As Margens dos Mares
Essa característica do reinventar faz parte do espírito do artista e tem construído a História da Arte. E é esse olhar, sempre novo, mas tão efêmero e transitório, que o artista transforma e eterniza. Suas mãos estão sempre ávidas por captar esses códigos e transformá-los em Arte e portanto, em memória. E a memória é uma das questões levantadas na exposição “As Margens dos Mares”, no SESC Pinheiros, na cidade de São Paulo. Com curadoria do crítico de Arte e professor da FAU-USP, Agnaldo Farias, o evento apresenta obras de consagrados artistas de países de Língua Portuguesa, entre eles, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Brasil. A exposição, que pode ser visitada até o dia 2 de agosto, conta também com apresentações de músicos dos países convidados.
Entre as obras expostas, estão instalações, fotografias, vídeos e objetos que levantam questões sobre a memória, sobre o espaço e sobre a Arquitetura. Uma delas, a Escultura Cinética do artista brasileiro Guto Lacaz (Fig. 1), com o nome de Pororoca capta bem a ideia central da mostra. A instalação é dividida em três conjuntos articulados, com dois arcos cruzados, no formato da letra “X”, com três metros de diâmetro, cada um. Cada conjunto está apoiado em uma haste telescópica e em uma base circular. Um motor elétrico permite que a estrutura se movimente em baixa velocidade, o que proporciona a ideia de harmonia e de desalinho. Da convergência dos arcos, surge a Pororoca em pleno movimento, e dela surgem encontros e letras, em meio aos espaços de cada cruzeta. O poema em ferro e aço se faz, refaz-se e se desfaz num ritmo lento e contínuo. E a atenção se perde e quer continuar olhando para a estrutura, encontrando novas formas e novas perspectivas. A Arte é um eterno mover-se em direção aos sentidos.
A Poesia também passeia pelas obras O Interno Exterior e Espaço Tempo (Fig. 2), do músico brasileiro Arnaldo Antunes. Os 25 monitores de vídeo de oito polegadas mostram fotos de letreiros, placas e cartazes de rua que se relacionam semanticamente. Deslocados de seu contexto, os escritos adquirem novos sentidos, associam-se e se permeiam de poesia. A partir de um trabalho que se iniciou nos anos 1990, as fotos tiradas do mundo exterior, se associam para expressar questões do mundo interior.
Voltando-se para a ideia da percepção de novos materiais, a obra Berna do grupo Chelpa Ferro, do Brasil, levou materiais comuns de embalagem como caixas de ovos, espuma, polpa moldada e isopor, para o ambiente expositivo. O grupo, composto por Jorge Barrão, Luiz Zerbini e Sergio Mekler, reuniu-se pela primeira vez em 1995 e seu trabalho mistura experiências com música eletrônica, esculturas e instalações. O objetivo da obra é levar novos formatos e estimular os sentidos.
O Contemporâneo, mais uma vez surpreende, mistura e leva a pensar. As obras expostas são como um desafio aos sentidos, proporcionam sensações, promovem novos juízos e, mais que isso, estimulam a criatividade, no espectador. A exposição permanece até o dia 2 de agosto, no SESC Pinheiros, rua Paes Leme, 195, das 10h às 18h30.
Mais Fotos:
Crédito Fotos: Jeff Dias / Sesc Pinheiros. Outras fotos da Abertura no Flickr.
SERVIÇO – PROJETO “AS MARGENS DOS MARES” – Sesc Pinheiros Inscreva-se para receber as Novidades sobre Eventos |
Exposição: 8 de maio a 2 de agosto |
Grátis Livre |
Terça a sexta-feira, das 10h às 21h30 |
Sábados, das 10h às 21h |
Domingos e feriados, das 10h às 18h30 |
Mais informações: www.sescsp.org.br/asmargensdosmares |
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ROSÂNGELA VIG
Sorocaba – São Paulo
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