Intervenção artística de Claudio Partes resgata memórias no Centro Cultural FASE – FMP

Claudio Partes. Foto: Divulgação.
Claudio Partes. Foto: Divulgação.
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História e memória se encontram na intervenção “Arqueologia Contemporânea”, que o artista visual Claudio Partes inaugura em 12/03 no Centro Cultural FASE – FMP. Até o dia 31 de abril, será possível fazer um passeio poético que evoca as exposições que já passaram pelo espaço nos últimos nove anos e propõe uma reflexão sobre a importância de conceitos como memória e conservação.

A intervenção arte-processo vai ganhar forma no trabalho de recuperação das pinturas dos painéis utilizados em exposições anteriores, em um processo conhecido como prospecção pictórica. Essa técnica consiste em restaurar uma obra através da identificação das camadas de tintas sobrepostas nas peças, sem abrir mão de preservar seu valor estético e histórico. A proposta é conduzir os visitantes à reflexão sobre a relação entre efemeridade e preservação e revivenciar o espaço, suas dimensões e expressões por meio de um diálogo que atravessa o tempo, integra e promove o reencontro. Tudo isso apenas ao trazer de volta partes de exposições variadas que ofereceram um olhar aprofundado sobre assuntos que vão do corpo humano às raízes lusófonas do Brasil.

“O objetivo é provocar reflexões e sensibilizar o público para o entorno que nos cerca, carregados de memórias, histórias e sentimentos, além de levar à reflexão sobre espaço, tempo e memória. No fundo, percebemos que alguns conceitos que serão trabalhados na intervenção são mais presentes do que podemos imaginar”, reflete Claudio.

Responsável por esse resgate, o artista se propõe em trazer à tona, por meio das camadas de pinturas realizadas no espaço, a riqueza de informações em seus vários níveis e analogias. O espaço será exposto como um corpo, com seus registros e memória (envelhecimento, cicatrizes e as intervenções e seus significados) à mostra. Entre as influências para a intervenção estão a obra do artista Gordon Matta-Clark, ideias de poética do espaço de Bachelard e da sacralização do patrimônio de Bordieu.

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Completa a base do conceito a realidade líquida proposta por Zygmunt Bauman, que coloca em perspectiva a velocidade com que coisas, pessoas, sentimentos e sensações se perdem no mundo moderno, dando lugar a novos. Questões como estas, somadas ao impulso criativo e experimental, levaram à elaboração de uma obra poética onde essas ideias pudessem ser compartilhadas com os visitantes.

Claudio Partes. Foto: Divulgação.
Claudio Partes. Foto: Divulgação.

Claudio Partes retoma a parceria com a Fase-FMP, onde já colaborou em outros eventos, trabalho que foi reconhecido na exposição “Brasil-Portugal: o mar que nos separa, a língua que nos une”, que recebeu o Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura. Um possível desdobramento dessa nova parceria será uma publicação em formato digital (e-book) com imagens e textos em torno da intervenção, além de um vídeo em formato de curta-metragem.

O projeto explora formatos alternativos para sua viabilização, como a realização da Oficina de Criatividade, que acontece em paralelo à exposição. As aulas semanais vão apresentar técnicas de estímulo à criatividade através de atividades práticas e teóricas. O objetivo é o de abordar a criação, o desenvolvimento e a produção de projetos diversos, podendo atender a artistas, fotógrafos, empreendedores, produtores de eventos e outros interessados em processos criativos.

A intervenção “Arqueologia Contemporânea” tem o apoio do Centro Cultural FASE – FMP, Ideação, Sigrid Haack, Gregori Bastos, Anita Soares e Erick Simão, e acontece de 12/03 a 31/04, aberta a visitação de segunda a sexta, das 9h às 21h, e aos sábados das 9h às 18h. A entrada é gratuita e a classificação é livre.

Sobre o artista

Claudio Partes soma mais de 25 anos atuando como artista visual, fotógrafo, designer e produtor. Seu trabalho tem a imagem como grande norteadora e busca explorar ao máximo as possibilidades e meios para expandir a expressão e experiência.

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Formado em Artes Gráficas (CFP-Senai, 1991), Claudio se especializou com cursos de extensão em Artes e Ofícios da Imagem (Museu Imperial) e de Educação em Escolas de Período Integral (UERJ), além de cursos livres diversos, com foco em desenho, pintura, arquitetura, cenografia e fotografia.

A formação do artista também se deu por meio de referências ecléticas. “Destaco Miró, que na adolescência me fascinou muito pela cores primárias e aparente simplicidade; Raymond Lowey, que me conduziu ao design; e nomes como Aloisio Magalhães, Wladimir Dias-Pino e Gringo Cárdia, além de estudos e obras inquietantes, provocativas e estimulantes de autores como Nietzsche, Jung e Bauman”, revela Claudio.

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A leveza e a busca pelo essencial são algumas das características mais marcantes de seu trabalho, como um todo. Em alguns momentos, essas imagens assumem ares tênues, em uma aproximação do sentimental e espiritual, em contraposição ao material. O objetivo é sempre o de sensibilizar e evocar sentimentos. Esses são aspectos existentes em obras fotográficas como “3×4” (2008) e “Sútil” (2009) e em objetos como “Brasil” (2014) e o “Alfaiate de Asas” (em desenvolvimento), entre outros.

Além dos trabalhos individuais, vistos em exposições como “Fragmentos” (Centro de Cultura Raul de Leoni, Petrópolis, 2012) e “Ensaio BioGráfico” (Centro Cultural FASE – FMP, Petrópolis, 2013), Claudio traz no currículo coletivas como a Semana de Arte de Portinari (Brodowski – São Paulo, 1991), “Espaço Vazio” (Mac, Niterói, 2007), “Arte Garagem” (Petrópolis, 2009 e 2014) e “6 Descem a Serra” (Centro Cultural Light, Rio de Janeiro, 2014).

Ficha técnica de “Arqueologia Contemporânea”:

Produção: Aline Cruz e Claudia Pereira
Apresentação e assessoria: Sigrid Haack
Fotografias: Anita Soares e Erick Simão
Videografia: Gregory Bastos
Assessoria de imprensa: Build Up Media

Serviço

Intervenção Artística “Arqueologia Contemporânea”, por Claudio Partes
Data: de 12/03 a 31/04
Horário de visitação: de segunda a sexta, das 9h às 21h, e aos sábados das 9h às 18h (fechado aos domingos e feriados)
Local: Centro Cultural FASE – FMP – Casa Hercílio Esteves
Endereço: Avenida Barão do Rio Branco, 1003 – Centro – Petrópolis/RJ
Entrada: gratuita
Classificação: livre
Oficina de Criatividade
Data: de 12/03 a 30/04
Horário: aula semanal todos os sábados, das 10h às 12h
Local: Centro Cultural FASE – FMP – Casa Hercílio Esteves
Endereço: Avenida Barão do Rio Branco, 1003 – Centro – Petrópolis/RJ
Vagas: 20
Valor: R$ 100,00
Classificação: livre

Inscrições: no local

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