Ao Deus desconhecido. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que vos anuncio (Atos 17; 23). Que impacto simbólico deve ter causado aos ouvintes do Apóstolo Paulo, esta locução? Cremos que o mesmo que ao atual leitor causa. Pelo dito e pelo proclamado, a tematização da sentença traz, ao intérprete, a evidência simbólica da consciência daquele que crê.
Tal interpretação revive no dinamismo interior de seu intérprete, a reflexão e apropriação da qualidade espiritual e de sua exterioridade sensível, pelo simbolismo da imaginação. Assim, (re)vivendo a sentença do Apóstolo, a fusão de sentimento e representação do universo imaginal é o que se pretende na exposição TESTEMUNHOS DA FÉ: OLHARES SOBRE O SAGRADO, que o Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC abre no dia 6 de abril em parceria com a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Esta mostra reúne 33 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e mobiliário, produzidos entre o século 13 até o século 20 é dedicada à cultura do encontro, cujo tema será “Ética e Transcendência”, evento organizado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro que será realizado no Theatro Municipal.
Nela, o Sagrado, é uma concepção da inteligência espiritual humana como elemento que está na própria devoção; assim, se materializam os olhares à crença e à sua propagação icônica através de obras de arte do rico acervo do MNBA e do Museu da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Dividida em três segmentos, a exposição TESTEMUNHOS DA FÉ: OLHARES SOBRE O SAGRADO aborda:
- Fundação da fé: neste núcleo, as obras expostas, materializam o (des)encontro de culturas entre o Velho e Novo Continente. Os intérpretes nas obras representam o momento da sagração da primeira missa, em solo brasileiro. Como uma narrativa épica, estas iconografias atuam como ressonância atemporal deste mito fundador da certidão de batismo do Brasil.
- Luz da Fé: para este núcleo, os olhares estarão voltados para a sensibilidade cristalizada no sentimento da doação suprema daquele que materializa, para a tradição cristã, toda virtude espiritual. As obras em exibição, não são apenas componentes constitutivos da consciência religiosa, mas são a configuração da condição humana diante do que sua intolerância é capaz de revelar. Neste âmbito representacional, sentimento e imaginação fundam a dimensão estética no processo de hominização e humanização.
- Estético e Sacro: no último núcleo temático, a experiência estética estará nas representações de cenas ou episódios narrados nos Evangelhos. Neste núcleo, a percepção do sentir, ou percepção da emoção, dá-se na identificação do vedor com o tema da cena. As obras deste núcleo são a expressão do teológico e o modo de representação; em síntese, explicitam o affectus fidei (o afeto da fé).
Terminado o percurso expositivo, espera-se uma conectividade da experiência estética e da experiência espiritual, restituindo ao visitante o sentido da existência e da afeição humanas. Assim, não mais diante de um deus desconhecido, vivenciou-se um encontro, uma luz que favorece a multiplicidade de olhares, em uma comunhão com o transcendente; para que a consciência estética reconheça a evidência simbólica dos que interpretaram o sagrado.
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Curadoria da Exposição: Monsenhor José da Avellar, Amândio Miguel dos Santos e Nilsélia Diogo.
Exposição TESTEMUNHOS DA FÉ: OLHARES SOBRE O SAGRADO |
Período: de 6 de abril até 3 de julho de 2016 |
Abertura: dia 6 de abril, quarta, às 18h |
Visitação: terça até sexta de 10h às 17h; sábado, domingo e feriado de 13h às 17h. |
Ingressos: R$ 8,00 inteira, R$ 4,00 meia e ingresso família(para até 4 membros de uma mesma família) a R$ 8,00. Grátis aos domingos. |
Museu Nacional de Belas Artes: Avenida Rio Branco, 199 – Cinelândia |
www.mnba.gov.br ou www.facebook.com/MNBARio |