CCBB São Paulo recebe espetáculo da premiada Yara de Novaes

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Apresentado pelo Ministério do Turismo e Banco do Brasil,

“Neblina” é uma demonstração de força de seres humanos que não desistem.

Dirigido por Yara de Novaes, o espetáculo estreia na noite de 12 de novembro, no CCBB São Paulo.

O espetáculo Neblina teve estreia nacional em janeiro de 2020, no CCBB Belo Horizonte. Depois de uma pausa de 17 meses, por conta do fechamento dos teatros em todo país, Neblina retornou em cartaz, com público presencial, em agosto de 2021, para temporada de dois meses no CCBB Rio de Janeiro. Em São Paulo, o espetáculo estreia na noite de 12 de novembro, no CCBB São Paulo, onde fica em cartaz até janeiro. A obra foi idealizada pelo ator Leonardo Fernandes (Prêmio APCA 2017, de melhor ator) junto à produtora Tatyana Rubim, com texto inédito de Sérgio Roveri (Prêmio Shell-SP 2006, de melhor autor) e direção da premiada Yara de Novaes. Em cena, Leonardo Fernandes e Fafá Rennó vivem o drama de Diego e Sofia, alter egos de Rafael e Júlia, que se passa em uma noite fria e com muita neblina. A temporada do espetáculo Neblina, no CCBB São Paulo, será com público presencial e as representações acontecerão todas às sextas-feiras, às 18:30h, e aos sábados e domingos, às 17h. Os ingressos são adquiridos antecipadamente pelo site eventim.com.br.

A respeito da dramaturgia

A diretora Yara de Novaes explica que a peça de Sérgio Roveri possui muitas camadas: “É um texto que parece simples à primeira vista e quando você se debruça, percebe que é um texto muito fundo, cheio de camadas, que quer dizer muito mais do que as palavras dizem. São textos que vêm com uma vida anterior, as palavras são só o resultado dessa vida que ele consegue gerar ali, em lugares muito profundos. A gente tem visto isso enquanto estamos estudando o texto ou já montando a cena ou estudando em cena o texto. Percebemos que muitas vezes a gente não compreendeu o absoluto daquele texto. Ele sempre tem um mistério para nos oferecer, não esse mistério da trama, mas um mistério humano para nos oferecer.” Para Yara, na montagem, o grande desafio é conseguir, através do texto, saltar para um lugar que seja mais transcendente: “É um texto que pede o transcendente.” A diretora acredita que a peça quer propor a inexorabilidade da vida. “A morte é algo muito certo, assim como a perda. No entanto, a gente evita isso o tempo inteiro. Nós ocidentais compreendemos a morte como o fim e não como uma transformação ou um correr natural da vida. E essa é a grande dor, a gente tem a tendência a querer manter tudo como está, é muito difícil aceitar que as coisas se transformam.”

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A verdade cênica

Para o autor, a palavra chave do espetáculo é a verdade: “Cada elemento ou cada agente da peça, elenco, direção, cenário, trilha, têm que compor um jogo verdadeiro. O grande desafio da peça nesse sentido é o seguinte: se tiver um rabinho de mentira aparecendo, a estrutura desse casal desmonta. A Sofia tem que acreditar em tudo que o Diego está dizendo e ele precisa acreditar em tudo que a Sofia está dizendo e fazendo. É a crença daquilo que eles estão vivendo naquela noite específica, que faz o fechamento da trama ser tão impactante e surpreendente”. E é aos poucos que este casal vai se mostrando ao público. Roveri diz que o espetáculo traz aquilo que a gente está disposto a fazer em busca da superação. “É uma peça que mostra que o ser humano não conhece limites ou ele é desafiado a extrapolar os seus limites em nome da superação, em busca de um novo dia, de uma nova manhã, de uma reinvenção da vida. E apesar de não estar certo do que você está fazendo, você faz. Os personagens são movidos por essa intenção boa no sentido de manter a vida, a sanidade, o relacionamento. A peça é uma demonstração de força de seres humanos que não desistem.”

Elementos que compõem a cena

A respeito dos elementos que compõem a cena, Yara de Novaes explica que “quando conversamos sobre esse espaço, que tem uma função dramatúrgica, a gente entendeu que ele precisaria ser espiritual, um espaço que pudesse promover essas metáforas, que o próprio texto sugere ou evoca. É um espaço a princípio vazio, com um pêndulo, que é uma pedra. A trilha sonora acompanha as personagens. Dá chão a elas, ou faz com que elas tenham a possibilidade de sair daquele espaço, daquele tempo.” A diretora explica que esses elementos no palco contribuem porque estão ali: “para ajudar a compreender que tudo é impermanente, que nada vai ser como é para sempre. Eu acho que é isso que todos nós estamos procurando, uma compreensão muito profunda dessa impermanência.”

Minibios

Leonardo Fernandes é ator, diretor, professor de teatro e ilustrador, recebeu em 2017 um dos mais importantes prêmios do país: APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes) de Melhor Ator por sua atuação em Cachorro Enterrado Vivo. Integrou o elenco de Irmandade, uma série original da Netflix, com direção de Pedro Morelli, participou do filme Pérola, dirigido por Murilo Benício, onde interpreta o dramaturgo brasileiro Mauro Rasi, ao lado de Drica Moraes. Seu trabalho mais recente no teatro foi Casa Submersa, de Kiko Marques (Velha Companhia). Neblina é seu décimo oitavo espetáculo profissional.

Fafá Rennó é mineira de Belo Horizonte, morando em São Paulo desde 2012, co-fundadora e ex-Integrante da Cia. de Teatro Luna Lunera. Formada pelo CEFAR-Palácio das Artes e bacharel em Jornalismo pela FUMEC-BH. Integrou diversas montagens teatrais, sendo indicada a prêmios como atriz e dramaturga, entra elas: No quarto ao lado, direção de Yara Novaes; O Rei e a Coroa Enfeitiçada (infantil), direção de Cynthia Falabella e Débora Falabella, sendo indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, na categoria Melhor Atriz; Loucas Por Eles, direção de Fernando Cardoso e texto do argentino Marcos Carnevale; Mente Mentira, de Sam Sheppard, direção de Matheus Monteiro. Integrou o elenco das séries Beleza S/A, do GNT, e Que Monstro te Mordeu? (infantil), da TV Cultura, direção Cao Hamburguer. Na Rede Globo, integrou o elenco de Felizes para Sempre?, direção de Fernando Meirelles, como a personagem Virna, além das séries Vade Retro, Assédio e PSI. Seus trabalhos mais recentes são: a série Escola de Gênios, do Gloob, como a personagem Renné; o longa-metragem Turma da Mônica – Laços, direção de Daniel Rezende, como a personagem Dona Cebola; a segunda temporada das séries Samantha! e O Escolhido, ambas da NetFlix; a peça A Princesa Falalinda sem papas na língua (infantil), direção de Cynthia Falabella; a websérie Farol de Neblina, direção de Clarissa Campolina e Yara de Novaes; e o longa-metragem Como Hackear seu Chefe, direção de Fabrício Bittar.

Yara de Novaes é mineira de Belo Horizonte, morando em São Paulo desde 2003. Atriz, diretora e professora de teatro, lecionou na PUC-Minas, UFPE, Uni-BH e, atualmente, na FAAP-SP. Trabalha como atriz há 35 anos e como diretora há mais de 25 anos. Atualmente, como atriz, está gravando o filme “Zé”, direção de Rafael Conde, está no elenco da próxima novela da Globo “Um lugar ao sol” e vai fazer uma série na Amazon, como diretora está em cartaz em São Paulo com o espetáculo “Entre”. Seus trabalhos mais recentes são: Contrações, de Mike Bartlett; Uma Espécie de Alasca, de Harold Pinter; LoveLoveLove, de Mike Bartlett; e Justa, de Newton Moreno. Recebeu vários prêmios por suas atuações e direções, entre eles o APCA, Shell, Questão de Crítica, APTR e Aplauso Brasil. Em Belo Horizonte, sua terra natal, fundou duas companhias, o Grupo Teatral Encena e a Odeon Companhia de Teatro, essa última ao lado do diretor Carlos Gradim. Na Odeon dirigiu e atuou em espetáculos de grande importância para a cena teatral mineira e brasileira. Entre eles, Ricardo 3°, de William Shakespeare e o Coordenador, de Benjamim Galimiri. Em 2005, já em São Paulo, funda o Grupo 3 de Teatro, junto com Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva. Dirigiu como convidada diversos espetáculos nos últimos anos, entre eles: Tio Vania, do Grupo Galpão; Caminho para Meca, com Cleyde Yaconis; e as adaptações de: A Mulher que Ri, de Móricz Zsigmond; Maria Miss, de Guimarães Rosa; As Meninas, de Lygia Fagundes Telles; O Capote, de Nicolai Gógol; Noites Brancas, de Fiodor Dostoiévski; Noturno, com o Teatro Invertido; Tiros em Osasco, de Cássio Pires, com um elenco formado por 11 jovens atores do Núcleo Experimental de Artes Cênicas do SESI-SP. Suas direções mais recentes são: A Ira de Narciso, de Sérgio Blanco; Corpos Opacos, um poema-cênico, com Carolina Virguez e Sara Antunes; Entre, de Eloísa Elena; e Brian ou Brenda, de Franz Kepller, esses dois últimos com Carlos Gradim como parceiro. Sua última atuação foi Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, de Silvia Gomez, direção de Gabriel Paiva. Tem feito várias experiências digitais durante a pandemia, entre elas, Justa, no projeto SESC EM CASA, o jogo Desmemória e Como os Ciganos fazem as Malas, de Newton Moreno, com o Grupo Galpão.

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Sérgio Roveri é dramaturgo e jornalista, autor de 25 peças teatrais, das quais 20 já foram encenadas por diretores como Elias Andreato, Alberto Guzik, José Roberto Jardim, Marco Antonio Rodrigues, Rodolfo Garcia Vazquez, Sérgio Ferrara, Maria Alice Vergueiro, Yara de Novaes e André Guerreiro. Já foi indicado três vezes ao Prêmio Shell de Melhor Autor, tendo vencido em 2007 com o texto Abre as Asas Sobre Nós. Conquistou o primeiro lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia com a peça Andaime, em 2008. Parte de sua produção teatral pode ser encontrada nos livros O Teatro de Sérgio Roveri e Coleção Primeiras Obras, editados pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, e Sérgio Roveri em Quatro Tempos e Medeia, Maria e Marilyn, publicados pela Giostri Editora. Escreveu as biografias do ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri (Um Grito Solto no Ar) e da escritora Tatiana Belinky (…E quem quiser que Conte Outra), para a Coleção Aplauso. Como roteirista, desenvolveu trabalhos para a Rede Globo e GNT. Integra o time de autores presentes na Coletânea em espanhol Teatro Contemporáneo Brasileño, editada pelo Ministério das Relações Exteriores. Já teve peças encenadas na Colômbia e Portugal. Alguns de seus textos foram traduzidos para o espanhol, inglês e francês. Foi um dos autores convidados para representar o Brasil durante o Salão do Livro de Paris, em março de 2015. Como roteirista, participou da equipe de criação dos seriados Norma, da Rede Globo, Três Teresas, do Canal GNT, do filme De Onde Te Vejo e do documentário República Madalena.

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Sinopse

Depois de passar com o carro sobre uma pedra no trevo de uma estrada deserta, uma mulher, Sofia (Fafá Rennó), caminha mais de uma hora em busca de socorro, até encontrar uma casa com as luzes acesas, onde mora Diego (Leonardo Fernandes), um homem solitário e de personalidade pouco amistosa. O frio e a neblina daquela madrugada obrigarão Sofia a esperar até o amanhecer para poder partir. Estranhamente, o amanhecer para os dois personagens demora muito a chegar. Questões existenciais relacionadas a como lidar com a perda, o luto, o sofrimento e formas de alcançar a superação estão inseridas na história deste misterioso casal.

Ficha técnica

Direção: Yara de Novaes
Texto: Sérgio Roveri
Direção de Produção: Tatyana Rubim
Elenco: Fafá Rennó e Leonardo Fernandes
Cenário: André Cortez
Trilha Sonora Original: Dr Morris
Luz: Wagner Antônio
Preparação Corporal: Eliatrice Gischewski
Figurino: Ivana Neves e Leonardo Fernandes
Aderecista: Marcelo Andrade
Projeto Gráfico: Estudio Ofício (Tiago de Macedo)
Fotografia do Projeto Gráfico: Alessandra Nohvais
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotos de divulgação: Guto Muniz
Idealização: Leonardo Fernandes e Tatyana Rubim
Equipe Rubim Produções: Sônia Branco Cerqueira, Bárbara Amaral, Juliana Peixoto, Mariana Angelis e Letícia Leiva

Serviço

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo – SP
Aberto todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças.
Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô.
Informações: (11) 4297-0600

Estacionamento Conveniado e Translado: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). No trajeto de volta, tem parada na estação República do Metrô.

Temporada: De 12 de novembro à 12 de dezembro de 2021 e de 14 à 23 de janeiro de 2022.
Horários das representações: Sextas-feiras, às 18:30h, sábados e domingos, às 17h.
Ingressos adquiridos antecipadamente pelo site eventim.com.br (Vendas a partir de 5 de novembro)

Valor do ingresso: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)
Capacidade de público: Temporariamente reduzida a 40% da capacidade do teatro.
Acesso facilitado para deficientes e acompanhantes.
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos

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