Karin Cagy abre primeira individual que aborda “ageismo” e feminismo – dia 21/09, no Solar de Botafogo

Beau Voir”

Individual de Karin Cagy no Solar de Botafogo aborda o etarismo com pinturas de mulheres fortes em situações libertárias

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Karin Cagy tem no DNA a postura livre e destemida retratada nas telas de sua primeira individual, “Beau Voir”, que abre no dia 21 de setembro na Galeria Vertical do Centro Cultural Solar de Botafogo, sob curadoria de Alexandre Murucci. Oriunda de uma família de mulheres fortes, sua mostra é fruto da virada existencial e profissional que se confirmou no período sabático durante a pandemia, quando ela assumiu sua persona artística cultivada desde a juventude. Como grande diferencial de sua investigação temática, suas personagens são mulheres na faixa a partir dos 60/70 anos, quase sempre apresentadas em protagonismos inesperados. Em seu universo pictórico, as figuras escolhidas pela artista se mostram donas de seus percursos e escolhas, contrariando estereótipos e restrições naturalizadas pela sociedade ocidental, que, apesar de se mostrar cada vez mais aberta ao enfrentamento do ageísmo, ainda mantém o culto à juventude como seu maior ativo econômico e simbólico.  A exposição vai até o dia 19 de outubro e reúne cerca de 20 obras em médios formatos, utilizando técnicas de tinta a óleo e acrílica, numa paleta “cupcake”, cores dóceis que contrastam com a atitude de suas personagens.

“Sempre desenhei mulheres. Sempre muito feminista. Minha pesquisa na pintura sobre ‘ageísmo’, um preconceito que atinge de forma mais contundente o sexo feminino, é onde sinto que meu trabalho mais tem a conectar as pessoas. E a imagem que eu tenho das mulheres de mais idade vem de minha mãe e avó, que sempre foram ativas e potentes, cheias de vida – é o meu parâmetro. Eu mesma não me imagino de outra forma e é assim que eu pretendo envelhecer. Por que envelhecer tem que ser feio, ser inexpressivo?”, diz Karin Cagy.

“Beau Voir” nas palavras do curador

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“Apresentando uma série de trabalhos que falam de questões caras à sua sensibilidade e que envolvem o universo feminino, suas mulheres são fortes, destemidas, surpreendentes.

Fruto de sua dinâmica de atelier nos últimos 3 anos, a mostra ‘Beau Voir’ brinca com suas acepções linguísticas, ao ser traduzida livremente como algo bonito de ver, certamente um contraponto quando nos deparamos com o ‘status quo’ estético vigente, ao mesmo tempo em que é uma expressão de afirmação e convicção na língua francesa, e flerta com a musa existencialista Simone de Beauvoir, autora do livro capital do feminismo – “O Segundo Sexo” (Le Deuxième Sexe) publicado em 1949, uma das obras mais celebradas e importantes para o movimento, analisando a condição feminina nas esferas sexual, psicológica, social e política. Karin Cagy elege um olhar solidário a uma mulher no seu entorno próximo – família, amigas e pessoas do universo profissional como designer e criadora de moda, onde atuou por três décadas, e onde estes aspectos são tratados com a crueza e dramaticidade de uma cultura ao corpo inóspita e impositiva, e que, mesmo não sendo seu lugar de fala presente, se coloca em seu horizonte de forma latente, em angústias e expectativas de seu lugar no mundo, que ela transforma em poesia libertadora ao criar Senhorinhas livres e donas de seus destinos.  Realmente bonito de ver!”

Alexandre Murucci, agosto de 2022.

Sobre a trajetória de Karin Cagy

Com o desenho presente em sua vida desde seus 5 anos, Karin Cagy já ministrava aos 18 anos, aulas de Pintura em Seda no Club Med. Cursou Modelo Vivo no Parque Lage com Astrea El Jaick e Gianguido Bonfante e, posteriormente, Desenho Industrial na Faculdade da Cidade e Moda na Universidade Candido Mendes. Com ampla experiência na indústria da moda, onde trabalhou por mais de duas décadas, manteve um ateliê de vestidos de festa, à frente de uma grande equipe. Neste período onde desenhava os modelos, gerenciava o processo e fazia todo o tipo de bordados à mão, em peças exclusivas e únicas, sua dinâmica na arte ficou como base de seu trabalho na moda. Mas em 2018, Karin realinhou sua investigação artística e voltou à Escola de Artes Visuais do Parque Lage, tendo como professores Luiz Ernesto, Bruno Miguel e Charles Watson, retornando a pintura de forma visceral e profícua. 

Serviço:

“Beau Voir” – artista Karin Cagy questiona o ageísmo com mulheres fortes em protagonismos inesperados

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Curadoria: Alexandre Murucci

Abertura: dia 21 de setembro, quarta-feira, às 19h

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Local: Centro Cultural Solar de Botafogo – Galeria Vertical

Endereço: Rua General Polidoro, 180 – Botafogo – Rio de Janeiro

Visitação: do dia 22 de setembro a 19 de outubro de 2022

Horário: ver programação do teatro (visitas podem ser agendadas em horários livres) 

Classificação: livre

Entrada gratuita

Contato: @karincagy

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