Precedida de seminário pela manhã e tarde, sessão de autógrafos acontece
no dia 11 de novembro na Feira do Livro de Porto Alegre
“A duração engendra duração
e caleja os olhos e ouvidos
com a efemeridade entre juncos,
entre dedos, entre tetas e pestanas.
Mas tudo o que é belo é efêmero.
O eterno é tremendamente efêmero.”
(Maria Carpi)
O sábado 11 de novembro será um dia para celebrar a obra da poeta gaúcha Maria Carpi na 63ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Lançando um novo título com 95 poemas inéditos, ela será tema de um seminário de dia inteiro no grande evento cultural da cidade.
Com curadoria de Caio Riter e Milene Barazzetti, Os cantares da poesia – vida e obra de Maria Carpi tem abertura às 9h na Sala Oeste do Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028 – Praça da Alfândega), com entrada franca. Participam da atividade, além dos curadores e da própria autora, as professoras Maria Helena Campos (IFSUL), Cinara Ferreira Pavani (UFRGS), Márcia Ivana Lima Silva (UFRGS) e Márcia Lopes Duarte (UNISINOS); os poetas Cristina Macedo, Maria do Carmo Campos e Dilan Camargo; a escritora Marô Barbieri e os associados da AGES Álvaro Santi, Carlos Leser, Fabrício Carpinejar, Gláucia de Souza, Laís Chaffe e Sidnei Schneider.
O seminário é uma iniciativa da Associação Gaúcha de Escritores e do autor e professor patronável Caio Riter. “A AGES está me homenageando através da Feira do Livro. São professores de três universidades, fora outros escritores, neste evento. É muito lindo eles analisarem a obra de Maria Carpi. É uma honra para mim”, diz a poeta.
A programação será coroada com a sessão de autógrafos de Tudo o que é belo é efêmero (Modelo de Nuvem, 2017, 104 págs., R$ 29,90) na Praça de Autógrafos da 63ª Feira do Livro. Sobre o lançamento deste título, a autora conta que foi um resgate de seu filho Fabrício Carpinejar. “Ele se encantou por este livro, tirou da gaveta, fez uma primeira postagem da obra e encaminhou a essa editora. Estou publicando apostando nos novos”, conta Maria, acrescentando que poesia não se explica, apenas se interpreta: “Posso falar somente sobre a circunstância em que escrevi os poemas. Sou uma poeta temática, o que é raro. Eu me apaixono por um núcleo temático e vou desdobrando como se fosse uma partitura musical. Eu digo que eu escrevo porque eu não canto, então toda a minha vocação veio para a literatura. Mas eu exerço a música também pelo ritmo e pela melodia do texto”.
Contemplando vida, morte, passagem do tempo, escolhas e devoção, seus versos destacam a efemeridade do vislumbre, da generosidade, das lágrimas, das flores, do ponto maduro da fruta, da chama, do calor da brasa. “Estou lidando com a efemeridade e a busca da permanência das coisas. E amamos porque tudo é muito fugaz, muito breve. Eu digo que se não tivéssemos saído do Paraíso não iríamos procurar reconstruí-lo. Acho que toda a arte é uma busca do Paraíso perdido. A busca do eterno é porque tudo é muito efêmero. Eu tenho uma predileção para coisas que são fugazes e rápidas, como a rosa, que tive de podá-la, mas ela vai nascer de novo. E eu tornar a plantar a rosa, apesar de ela ser efêmera”, relata a escritora.
TRECHO DA ORELHA – AUTORIA: FABRÍCIO CARPINEJAR
Maria Carpi, aos 78 anos, não teme a velhice, estranhamente oferece a sua mão e o seu consolo. Pois surge jovem em sua longeva maturidade, percebendo que ainda tem dúvidas, que há tanto por descobrir em si. “Entro, pois, moça na velhice.”
Parece que igualmente conforta a morte pelo seu papel sempre desagradável. “Tudo o que morri, vivo vai a minha frente.”
Numa postura paradoxal, agradece a sinceridade de estar inteira e coesa num único lugar, e não aos pedaços e folhas avulsas por tudo e por nada de hoje em dia. Estar no corpo talvez seja a maior proeza da contemporaneidade, sem fugir para avatares e personagens virtuais.
Mais sobre a autora MARIA CARPI:
Nascida em Guaporé em 1939, ela começou a escrever poemas na adolescência, chegou a publicar em um jornal acadêmico durante a faculdade de Direito na UFRGS (finalizada em 1962). No entanto, a estreia na literatura foi somente em 1990, com Nos Gerais da Dor (Ed. Movimento), título que arrebatou o prêmio de Revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) daquele ano. Com quatro Açorianos no currículo, sendo finalista de um Jabuti, três vezes Melhor Livro do Ano em Poesia pela AGES, a escritora tem uma longa produção, apesar de ter começado a publicar tardiamente, aos 50 anos.
63ª Feira do Livro de Porto Alegre
PROGRAMAÇÃO
Sábado, 11/11, das 9h às 16h, na Sala Oeste do Santander Cultural (Sete de Setembro, 1028)
SEMINÁRIO AGES: OS CANTARES DA POESIA – VIDA E OBRA DE MARIA CARPI
– curadoria de Caio Riter e Milene Barazzetti
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Inscrições pelo e-mail: caioriter@uol.com.br (para obtenção de certificado àqueles que tiverem 75% de frequência na atividade)
AUTÓGRAFOS
Sábado, 11/11, às 17h30min, na Praça de Autógrafos***
TUDO O QUE É BELO É EFÊMERO – Poesia – MARIA CARPI
104 páginas
Capa e projeto gráfico: Camila Cornutti
Selo Modelo de Nuvem – Ed. Belas Letras
Caxias do Sul | Porto Alegre, 2017
Valor: R$ 29,90
*** Livros estarão à disposição na banca da Belas Letras (defronte à Rua da Praia), na Feira, ou no estande das obras a serem autografadas, ao lado do Pavilhão.