Embu das Artes apresenta “Raízes da Arte Naif” com obras de mais de 30 artistas brasileiros

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Cidade é referência nacional da arte naif e pretende dar mais espaço e visibilidade a um gênero que reúne talento, simplicidade e originalidade

A cidade de Embu das Artes realizará a exposição coletiva de nível nacional “Raízes da Arte Naif”, que irá estrear no dia 4/5 e ficará em cartaz até o 26/5 no Centro Cultural Mestre Assis do Embu com obras de mais de 30 artistas embuenses e de outras cidades e estados, reunindo num só lugar talentos de várias localidades para exibir uma diversidade de criações atuais e do passado. A promoção é da Secretara Municipal de Cultura.

Naif vem do latim e significa “nativus” ou “aquilo que é natural”. É a arte da espontaneidade, criatividade autêntica e da produção artística autodidata sem orientação acadêmica, que se baseia na experimentação instintiva e na expansão de um universo pessoal.

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Sendo uma das principais referências da arte naif no Brasil, Embu das Artes favoreceu o surgimento de muitos prodígios dessa expressão, por ter se firmado como um reduto para aqueles que não encontravam oportunidades para expor em museus e galerias de arte do circuito renomado. A Feira de Artes, que completou 50 anos esse ano, foi um dos fenômenos que colaborou para o enraizamento da naif na cidade, pois a partir dela muitos expositores despertaram o interesse pela pintura, mesmo não sendo detentores de técnicas avançadas ou conhecimento acadêmico.

Grande expoente desse estilo, Maria Auxiliadora (1935 – 1974) é considerada um dos maiores nomes das artes plásticas brasileira, contemplada com uma bela exposição individual no MASP em 2018. Ela morou em Embu das Artes e integrou a cena local até o início dos anos 70.

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O curador da mostra, Paulo Dud, descreve a arte naif como espontânea, assimétrica e sem utilização de técnicas de proporção e perspectiva, muito próxima da arte primitiva, e avalia que o estilo brasileiro é distinto dos demais países. “As pinturas daqui apresentam as vibrantes cores tropicais e retrata o cotidiano, o povo, a cultura nacional, as festas tradicionais e a natureza do nosso País, pois as criações europeias, por exemplo, são muito mais comportadas que as nossas”, explicou Dud.

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A mostra contará com artistas como: Olavo Camps, Silvia Maia, Flávia Amêndola, Raquel Galena; Adolphe, Meire Lopes (Embu das Artes); João Generoso, Robson Miguez, Renata Matucevico, Waldomiro de Deus, Lourdes de Deus, João Cândido (São Paulo); Rosangela Politano, Marinilda Boulay, Com Silva, Vânia Cardoso, Índio da Cruz, Rui Relbique (Socorro); Rui Moura, Terezinha Sordi (Ribeirão Preto); Roberval Rodan (Cotia); Alex Benedito dos Santos (Jaboticabal); Willi Carvalho (Belo Horizonte – Minhas Gerais); Arivânio Alves (Quixelô – Ceará); Hebe Sol (Manaus – Amazonas), Shila Joaquim (São Mateus – Espírito Santo). In memoriam: Raquel Trindade, Cássio M´Boy, Gondim (Embu das Artes); Maria Auxiliadora (São Paulo).

O Brasil atualmente tem se destacado como uma nação que produz a arte naif junto com França, Itália, Haiti e alguns países do Leste Europeu. Essa expressão surgiu por aqui a partir do ano de 1937 com pintores como Heitor dos Prazeres, Cardosinho e Chico da Silva. Na França, Henri Rousseau (1844 – 1910) é considerado o primeiro dos naifs modernos.

A originalidade da naif brasileira desperta o interesse de compra pelo público internacional, o que torna as obras bastante procuradas por estrangeiros. Embora seja uma expressão que se molda pela limitação de técnicas e não se baseia em escolas convencionais, ela é muito difícil de ser produzida por quem tem um domínio pictórico de traços como o acadêmico, o contemporâneo, o expressionista etc., pois a liberdade, a pureza e o sentimento pessoal favorecem a criação peculiar de uma obra naif por um artista que aprendeu a pintar de forma empírica.

Raízes da Arte Naif
Abertura: 4/5, 16h
Em cartaz: de 4 a 26/5, das 8h às 17h
Onde: Centro Cultural Mestre Assis do Embu (Largo 21 de Abril, 29, Centro, Embu das Artes)
Telefone: (11) 4781-4462

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