Exposição no Paço Imperial apresenta projeto da artista visual Claudia Tavares que articula arte e natureza sob a égide do elemento água
“Foi no gesto diário de recolher essa umidade tornada água que surge a vontade de umedecer, mesmo que momentaneamente, o sertão seco”
Claudia Tavares
O Paço Imperial abre no dia 15 de dezembro, sábado, 15hs, Um jardim em Floresta, exposição de Claudia Tavares, fruto de quatro anos de trabalho da artista que além da mostra, resultou numa tese de doutorado e em um curta metragem homônimos. A exposição apresenta 43 obras em diversos suportes (fotografias, aquarela, vídeos e objetos de forma instalativa) na qual a artista situa-se na travessia entre natureza, paisagem e espaço vivencial.
Um jardim em Floresta parte da observação da artista, de uma umidade que brotava pelas paredes de seu ateliê no bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, para tentar criar a transposição entre o excesso e a falta. Assim, a artista resolve levar a água acumulada por aparelhos desumidificadores, em garrafas, para um lugar de absoluta secura, o sertão de Floresta, lugarejo de Pernambuco e lá construir um jardim a ser regado com a água transportada.
“Aqui, uma outra etapa do projeto se desenhara na impossibilidade, como perenizar a água coletada? Claudia dedica-se a criar redes de relações entre moradores de Floresta e opta por construir um jardim, um jardim em Floresta. Assim, plantas, mudas, modos de agir locais são colocados em situação. Constrói-se uma cerca de proteção, estimula-se o plantio, e em tudo perpassa a história que tangencia cada muda trocada, doada, cada encontro, cada quintal. A manutenção do jardim transforma-se em relação intersubjetiva, alicerçada por uma troca de conhecimento e pela preservação do desejo. Esta proposta, assim, procura criar itinerários culturais alimentados pela possibilidade de reciprocidade. Claudia Tavares, aqui, nos faz observar a medida de uma ação, a utopia de um gesto, o encanto equivalente entre manutenção e desaparecimento”, diz o pesquisador e crítico de arte Marcelo Campos, curador da exposição.
Um jardim em Floresta que ganhou o edital do Palácio das Artes, em Belo Horizonte e ficou exposta na capital mineira de abril a julho deste ano ocupará uma galeria no térreo do Paço Imperial até 17 de fevereiro de 2019.
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Claudia Tavares é Doutora em Processos Artísticos Contemporâneos pelo Instituto de Artes UERJ, Mestra em Artes pela Goldsmiths College, Londres e em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes, UFRJ.
O trabalho artístico se apoia principalmente na linguagem da fotografia e do vídeo, com pensamento instalativo em convívio com objetos, desenhos e cadernos de artista. Vem estabelecendo uma pesquisa artística que vai em direção a possíveis relações entre arte e natureza pensando a natureza como sujeito, como agente que reage ao trabalho de arte.
Suas exposições individuais são “Light Boxes”, 2001, 291 Gallery, Londres, “entre nuvem e vento”, 2007, Galeria do Ateliê, Rio de Janeiro, “Nós”, 2011, Espaço Sérgio Porto, Rio de Janeiro, “Branco Preto”, 2012, Galeria Tempo, Rio de Janeiro, “Vestida de infância”, 2015, Galeria do Ateliê, Rio de Janeiro; “Até”, 2015, Galeria Graphos, Rio de Janeiro. Ganhou 3o prêmio na 9o Bienal Nacional de Santos 2004, Bolsa Nota 10 Faperj 2016 e Bolsa Capes 2017, o Edital de Ocupação FCS 2018 e a residência Labverde 2018. Expôs na Casa França Brasil, Galeria Portinari, Rio de Janeiro e Galeria Cozinha, Porto, Portugal. Participou esse ano da Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal e Casa Museu Abel Salazar, Porto, Portugal.
Um jardim em Floresta, exposição de Claudia Tavares |
Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48, Centro, RJ – 21 2215-2093 |
Abertura: sábado, 15 de dezembro, das 15 às 19horas |
Exposição: de 16 de dezembro a 17 de fevereiro de 2019 |
De terça a domingo, das 12h às 19h |
www.pacoimperial.com.br |