Devido a sucesso de público, exposição Novos Olhares segue aberta até 27/10

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Com entrada gratuita, a mostra coletiva acontece no Sesc Quitandinha

A boa procura do público à Exposição Novos Olhares, montada no Sesc Quitandinha, garantiu que a mostra permanecesse mais alguns dias em cartaz. Iniciada no Festival de Inverno, em julho, ela segue aberta à visitação até 27/10 (sábado), com curadoria de Claudio Partes e produção da Partes Estúdio/Fabia Rossignoli. A exposição coletiva tem o novo em sua essência, exibindo obras que instigam significados e olhares renovados – seja por meio das peças de artistas já estabelecidos, seja em trabalhos de jovens e promissores nomes da cena artística da região serrana do Rio. A entrada é gratuita e a classificação é livre.

A exposição Novos Olhares reúne 16 artistas: Ana Clara Guinle, Bruno Belo, Cris Borzino, Doug, JJunior, Kali, Kildáry Campos e Coletivo Stillo, Leo Rey, Lícius Bossolan, Loan Tammela, Martha Werneck, Natascha Scagliusi, Pedro Lago, Pedro Vizzini, Raquel Vargas e Vissotto.

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– Confira a biografia dos artistas após o serviço

Promovendo as características da região, sua cultura e arquitetura, a exposição trouxe à tona uma seleção de trabalhos que estreitam essa ligação. Entre alguns dos destaques estão as pinturas de Martha Werneck, que transitam entre a investigação pictórica, a ilustração e o design, bases nas quais sustenta sua prática, poética e pensamento plástico. Na exposição é possível observar a integração de duas séries da artista: Pequenas Ofélias e Icebergs.

Loan Tammela, que também é arquiteto, apresenta uma instalação interativa, feita com madeiras de descarte do próprio Sesc Quitandinha. Elementos visuais do antigo palácio, hotel e cassino figuram ainda na obra de Bruno Belo, fruto de uma vigorosa mostra de pesquisa, técnica, riqueza visual e conceitual, dialogando com públicos diversos. Ressignificando a fotografia, Leo Rey mostra seus cliques através de impressões lambe-lambe com registros cotidianos, realizados por câmeras e processos de revelação analógicos em preto e branco.

“A seleção de obras buscou construir um caminho igualmente diverso em técnicas e suportes, partindo do desenho, passando pela pintura – com suas amplas possibilidades e estilos, colagem, arte digital, fotografia, chegando às obras tridimensionais, aqui representadas por esculturas, impressões 3D e instalações, uma delas, arquitetônica. Conjunto que, certamente, mostra algo do vigor e da abrangência dos artistas de Petrópolis, através de olhares, novos em diversos aspectos”, revela o curador Claudio Partes.

Serviço
Exposição Novos Olhares
Data: de terça a domingo e feriados, até 27/10/2018
Horário: de 9h30 a 17h
Local: Sesc Quitandinha
Endereço: Avenida Joaquim Rolla, 2 – Quitandinha – Petrópolis/RJ
Classificação: Livre
Entrada: Gratuita
Informações: (24) 2245 2020

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Conheça os artistas:

KALI

Kali, 20 anos, artista autodidata de Petrópolis, começou a desenvolver seu trabalho profissionalmente há cerca de 3 anos, passando por diversas mídias e materiais. Desde 2017, desenvolve a estética/conceito das Colônias. Para a exposição Novos Olhares, buscou sair da zona de conforto: a maioria das Colônias estão contidas em páginas de cadernos, então resolveu usar um suporte maior.

DOUG

Doug nos mostra, através dos mais diversos suportes e técnicas – graffiti, aquarela, óleo, entre outras – a gama de relações que envolvem o ser humano, a natureza e o meio (ambiente e social).

Em suas obras, a representação humana é recorrente. Percebem-se nuances de auto-representação do estilo de vida enquanto mero observador ou ser atuante que se insere no(s) meio(s) e busca nele uma relação simbiótica, que conduz desde a simples contemplação às reflexões mais elaboradas.

Nas obras contidas na exposição temos a relação do homem com a natureza, onde a ausência de cores nos faz atentar, sem subterfúgios, à essência dessa relação, assim como nos coloca em contato direto com sua constante busca pelo aprimoramento da técnica pictórica. Neste sentido, temos a obra e o artista entregues sem receio, de forma verdadeira e autêntica.

PEDRO LAGO

Desenvolve trabalhos de fotografia, vídeo, pintura e desenho, mas, o ponto de união é o processo instintivo de pegar uma câmera, um papel em branco, grafite, tinta, aquarela, nanquim e procurar as composições que preenchem o espaço com tinta, luz, manchas e gestos. O importante é a impressão de um olhar ou uma grafia própria, dando personalidade para as imagens e signos.

“As obras na exposição Novos Olhares partem de manchas de aquarela no papel. Começo a imaginar e encontrar, através do nanquim, as formas e volumes da tinta dissolvida.”

MARTHA WERNECK

Martha Werneck nasceu e reside em Petrópolis. Cursou a graduação em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, instituição na qual concluiu mestrado e doutorado em Artes Visuais. Desde 2007 é professora na Escola de Belas Artes pelo departamento de Artes Bases, Graduação em Pintura, onde atua como Professora Adjunta.

Seus temas, atualmente concentrados em investigações da autoimagem e do retrato, trazem à tona o viés fotográfico e história pessoal. Na série Pequenas Ofélias e Icebergs, a artista faz a fusão de duas imagens-conceito: o corpo feminino e as geleiras, referindo-se ao que constitui o inconsciente e o consciente do indivíduo. Ambos nos dizem sobre o que está visível em oposição ao que está submerso e profundo. Nessa pesquisa, a pintora trata da invenção da identidade da mulher, na qual o insondável é parte.

LÍCIUS BOSSOLAN

Lícius Bossolan é natural da França e nacionalizado brasileiro, reside na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. O pintor é graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ e Mestre em Artes Visuais pela mesma instituição, onde atua hoje como Professor e Coordenador da Graduação em Pintura.

Sua atual pesquisa poética está direcionada às questões relativas ao corpo, à pós-modernidade e também àquelas que abrangem o ambiente urbano e o cotidiano. Com essas imagens, o artista pretende gerar reflexões acerca da anomia na contemporaneidade, inspirado na sociologia de Émile Durkheim e de Jean Duvignaud. Dessa forma, através de questionamentos sobre a individualidade, são evocados sentimentos de solidão e de ausência presentes no mal-estar de nosso tempo. Além do campo pictórico, Bossolan possui trabalhos relacionados à fotografia artística, ilustração, manipulação digital e concept art. Em seus trabalhos há a investigação do matérico e do fotográfico – fundamental em seu processo de criação.

BRUNO BELO

“(…) a pesquisa visual de Bruno Belo cruza o fotográfico, o cinematográfico e o pictórico. Neste recorte, talvez ele seja o autor da obra que mais ateste nossa perplexidade com a circulação maximizada e com as velocidades e fluxos extremados de quase tudo que nos cerca. Coletor de imagens em fontes diversas – das excentricidades do Palácio Quintandinha, em sua Petrópolis natal, onde ainda reside, a stills e cenas banais ou celebrizadas de filmes, curtas e audiovisuais, sem esquecer quadros de artistas que admira, como Peter Doig e Gerhard Richter – cada trabalho por ele finalizado gera um movimento para dentro do que agora é delimitado por um chassi. Camadas, janelas, layers e (por que não?) links, convivem em sua paleta versátil, que pode empregar cores mais derramadas e tons monocromáticos que evocam um tempo que não é o do hoje. Não à toa, uma das pinturas exibidas agora tem lastros em La Jetée (1962), curta indispensável do francês Chris Marker (1921-2012), que tem uma obra completamente resistente a classificações rígidas. (…)”

Mario Gioia

ANA CLARA GUINLE

Jardim dos Sonhos Drásticos é uma série de pinturas figurativas que abordam um universo onírico, surreal e cheio de simbolismo. Meu jardim é um lugar de meditação, um espaço particular construído por minhas próprias mãos. Lugar de expressão íntima e solitária. Cada pintura é um pedaço desse jardim onde meus sonhos e experiências estão fundidos drasticamente. Os elementos relacionados à sexualidade perfuram os olhos de quem só vê flores, mãos arrancam pétalas e o sentimento de punição se faz presente atrelado à representação do feminino e conjugado à minha autoimagem.

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PEDRO VIZZINI

Na exposição encontram-se esculturas da nova fase do artista, paralela à produção de pinturas. As obras realizadas com madeiras de descarte geram esculturas moduláveis a partir de inúmeras combinações de encaixes, agregando fluidez, dinamismo e mobilidade, tão intensos e presentes nos tempos atuais, rompendo com a rigidez normalmente associada à escultura. A imprevisibilidade e características aproveitadas dos materiais encontrados conferem às peças uma estética própria e provocativa que transita entre máquina, ferramenta e a fauna, acentuada pela mutabilidade das partes que as compõem.

LOAN TAMMELA

A obra apresentada na exposição foi realizada com material de descarte encontrado no próprio espaço do Sesc Quitandinha, construída ao longo de uma semana pelo artista e equipe convidada. Habitar Escombros faz relação com as moradias simples erguidas com materiais descartados, madeiras velhas entre outros, gerando contraste no território frente a mega empreendimentos imobiliários e paisagísticos.

“Esse projeto é resultado do workshop Em Busca da Forma, do LAMO (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo/UFRJ) em que se desenvolveu o tema de processos computacionais em que a forma não é pré-estabelecida, e sim “encontrada”. No caminho contrário da racionalização, purificação, simplificação e abstração impostas pelos métodos da computação, escolhemos trabalhar com uma matéria-prima completamente irregular, suja e “real”: os destroços resultantes do incêndio que atingiu o próprio edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ e que deixou a faculdade paralisada por meses.”

RAQUEL VARGAS

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Artista plástica e arte educadora. Formada pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Sua pesquisa permeia o universo feminino tornando física a sua poética onde a força da mulher (re)alcança o seu sagrado.

“Os trabalhos que estou desenvolvendo atualmente passam pelas aquarelas e conversam com as formas dos bordados. ‘Bode expiatório’ faz uma metáfora com o lugar da mulher no mundo.”

CRIS BORZINO

A espontaneidade e a pulsão constantes nas obras da artista evocam sentimentos primários que anseiam, acima de tudo, se expressar e viver promovendo relações diretas, sem filtros ou máscaras, não domesticadas ou convertidas em representações carentes de verdade ou alma.

As pinturas expostas exaltam o feminino e seu direito à liberdade ao mesmo tempo que, através dos bordados, aludem às amarras, ao aprisionamento e busca pelo rompimento empreendido ao longo da história.

No trabalho de fotografia temos uma sobreposição de imagens criadas a partir de reflexos, acentuada pela escolha do material reflexivo que nos insere nesta “selfie”, nos transportando para a pluralidade do ser e do eu que existe em todos.

LEO REY

Fotógrafo com diversas pesquisas na área de fotografia analógica, captura, revelação e ampliações, Leo Rey é um inquieto observador da vida urbana e social, com olhar atento para momentos de sutil efemeridade que ganham pós-vida a partir de suas lentes fotográficas. As fotos expostas em Novos Olhares fazem parte da sua extensa série de fotografias urbanas do cotidiano da cidade de Petrópolis registradas em processo analógico com filme 35mm.

Os cartazes lambe-lambe – mídia comum, temporária e muito utilizada nos centros urbanos – foram a forma escolhida para retornar as imagens captadas.

JJUNIOR

As obras do artista têm como referência elementos arquitetônicos e urbanos. Esses elementos preenchem os espaços sem a obrigação de transmitir os significados apresentados no “mundo real”.

Na Série Quadrantes, em uma vista frontal, janelas (demarcadas por uma grade geométrica branca em primeiro plano) são abertas para que as geometrias apareçam. Ao mesmo tempo, por uma vista aérea, tem-se a marcação rígida de um plano urbanístico (malha urbana) que demonstra a presença de vias paralelas e transversais, fazendo com que surjam quarteirões (as geometrias).

A Série se chama Grids porque a palavra em inglês é mais ampla de significado. Traduz-se como grades, malhas, tramas, redes, grelhas, matrizes.

KILDÁRY CAMPOS E COLETIVO STILLO

As obras apresentadas, que foram concebidas para participar da II Mostra de Artes Integradas WillKommen, por ocasião das comemorações da colonização alemã em Petrópolis em 2017, destacam a diversidade de pensamentos e seus inúmeros níveis de percepção, realizando um diálogo multicultural ao mesmo tempo que separa do corpo a cabeça levando à uma ruptura entre o pensar-teorizar e o agir, a ação.

ShowroomDummies propõe a reflexão se somos todos insípidos manequins de vitrine. As raízes germânicas do povo petropolitano são sólidas e incontestáveis? Este é o espírito questionador dos artistas envolvidos.

NATASCHA SCAGLIUSI

A obra de Natascha integra técnicas e tecnologias sofisticadas com pesquisas e temas de grande sensibilidade artística, tendo como base a área botânica e relacionada à natureza. As árvores apresentadas possuem suas copas criadas a partir da microtomografia computadorizada de uma semente de árvore da Amazônia, processada e gerada uma impressão 3D em resina e outra a partir da técnica de fundição em cera perdida.

Além de suas fundamentais importâncias para a manutenção da Vida, tanto as árvores quanto as sementes constituem um enorme repertório de belas e complexas formas. Ao modificá-las em outros materiais, formas e escalas pelo auxílio de tecnologias de Impressão e Escaneamento 3D, convido à contemplação e apreciação atenta a estes detalhes ignorados em um cotidiano urbano.

VISSOTTO

Nas obras do artista, estética, técnicas e mídias do design se transformam em obras de arte, aproximando e tensionando a relação do design gráfico com as artes visuais e vice-versa.

O conceito é fruto dos sentimentos cotidianos, sociais e pessoais do artista relacionando-se com a opressão e fragmentação, física e psicológica, promovida nos espaços e relações contemporâneas. Sentimentos e valores por vezes ocultos por apresentação e aparência radiante, induzindo a uma sensação de alegria e qualidade ilusória, tão presentes nos meios publicitários e redes sociais.

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