FamilyArt Br Tattoo – Marilda e Fokinha, “A arte nas ruas e no corpo” por Edmundo Cavalcanti

Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
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Nesta matéria apresentamos uma nova vertente da arte, o Graffiti (Arte Urbana), trabalhos que embelezam os espaços de nossas cidades, com muitas cores e criatividade. Apesar de algumas restrições em algumas cidades. E também a tatoo.

Apresento a vocês dois grafiteiros e tatuadores de primeira linha, a Mari e o Fokinha, que além disso, fazem a customização de Skates.

Obs.: Conheci o trabalho deles em uma expo de customização de Skates, na qual participei, em um renomado restaurante de São Paulo.

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Primeira entrevista dupla.

Mari é Grafiteira e Tatuadora.
Mari é Grafiteira e Tatuadora.

O Graffiti é uma arte de rua (urbana) caracterizada por desenhos em locais públicos, (paredes, edifícios, ruas, etc) que surgiu na década de 70, nos Estados Unidos, na cidade de Nova York. O termo Graffiti, de origem italiana “graffito” (plural “graffite”) significa a “escrita feita com carvão”.

A história do Graffiti no Brasil surgiu na década de 70, precisamente na cidade de São Paulo, época conturbada da história do Brasil, silenciada pela censura com a chegada dos militares no poder.

Paralelamente ao movimento que despontava em Nova Iorque, o grafite surge no cenário da metrópole brasileira como uma arte transgressora, a linguagem da rua, da marginalidade, que não pede licença e que grita nas paredes da cidade os incômodos de uma geração.

Fokinha é Grafiteiro e Tatuador.
Fokinha é Grafiteiro e Tatuador.

A partir disso, a arte de grafitar se transforma num importante veículo de comunicação urbano, corroborando, de alguma maneira, a existência de outras vozes, de outros sujeitos históricos e ativos que participam da cidade.

A partir disso, importante ressaltar que o graffiti, inicialmente, foi uma arte caracterizada pela autoria anônima, em que o grafiteiro ou “writer” transformava a cidade num importante suporte de comunicação artística sem delimitação de espaço, mensagem ou mensageiro.

Fonte: Site TodaMatéria.

Entrevista

Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?

Mari: Nasci em São Paulo (capital). Não tenho formação acadêmica.

Fokinha: Eu sou Paulistano, nascido no bairro do Pari em 1975, mas oriundo de São Miguel Paulista. Nenhuma formação Acadêmica na área.

Mari pintando.

Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?

Mari: Minha mãe era professora primária, então em casa sempre tinha material de artes. Quando pequena fiz uma nave espacial na varanda de casa, usando massa de modelar, papéis, lápis de cor e canetinhas…

Fokinha: Meu primeiro contato foi aos 3 ou 4 anos, quando minha mãe e avó me davam lápis de cor e canetinhas Silvapen para deixar a diarista em paz.

Fokinha ensinando.

Como surgiu ou você descobriu este dom?

Mari: Penso que descobri, amo cores e principalmente deixar as coisas mais coloridas e brilhantes.

Fokinha: Acabei tomando gosto pelas cores e formas que iam surgindo e creio que não há dom, mas predisposição. Arte é como matemática: quanto mais se treina melhor fica.

Mari Arte.

Quais são suas principais influências?

Mari: Muitos são os artistas que via na minha infância, através de livros, enfim, mas, falar de principal influência, com certeza as mulheres do mundo, suas roupas, maquiagens, cores, posturas, danças, isso me influência muito…

Fokinha: Maurício de Souza, Salvador Dali, Van Gogh, Da Vinci e muitos artistas de Street Art e Graffiti, como Os Gêmeos, Binho, Alex Valauri, Markone, Zezão, principalmente o CANTWO, que faz um graffiti mais puxado pra ilustração, que eu também uso muito o estilo.

Fokinha Arte.

Quais os materiais que você utiliza em seus trabalhos?

Mari: Tudo que encontro (kkkk), até minhas bijuterias eu uso, desmonto para criar coisas novas, colo em quase todas minhas telas.

Fokinha: Quase tudo que tiver por perto: Lápis, caneta Bic, posca, tinta acrílica, tinta de tattoo, sprays, canson, cartolina, papel cartão, papel vegetal, aerógrafo, etc. Tudo é válido para ter um resultado agradável.

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Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?

Mari: Em primeiro lugar, coloco uma música legal, de preferência romântica. Daí então tudo vem chegando em minha mente. Só paro quando vejo que gostei do que fiz…

Fokinha: Como eu uso a arte como ativismo e politicamente, eu uso minha raiva como filtro para meus trabalhos, não consigo criar nada quando estou feliz de verdade, porque a arte me deixa feliz. E quando estou feliz por mim mesmo, não sinto necessidade de criar arte.

Mari Pintando.

Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?

Mari: Eu tinha 19 anos, quando fiz um curso de pintura de gesso, porcelana, telas, vidros enfim… mas, comecei a criar com mais frequência quando fui morar com o Marcelo (Fokinha) em 2010.

Fokinha: Eu comecei a me expressar profissionalmente em 1991, enquanto morava na Vila Caiçara no litoral Sul de SP. Lá comecei a fazer Graffitis comerciais depois de uma breve carreira na pichação, que me levou à um banho de tinta da PM (kkkkk) e também comecei lá a desenhar para marcas de surf de amigos e patrocínios.

Fokinha tatuando Mari.

A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?

Mari: Picasso, amo trabalhar com formas loucas, kkkk, mas também, amo a suavidade de Monet, não sei criar obras lindas como as dele, mas, ele me faz ver o mundo de outra forma.

Fokinha: Eu posso dizer que sou diretamente influenciado pela arte urbana atualmente. Uso o estilo de ilustração, pois também já fui designer de estampas em algumas marcas de roupas, skate e surf. Meu artista mais influente é Jim Phillips (www.jimphillips.com),esse com certeza definiu meu estilo atual, pois envolvia duas paixões (surf e skate art), esportes que pratiquei juntos por 13 anos. Hoje só skate.

Mary D Skate.

O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…

Mari: Tudo!!!!

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Arte é viver a vida de uma forma colorida ou em branco e preto.

Criar é viver, viver é sonhar, sonhar é ser feliz e ser feliz é criar…

Fokinha: Meu pilar psicológico e pessoal.

Fokinha Skate.

Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção a cerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).

Mari: Uso várias formas, tudo faz parte de um todo.

Fokinha: Desenho, Graffiti, Tattoo, Desenho Digital.

Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?

Mari: Meu avô Dr. Abdias Nogueira (pai da minha mãe) e minha mãezinha Ilda.

Fokinha: Minha mãe e avó materna. Se bem que meu avô paterno era letrista profissional e meu pai preenchia diplomas com letras góticas para os formandos em sua escola.

Fokinha Muro.

Vocês têm outra atividade além do grafite e tattoo? Vocês ministram aulas, palestras etc.?

Mari: Por vezes dei aulas às crianças carentes do bairro.

Fokinha: Eu sou tatuador há 7 anos, grafiteiro desde 1991, sou um dos organizadores da Única Mostra Internacional de Skate Arte na América Latina em Atividade (talvez no mundo) e ministro workshops de Skate arte… e também customizo ambientes externos e internos.

Tattoo.

Seus principais trabalhos.

Mari: Telas, mandalas.

Fokinha: Tattoos.

Seus planos para o futuro.

Mari: Viver da arte e para a arte.

Fokinha: Viver exclusivamente de arte sem se preocupar com a demanda.

Mari e Fokinha.

Website: www.familyart.com.br

Facebook:

Instagrams:

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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: cavalcanti.edmundo@gmail.com

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