre elas, sentimentos…

Em exposições pessoais tenho conhecido muitas pessoas, inclusive colecionadores e cada um deles indaga e pede curiosidades sobre como fiz uma pintura…

Você poderia comentar alguma curiosidade artística?

Uma curiosidade bacana é que muita gente vai na inauguração para comer alguma coisa e beber um copo de vinho… ha ha ha

Como você definiria sua arte em uma linha?

Espontâneo.

Redes Sociais:

Instagram: @michele_principato_trosso

Artmajeur: Michele Principato Trosso

SngularArt: Michele Principato Trosso

Boa Visão:

Tony Franco é Administrador de Empresas.
Tony Franco é Administrador de Empresas.

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