Espaço Contraponto celebra infância atemporal em fotografia

Registros de manifestações de alegria e brincadeiras, de uma fase importante da vida, que perpassa gerações

A fotógrafa paulista Daniella Rosário abre sua primeira mostra individual em São Paulo, com curadoria de Marcelo Greco, no Espaço Contraponto. “Oração de Conceição” é composta por 48 trabalhos com registros imagéticos que remetem à memória da pureza da infância e uma homenagem ao local de onde a artista guarda doces recordações.

A seleção das obras para a exposição são originárias de um ensaio que vem sendo realizado já há 30 anos, na Fazendo Nossa Senhora da Conceição, no interior do estado de São Paulo. O personagem principal é a criança. Na verdade, crianças de vários momentos, vivendo em liberdade e harmonia com a natureza e seu espírito. Crianças felizes, em suas brincadeiras, tão semelhantes através do passar do tempo. Não se pode identificar o momento no tempo onde as cenas ocorreram. Pode pertencer a qualquer momento desse intervalo de tempo.

Como frequentadora do lugar, Daniella acompanhou o crescimento das crianças o que levou a registros da segunda geração e da terceira. “A ordem cronológica é importante para mostrar que quase nada mudou da minha para a terceira geração. E isto é uma benção para as crianças”, declara Daniella Rosário.

“Oração de Conceição”, a série mais recente, é uma sequência do tema de “Luz da Infância” – todo o trabalho remete ao resgate da infância de Daniella em outras gerações, mantendo o mesmo cenário e a mesma energia. Uma escolha atemporal, não afeita a modismos.

A seleção do curador inclui tanto passado como presente, numa junção de tempo; a mistura da foto do pai ao lado da foto do filho, sem determinação de datas para mostrar ao espectador que as mudanças foram sutis pois inseriu em suas escolhas ampliar imagens de negativos da época das fotos analógicas.

“Daniella Rosário projeta em duas gerações de crianças residentes na fazenda de sua família, para tratar de sua criança interna. Conecta assim o mundo interior ao mundo exterior, de forma lúdica e sutil”, define Marcelo Greco.