EM CARTAZ NO SESC BELENZINHO EXPOSIÇÃO [ESTOU CÁ] CHEGA NA SUA ÚLTIMA SEMANA

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Composta por quatro exposições, a mostra Estou Cá
em cartaz até 28 de fevereiro – apresenta conjunto inédito
do artista pernambucano Paulo Bruscky, além de trabalhos
de artistas da Zona Leste da capital paulista

Lançado em julho de 2016, o PROJETO [ESTOU CÁ] com curadoria geral de Paulo Miyada, gerou vários questionamentos sobre arte contemporânea. Depois das exposições Potlatch: Trocas de arte, que começou vazia e se desenvolveu por meio de trocas entre o público e a equipe curatorial, e Sempre Algo Entre Nós, que reuniu artistas contemporâneos com obras que enfatizam as relações entre obras e público, o projeto chega em sua última etapa. A exposição Estou Cá, em cartaz até 28 de fevereiro no Sesc Belenzinho, testa hipóteses a respeito da arte, seus agentes, processos constitutivos e a relação com o lugar e os públicos da unidade.

A exposição Estou Cá é dividida em quatro núcleos. O primeiro apresenta um conjunto de obras inéditas de Paulo Bruscky chamada Artistas achados e apropriados, em que exibe objetos encontrados em feiras, depósitos e lixeiras e que remetem ao trabalho de artistas brasileiros como Volpi, Hélio Oiticica e Sérgio Camargo. O segundo núcleo, ZL, será composto por trabalhos de artistas que tem essa região de São Paulo como contexto, convidados a partir da pesquisa que se iniciou com a estada dos curadores no Potlatch. Já o terceiro núcleo é o resultado da oficina Refeitos, coordenada por Pedro França em que se exercita a refatura de obras conceituais das décadas de 1960 e 1970 e, por último, o quarto núcleo, Boletim Público, iniciativa experimental que registra os processos de mediação de todo o projeto, além pesquisar perguntas-chave para o debate atual de mediação e educação de arte contemporânea.

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Para o curador Paulo Miyada, “A exposição Estou Cá é o ponto de chegada, na qual produção local, exercícios de convívio, processos colaborativos e diálogos acontecem com toda a complexidade que a arte contemporânea consegue promover quando diretamente voltada à esse fim”. Sobre a relação com o lugar, continua: “Ao invés de começar pela eleição de obras e assuntos de interesse peculiar e pensar em como mostrá-las a determinado público, todo o projeto pretende responder diretamente às particularidades dos vários perfis de visitantes e comunidades que atravessam este espaço, procurando implicá-los por noções abertas do que é a arte hoje”.

Paulo Bruscky

O artista de Recife apresenta na mostra Artistas achados e apropriados um conjunto de obras inédito. Durante anos, Paulo Bruscky colecionou objetos que encontrava em feiras, depósitos e lixeiras e que o lembravam diretamente da obra de algum artista contemporâneo: um tapete que remete a pinturas de Volpi, uma colcha bordada que provoca a lembrança do manto de Bispo do Rosário, restos de madeira que se organizam como esculturas de Sérgio Camargo. A reunião desses objetos resultará em uma inusitada coleção de grandes obras da história da arte que é, ao mesmo tempo, uma intrigante mostra de Paulo Bruscky. “Em destaque atualmente no Brasil e em outros países, a obra do Paulo nos dá uma dupla visão sempre com humor e tendo o cotidiano como pano de fundo”, conta Miyada.

Zona Leste

Durante a etapa do Potlatch houve um mapeamento de parte da produção artística nos bairros da Zona Leste paulistana. Após uma pesquisa complementar e alguns encontros nos ateliês e espaços de produção destes artistas, a curadoria convidou sete artistas para expor seus trabalhos. Os artistas convidados são: Caio Carpinelli, Kim Cavalcante, Moisés Patrício, Pedro Seman, Renato Almeida, Rafael Calixto e Vitor Oliveira. São artistas de linguagens e perfis variados, que têm em comum a atenção a processos, culturas, materiais e símbolos do espaço urbano.

“A ideia desse núcleo é mostrar a arte contemporânea deslocada do centro expandido da capital paulista e fazer uma conexão com toda a cidade de São Paulo”, conta o curador.

Refeitos

Resultado de uma oficina coordenada por Pedro França, a mostra Refeitos apresenta exercícios de refatura de obras fundamentais do minimalismo, da arte conceitual e da arte povera dos anos 1960 e 1970, no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. O objetivo da oficina foi discutir obras da história da arte contemporânea que carregam em sua concepção a possibilidade de serem reconstruídas, reelaborando seus processos para refazê-las (sem necessariamente imitar sua forma final) como adverte Paulo Miyada: “Não são releituras, nem cópias ou imitações”.

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Boletim Público

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Além dos três núcleos, a exposição Estou Cá contará com um espaço dedicado ao educativo, organizado no projeto experimental de mediação Boletim Público, com cocuradoria de Valquíria Prates. Tendo como foco principal os processos e debates discutidos e praticados nas exposições anteriores, os mediadores irão atuar nos espaços do Sesc Belenzinho – não apenas discutindo sobre as obras, mas produzindo provocações, reflexões, pesquisas e notações sobre e com as obras, o público e suas relações com cada módulo da exposição.

Como parte do espaço expositivo, haverá uma sala que funcionará como síntese de toda a pesquisa e discussão já promovida pelo projeto e também do que os mediadores produzirem e coletarem durante a exposição.

Sobre o PROJETO [ESTOU CÁ]

O que é arte? Para que serve uma exposição? Quais os papéis de um curador? Qual o valor que se dá para uma obra de arte? Como um mediador participa de uma exposição? Quais as possibilidades do público junto de um objeto de arte? Esses são alguns dos questionamentos que o PROJETO [ESTOU CÁ] levantou desde julho de 2016 no Sesc Belenzinho.

O projeto combina, em tom provocativo, exposições, oficinas e projetos pedagógicos, em que público, artistas, mediadores e curadores se questionam sobre conceitos pré-estabelecidos, promovendo trocas de informações e experiências.

Para roteiro

EXPOSIÇÃO ESTOU CÁ Curadoria – Paulo Miyada. Horário de visitação – de terça-feira a sábado das 10h às 21h e domingo e feriado das 10h às 19h30. GRÁTIS. Livre para todos os públicos. Até 28 de fevereiro, no Sesc Belenzinho. Horário de visitação no carnaval: Sábado (25/2), das 11h às 21h; domingo, segunda e terça (26, 27 e 28/2), das 10h às 19h30.

SESC BELENZINHO – Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho (próximo à estação Belém do metrô). Telefone – (11) 2076-9700. Acesso para deficientes físicos. Horário de Atendimento do Sesc Belenzinho – De terça a sexta-feira das 9h às 21h30 e sábado, domingo e feriado das 9h às 19h30 Estacionamento – R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional e R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (credencial plena).

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