Confira “O Paquiderme”, álbum de estreia do grupo Nico Antonio e os Filhos do Mar

Registro é um compilado de todas as faixas presentes nos seis EPs.

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O grupo Nico Antonio e os Filhos do Mar acabam de lançar seu álbum de estreia “O Paquiderme”, o registro é um compilado de todas as faixas presentes nos seis EPs lançados pelo grupo. Ouça e baixe aqui: linktr.ee/nicoantonioeosfilhosdomar.

“O Paquiderme”, é um álbum lançado na forma de uma “ópera canção”, com uma estrutura similar a uma ópera rock, mas com influência de ritmos e compositores brasileiros, com 15 faixas, o álbum faz parte de um projeto que começou a ser pensado e construído muito antes de seu lançamento.

Antes do álbum, o grupo lançou nos últimos meses seis EPs: Pt. I: Tromba, Pt.II: Orelha, Pt. III: Tronco, Pt. IV: Patas, Parte V – Rabo e Pt. VI: Presas. A divisão em seis partes foi inspirada no “Conto dos 7 Sábios Cegos e o Elefante”, onde cada EP constitui uma parte do elefante. Sobre a inspiração do conto para a divisão dos EPs, Nico Antonio, músico e vocalista do grupo comenta: “Sempre fui fascinado com a figura do elefante e em meados de 2009 me deparei com este conto dos “7 Sábios Cegos e o Elefante” e achei a mensagem muito potente. Na época eu ainda não tinha a clareza de fazer um disco conceitual sobre isso, mas comecei a pesquisar sobre elefantes e acabou que essas pesquisas ficaram no meu subconsciente. A ideia da divisão dos EPs foi da Juliana Gushi, uma das nossas cantoras e integrante da banda, por conta das 6 partes do elefante que o conto aborda, com isso também estruturamos o nome dos EPs.”

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Cada um do EPs lançados tem um foco narrativo dentro de uma única história: a vida da mulher em suas resistências e opressões. No EP Pt.II: Orelha, por exemplo, a faixa “Rasura” foca a narração em um apartamento onde a protagonista se vê aprisionada, envolta pelas forças que a Cidade e o marido progressivamente impõem, culminando em um poema de Murilo Mendes, descrevendo este homem, onde enfim ela deixa para trás.

No EP Pt. III: Tronco, temos a questão da maternidade sendo abordada nas três canções, na primeira “Filho”, a protagonista tenta se entender como futura mãe dentro de uma canção lírica e suave, já a segunda faixa “Ninar” apresenta um leve baião onde a mãe embala seu filho em imagens suaves, que se adensam com sua preocupação, tudo isso junto a um excerto do livro “A Desumanização” de Valter Hugo Mãe e por último é apresentado “Toujours”, uma canção de despedida, um misto de leveza e intensidade.

Sobre o uso de excertos de escritores como Murilo Mendes na canção “Rasura” e Valter Hugo Mãe em “‘Ninar”, Nico explica: “A ideia de mesclar excertos desses autores nas canções me veio de uma influência do Rick Wakeman, no disco Journey to the Centre of the Earth, onde é vista essa particularidade do narrador que discursa entre as canções.” Sobre como conheceu esses autores, Nico comenta: “Meu primeiro contato com os dois autores foram em momentos diferentes, quem me falou do Valter Hugo Mãe foi o Rafael Lauro, diretor musical do disco, com quem eu fiz aula de violão durante um tempo, ele me apresentou e fui atrás de conhecer a obra, quando tomei contato fiquei fascinado. Murilo Mendes eu também não conhecia muito, mas já tinha ouvido falar e resolvi comprar um livro do autor e fiquei encantado”.

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Além da interpretação das histórias com a musicalidade, o grupo também explora em suas apresentações a performance do teatro. Sobre este conceito de mesclar o teatro junto as canções, Nico comenta: “A ideia do teatro surgiu no meio do processo quando estávamos pensando no show de lançamento, chegamos a conclusão que a linguagem do teatro teria uma potência maior para conectar o público com as canções, nisso surgiu a ideia de colocar uma atriz encenando junto com a narradora e essa narradora também entraria na história dessa atriz e teria toda essa dinâmica do teatro.”

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Nico Antonio e os Filhos do Mar apresentam em “O Paquiderme” todas as canções dos seis EPs agora juntas em um único disco, onde as 15 faixas ecoam em perfeita sintonia. “Esse é um disco repleto de símbolos e mensagens, onde abordamos muitas temáticas importantes, como nosso estilo de vida que nos objetifica, que nos “paquidermisa”, nos transformando em criaturas de pele espessa para tentar lidar com nossos problemas. Também abordamos sobre as dificuldades que as mulheres enfrentam, como a opressão, o luto materno e relacionamentos abusivos, todas essas questões que são pontos sensíveis e importantes de serem discutidos” explica Nico.

Nico Antonio e os Filhos do Mar é composta por Nico Antonio, Rafael Lauro, Adriana Vasconcellos, Juliana Gushi, Luisa Hokema, Gabriel Garrett, Heitor Marin e Leni Rocha.

Para mais informações:
Instagram: www.instagram.com/nicoantonioeosfilhosdomar
Youtube: www.youtube.com/channel/UCDOfdDVl1jNF198fI53q4pw
Spotify: open.spotify.com/artist/6uRfLZT1tchsceTepS2cTX?si=2e2fDN4FQz2FjCVGaTPDng

Sobre Nico Antonio e os Filhos do Mar:

Formada em 2017, em São Paulo, a banda surgiu com a construção do show “O Paquiderme”. Neste trabalho, uma história linear se desenvolve a partir das imagens poéticas presentes nas músicas, retratando ao longo das canções as transformações vividas por uma mulher que precisa lidar com as opressões de sua “Cidade”.

Mesclam-se às músicas autorais, excertos de escritores como Valter Hugo Mãe, Conceição Evaristo e Murilo Mendes, recitados por uma narradora. Trata-se assim de algo que se assemelha em forma às “Operas rock”, com uma narrativa norteando as composições, mas que se distancia das mesmas no âmbito estético, apresentando uma sonoridade que dialoga muito mais com ritmos e compositores brasileiros.

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