Em “Cidades Imaginárias”, exposição na Pinacoteca Benedicto Calixto, a artista plástica Miriam Nigri Schreier apresenta trabalhos de sua produção mais recente

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São mais de trinta anos de atividade profissional. Mas Miriam Nigri Schreier continua em plena atividade criativa, e com a mesma energia da juventude. Em 7 de Agosto ela abre nova exposição individual, desta vez no espaço da Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos.

A mostra, que estará aberta a visitação até 22 de Setembro, apresenta um instigante conjunto de trinta e três trabalhos, metade deles produzidos nos três últimos anos. Estão reunidos sob o sugestivo título Cidades imaginárias, revelador da temática urbana que perpassa toda a obra recente da artista. A curadoria é de Carlos Zibel e Antônio Carlos Cavalcanti.

Predileção pelo vermelho – Como se vê na exposição Cidades imaginárias, o trabalho de Miriam Nigri Schreier é sempre luminoso, quente, nunca sombrio. “Em minhas construções eu procuro captar a luz, para expulsar a escuridão”, afirma.

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A artista trabalha, invariavelmente, com formas muito geométricas, usando uma paleta de cores que vibram e criam uma notável ilusão de movimento. A mostra revela também a especial predileção da artista pelo vermelho, por muito vermelho. E, ainda, pelas telas em grandes formatos: “Nos quadros grandes eu me esparramo, respiro melhor”, diz.

Miriam raramente planeja uma tela, poucas vezes sabe onde vai chegar. Ela conta que começa jogando livremente as tintas e, enquanto “elas vão se entrelaçando”, segue conversando com a tela até chegar ao inesperado – “usando a experiência que tenho acumulada em meu consciente”.

Em suas telas ela com frequência faz uso da colagem de recortes de papel e da aplicação de areia ou terra, para obter efeitos de textura. Outra de suas técnicas é a de “reprocessar” trabalhos anteriores: fotografa áreas de telas prontas, imprime a imagem na tela em branco e começa a pintar em cima. “Gosto muito da ideia de partir de alguma coisa minha”, diz.

Cidades ilusórias – Vem de muito cedo a paixão de Miriam Nigri Schreier pelo fazer arte. Começou a pintar seus primeiros quadros com tinta a óleo aos treze anos de idade. E, diz hoje, “logo percebi que meu destino estaria ligado a esse trabalho”.

Durante seu período de formação, a artista experimentou diversas formas de manifestação artística. No percurso, contou com a orientação dos professores Constantino Bolognese, Angel San Martin e Sergio Fingermann, até vir a se dedicar definitivamente apenas à pintura. “Para mim a pintura é uma busca para alcançar algo além do comum, para tocar alguma coisa mais transcendente”, diz.

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Ao longo do tempo Miriam Nigri Schreier sempre pôde exibir seu trabalho. A partir de 1986 ela vem construindo um impressionante currículo de dezenas de exposições individuais e coletivas, realizadas não apenas no Brasil mas também no Exterior. Já levou sua arte a cidades da América Latina (La Paz, Cuzco, Cidade do México), da Europa (Amsterdã, Budapeste, Roma, Cannes, Paris) e Estados Unidos. Por suas participações em salões de arte, recebeu diversas medalhas (de ouro, prata, bronze) e menções honrosas.

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Neste nova exposição individual, Cidades imaginárias, Miriam Nigri Schreier inclui também algumas poucas gravuras em metal e pinturas sobre papel, do período 2013 e 2014. São trabalhos que fazem contraponto com as telas de produção mais recente, em maioria na mostra, e permitem ao espectador acompanhar a evolução de sua linguagem e as mudança técnicas, que tiveram início em 2012.

Nas palavras da artista, “meu atual trabalho é desenvolvido através da construção e desconstrução de imagens”. E acrescenta: “este conjunto de novas obras nasce de uma revisão de minha própria pintura, onde as imagens estão mudando e resultando em outras imagens, que às vezes aparecem como cidades ilusórias, imaginárias e estilizadas.”

Em busca da expressão poética – Trecho do texto dos curadores Carlos Zibel e Antônio Carlos Cavalcanti para o catálogo da exposição:

Com Cidades imaginárias Miriam Nigri Schreier atinge plena maturidade profissional nas artes plásticas. A presente mostra na Pinacoteca Benedito Calixto traz uma seleção de obras que vão de 2011 até 2019 num leque de oito anos que mostra um pouco da mudança técnica havida no final de 2012.

Nessa época Miriam acrescenta ao seu repertório expressivo o uso, na tela esticada sobre chassis, da impressão digital (com tonalidade rebaixada, alto-contraste ou solarização) através da inserção de fragmentos de obras anteriores sobre os quais a artista interfere pictoricamente em busca da expressão poética de belíssimas cidades imaginárias.(…)

Tendo se desenvolvido a partir do desenho e da pintura sobre papel e da elaboração de pequenas peças, inicia com 13 anos uma carreira como pintora para receber, já em 1986 e 1987, a Medalha de Bronze e de Ouro, respectivamente, ambas no Salão de Outono de Santo André as primeiras de muitas honrarias nacionais e internacionais.

Serviço – A Pinacoteca Benedicto Calixto fica na Av. Bartolomeu de Gusmão 15, Boqueirão, Santos, tel. (13) 3288-2260.
A exposição Cidades imaginárias, de Miriam Nigri Schreier, tem abertura em 7 de Agosto de 2019, quarta-feira, às 19 horas.
Visitação de 8 de Agosto a 22 de Setembro de 2019, de terça-feira a domingo, das 9 às 18 horas.
Entrada franca.

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