Dayana, conte-nos um pouco sobre você…
Eu nasci em março de 1983, na cidade de Campo Grande em Mato Grosso do Sul. Fiz faculdade de enfermagem em uma universidade pública de lá e mudei para Niterói para realizar especialização no Rio de Janeiro. Ao retornar para Campo Grande, tive um filho e após dois anos na cidade, fui chamada para assumir um concurso público como enfermeira no Rio de Janeiro, retornando para lá com a família. Para acompanhar o esposo, mudamos para Cuiabá em Mato Grosso e estamos vivendo na cidade há 11 anos.
Quando despertou seu desejo de ser um artista plástico?
Sempre amei arte e o desenho artístico sempre fez parte da minha vida. Quando me preparava para o vestibular, não haviam cursos de formação superior destinados a arte no estado que residia e acabei deixando meu sonho para o futuro. Mas, a arte estava em meu cotidiano como um hobbie. Pintava e desenhava em cadernos, madeiras, paredes, etc.
Que tipo de arte mais gosta?
Residindo em Cuiabá, percebi a alegria da população em valorizar sua Cultura, muito expressiva através de pinturas artísticas que embelezam a cidade. Conhecendo mais a fauna e a flora local me fizeram despertar para a retomada da arte. Comecei a exercer diariamente o desenho e a pintura. Iniciei cursos básicos para o desenho e a pintura em tela de forma contemporânea, livre e espontânea foi ganhando cada vez mais espaço em meu desenvolvimento como artista.
Como desenvolveu seu estilo (técnicas)?
Comecei a utilizar técnicas de desenho realista para iniciar a pintura em telas e outros objetos, mas, fui evoluindo na descontrução do realismo através de uma pintura com uso de espátula e mistura de cores vivas e vibrantes.
Cite caso tenha tido influências artísticas em suas obras e de quais artistas?
Minhas influências artísticas são Van Gogh e a arte livre e contemporânea do artista austríaco Voka.
Tem algum familiar ou conhecido que é artista plástico?
Tenho meu primo como professor de artes. Fabrício Machado é formado em Artes pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem uma técnica incrível de realismo em grafite e é professor de artes em escolas particulares.
Viver de arte é possível?
É possível viver de arte. O artista plástico deve desenvolver, assim como qualquer profissional, um plano financeiro e um plano de desenvolvimento de sua carreira. Não é fácil, é desafiador e necessita de uma boa gestão e habilidade para incorporar estratégias que mantenha uma renda fixa e isto é para muitos artistas, difícil. Hoje, considero, para mim, que não consigo viver exclusivamente com a arte. Preciso manter minha outra fonte de renda.
Algum dia já pensou em não atuar mais com arte? pode comentar porquê?
Acredito que o questionamento de atuar ou não com arte sempre acontece, mas, o desafio que enfrento hoje é de ter duas profissões simultâneas, com atividades distintas ao mesmo tempo.
Quais habilidades são necessárias hoje para o artista plástico?
Acredito que o artista plástico deve ter habilidade para usar sua arte de forma que ele produza conteúdo relevante e converse com a sociedade. Sem exposição política, use seus instrumentos culturais para dialogar com a população ao seu redor, não se feche em uma bolha, seja curioso e empreendedor.
O que você sente quando cria ou aprecia uma obra de arte?
Quando eu crio uma obra de arte eu sinto uma sensação de libertação.
Suas inspirações para criar uma obra de arte?
Minhas inspirações vem do cotidiano, de viagens que faço pela natureza, pelo Pantanal, vendo animais e a cultura regional.
Qual arte mais impressionou você até agora?
Não sei qual arte mais impressionou, posso dizer que fiquei apaixonada por uma obra de um lobo guará.
Você tem de estar sempre criando ou cria apenas em certos momentos?
Crio diariamente, ficam armazenadas na minha cabeça as ideias, só esperando o momento para colocar em um papel. rss
O produto de uma obra sua é único ou tem alguma relação próxima ou distante de sua obra anterior?
As obras são independentes, mas, quando colocadas juntas, elas parecem ter relação, conversam.
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Quais os desafios da arte/artista no cenário atual?
A arte hoje tem um desafio significante. Apesar de estarmos mais livres para desenvolver arte, muitos artistas sentem-se pressionados a desenvolver uma arte que seja “vendida”. E, acabam contruindo uma arte da “moda”. Vejo que existe uma tendência que acaba sendo replicada por muitos artistas, devido a necessidade financeira e para serem aceitos na sociedade. A necessidade de exposição virtual, também é um fator positivo e desafiador.
As redes sociais têm lhe ajudado na divulgação de seu trabalho?
A rede social é hoje meu canal principal de divulgação. Uso meu Instagram como vitrine para exposição permanente de minhas obras, para venda, orçamentos e comunicação com a população.
Como as artes plásticas podem contribuir para a educação e cultura?
Considero as artes plásticas um elo entre a educação e a cultura. Ela permite a abertura de um diálogo transcendente que perpassa os meios. A cultura, a educação, o esporte, a saúde, a justiça, todos as estruturas da sociedade podem ser intermediadas pela arte. Ela provoca diálogos, questionamentos, emoções, revoluções e encontros.
Como analisa as qualidades de uma obra de arte?
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e o Universo das Artes primeiro!
Analiso as obras de arte primeiramente pelo que me atrai, que são as cores. Sei que o gosto pessoal interfere muito no olhar do indivíduo. Ele se identifica com a obra, ela provoca nele sensações que o aproximam dela ou o retrai. As obras que me causam conforto, que eu me aproximo.
Quais os critérios para estipular o valor de uma obra de arte?
Para estipular o valor de uma obra de arte minha eu faço alguns critérios como avaliar o tempo desempenhado para realizer a obra, a complexidade, o tamanho, os materiais que usei e se utilizei moldura. Também, valorizo muito, obras que tenho um apego pessoal, por ser feita sob um contexto singular, que foi feita sob uma história pessoal ou algo que marcou minha trajetória de vida.
Fale sobre seus projetos atualmente…
Estou realizando exposições ao vivo em espaços públicos de grande circulação para apresentar um projeto de obras de artes que desenvolvi nos últimos 3 anos. Estas obras apresentam a beleza da fauna e da flora de Mato Grosso. Fomentando assim, a valorização da cultura e da exploração turística regional.
Qual o seu conselho para os que estão começando agora?
Libertar-se para construir uma arte que seja comunicativa, sua, relevante, que cause em você uma sensação de que está fazendo o que te deixa feliz.
Se desejar deixe uma mensagem…
A arte trás ao ser humano a sensação mais magnífica que podemos ter. Ela nos liberta e nos aproxima, nos relaciona e nos provoca. A arte é magnífica.
Sobre suas exposições, tem algum comentário a respeito, sentimentos…
As exposições provocam sentimentos de diversas formas. Primeiro, o fato de estar Exposto. Tira um véu que nos permite a abrir para o julgamento alheio. O fato de outras pessoas verem seu trabalho e permitir que eles comentem, falem sobre o que acham, se gostam ou não, as sensações que as pessoas desconhecidas tem olhando para sua exposição ou para uma obra específica é desafiador.
Como definiria sua arte em uma linha?
Relevância Artística. A arte como elo de comunicação entre o artista, a sociedade e a natureza.
Redes Sociais:
Facebook: @dayanatrindadeartesecores
Instagram: @dayanatrindadeartesecores
Site: www.dayanatrindadearts.com.br
* Agradecimentos a Buana Lima, assessora da artista plástica, por todas as informações pertinentes a entrevista.
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