AQUARELA COMO DEVIR
“O universo da aquarela se diferencia pela presença das transparências como característica primordial”. É justamente nas áreas em que as nuances se fazem mais presentes que existe o aprofundamento dessa técnica, que consiste na conversa entre a água, o papel e o pigmento num amplo estudo de possibilidades.
A trajetória de Ivone O. Ramos inclui a busca permanente por um processo cada vez mais aprimorado de desenvolvimento visual. Nesse sentido, ao escolher um de seus temas preferidos, a dança, tem como preocupação centrar o olhar no movimento dos bailarinos, assim como em suas posições.
O que está em jogo, seja nos trabalhos mais figurativos como naqueles em que a abstração se faz presente, é a maneira de pensar o espaço e concebê-lo como um mundo no qual é preciso agir seguindo critérios que vão sendo formados pelo diálogo entre a tradição e a inovação, entre algumas poucas certezas e numerosas dúvidas.
É quando desmancha os referenciais e realiza passagens de cor que Ivone O. Ramos atinge seus momentos mais densos. “Estabelece assim os passos de uma proposta própria, na qual não se limita ao que vê, mas mergulha no que não está evidenciado e naquilo que a aquarela permite em termos de devir.” – Oscar D´Ambrosio, jornalista e mestre em Artes Visuais pelo Instituo de Artes da UNESP, integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA – Seção Brasil). www.facebook.com/odambros
Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?
Nasci em SP e me criei no Estado do Paraná. Formada em Serviço Social pelas FMU.
Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?
Sempre gostei de desenhar e colorir. Quando voltei do Paraná para SP, passei a frequentar a Associação Paulista de Belas Artes, onde se deu o meu primeiro contato com as artes.
Como surgiu ou você descobriu este dom?
Acho que nasci com esse dom. Desde o curso primário desenhava e coloria meus cadernos. Fiquei encantada quando uma prima (artista) desenhou e pintou uma rosa para eu ver. Nunca mais me esqueci dessa rosa.
Quais são suas principais influências?
Admiro muito o trabalho de dois artistas que, acho que me influenciam. TURNER, por sua cor e luminosidade. EMIL NOLDE pela vivacidade das cores.
Quais os materiais que você utiliza em suas obras?
Atualmente trabalho com aquarela sobre papel e, às vezes, acrílica sobre papel ou tela.
Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?
Meus temas preferidos são os músicos e as danças. Meu pai foi músico em bandas e assim esse tema é recorrente nos meus trabalhos.
Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?
Em 1993, quando fiz as primeiras vendas, me senti incentivada a continuar criando.
A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?
Fiz aulas durante anos com o aquarelista LUIZ ZEMINIAN, que foi quem me incentivou sempre e me deu uma direção na minha carreira de aquarelista. Foi, portanto o meu mentor.
O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…
A arte é tudo na minha vida. Não sei mais viver sem o colorido, as manchas, a fluidez das aquarelas, suas luzes e sombras.
Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção a cerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).
Expresso minhas ideias através do desenho e pintura com uso de diferentes materiais (aquarela, guache, pastel, nanquim e canetas diversas) sempre sobre papel ou tela.
Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?
Considero como meus mentores, os meus professores Magali Jansen e Luiz Zeminian. Foram eles que me incentivaram e apoiaram nas minhas primeiras exposições. Minha primeira exposição foi em conjunto com a Magali Jansen, numa demonstração de crédito ao meu trabalho. Luiz Zeminian me indicou para Prêmio Revelação em Aquarela na Associação Paulista de Belas Artes, o que deu um impulso na minha carreira artística.
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Você tem outra atividade além da arte? Você dá aulas, palestras etc.?
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Atualmente deixei de dar aulas. Exponho em exposições coletivas e também em Feiras de Artes, em Praças públicas.
Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações?
Quanto às exposições internacionais… não tenho. O que tenho são muitas aquarelas vendidas aos turistas que vão à Pça Benedito Calixto no bairro de Pinheiros-Capital. Aí meu trabalho corre mundo…
Também tenho aquarelas feitas sob encomenda que estão na Holanda, Londres e França.
Não mencionei premiações porque, as que tive são muito antigas e foram poucas. Foram na APBA… Medalha de Prata e Prêmio Revelação em Aquarela.
Exposições no Brasil
- Individual na Livraria Cultura do Shopping Butantã-SP;
- Coletivas na Associação Comercial de Pinheiros-SP;
- Individual na Passagem Literária da Consolação-SP;
- Individual no Tribunal de Justiça de SP;
- Coletivas na Galeria Licia Simoneti em Limeira–SP;
- Coletiva no 43st World Congress in Dance Research em Campinas–SP;
- Primeiro Salão de Aquarelas de Piracicaba-SP;
- Exposição na Galeria do Espaço Cultural Alberico Rodrigues-SP;
- Coletivas ARTE NO FORUM, no Fórum Regional do Jabaquara–SP.
Seus planos para o futuro?
Plano para o futuro: continuar pintando muito e me aperfeiçoando cada vez mais.
Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?
A arte brasileira sempre vai ter o seu lugar, com tantos artistas bons e amadurecidos. Quanto as exposições internacionais, acho que a preferência está em não existir seleção para o envio dos trabalhos, mesmo com o custo alto. Sem contar, que podem constar em currículo.
Tenho percebido que algumas galerias tradicionais estão encerrando as atividades. Os artistas estão dando preferência para expor em Espaços Culturais. Em sua opinião qual seria a causa?
Trabalhar com Galeria é difícil. A obra passa a ter um valor exarcebado, a meu ver, o que torna a venda complicada. E aí, a preferência por exposições em Espaços Culturais, onde o artista e curador podem negociar com maior probabilidade de venda.
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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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