Casa de Cultura do Parque inicia novo ciclo expositivo

Na reabertura, a Casa apresenta duas exposições individuais e uma coletiva com obras de Guto Lacaz, Lenora de Barros e Wagner Malta Tavares.

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A Casa de Cultura do Parque, idealizada por Regina Pinho de Almeida, inicia um novo ciclo com três novas exposições em seu espaço. A Galeria do Parque recebe a coletiva AR, com trabalhos de Guto Lacaz, Lenora de Barros e Wagner Malta Tavares e texto de Juliana Monachesi. O Projeto Gabinete expõe Sementes no Bolso de Marcelo Pacheco com texto de Fernanda Pitta e o Projeto 280 X 1020 exibe Paisagem, um desenho de Adrianne Gallinari. A direção artística é de Claudio Cretti.

  • AR – Guto Lacaz, Lenora de Barros e Wagner Malta Tavares

O encontro inédito de três artistas de gerações diferentes, mas com conexões que remetem à ludicidade em seu trabalho proposto pela Casa de Cultura do Parque, estabelece diálogos que ressaltam o ponto comum da ironia e da graça em sua produção, fazendo alusões ao universo Pop, à diversão, à contemporaneidade.

Guto Lacaz e Lenora de Barros iniciam suas trajetórias entre o final dos anos 70 e início dos 80. Artistas múltiplos, transitam por diversas linguagens como o objeto, a fotografia, a instalação – todos presentes nesta exposição. Embora partam de poéticas distintas em suas pesquisas, os dois artistas têm vários pontos de convergência que aparecem com frequência em suas produções. Wagner Malta Tavares, dialoga fortemente com essas questões, criando uma mitologia contemporânea e atualizando interesses que nos remetem tanto à antiguidade clássica como ao Pop contemporâneo. Desse modo, é flagrante o olhar do artista para a obra de seus colegas, como se fizessem parte de uma entidade que pensa a arte agindo na sensibilidade com diversão e mistério, tornando-se um enigma para os sentidos de fruição diante das obras”, explica Claudio Cretti.

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Em AR, todos os trabalhos possuem um certo cinetismo. Enquanto as obras da série ELETRO LIVROS de Guto Lacaz permanecem estáticas, elas podem ser acionadas pela interação do público e colocadas em movimento. “Guto Lacaz apresenta três de seus Eletro Livros (inéditos em São Paulo), em que elegantes e sintéticos motores (sem carenagem) põem em movimento um detalhe de uma ilustração de um livro de seu acervo pessoal. Não existe mutilação do objeto, que Lacaz considera sagrado, mas duplicação ou amplificação de um elemento afetivamente escolhido para mover a página antes inerte. Esse ar engendra, em cada Eletro Livro, um novo enredo que prolonga a narrativa subjacente, a do livro em questão”, pontua Juliana Monachesi.

Já nas criações de Lenora de Barros, sua obra prioritariamente sonora resulta da movimentação, pelo público, da peça estática na sala de exposição. Nas palavras de Juliana Monachesi “para Lenora de Barros, o mundo se transforma em função do lugar onde fixamos a nossa atenção. O visitante de AR escuta a voz da artista entoando o mantra cageano. Nesse concerto para caixas de som surround, intitulado O Que Ouve, ledebe – na alcunha sintética que ela utiliza no Instagram – dirige-se direta e claramente ao público, convidando ao cuidado com o outro e com o mundo atual.”

Os trabalhos de Wagner Malta Tavares, em sua totalidade, são acionados por energia elétrica, ficando em constante movimento. “O ar “sobre o pasto inédito da natureza mítica das coisas”, para usar um fragmento de verso da Máquina do Mundo de Drummond, reverbera em toda a exposição. Ele anima as esculturas São João, Fantasma e Figura Ajoelhada, na mesma medida em que asfixia, por sua ausência, a obra Bermudas [aquário]”, explica Juliana Monachesi.

“Acho que o mundo muda porque a gente respira. Quando a gente nasce, inspira e passa a vida toda trocando com o mundo; nessa troca a gente se transforma. E então, quando morre, a gente expira, devolvendo para o mundo tudo o que foi vivido, mas de um jeito totalmente modificado”, afirma Wagner Malta Tavares.

AR não é uma exposição retiniana. Som, vento, trabalho que se mexe. Essa é uma exposição que coloca o espectador em movimento”, define Claudio Cretti

  • Projeto Gabinete – Marcelo Pacheco | Sementes no bolso

As pinturas a óleo do artista são elaboradas em suportes diversos e distintos, em sua maioria resultado de seus achados em discretos garimpos urbanos. O resultado pictórico tende a uma abstração geométrica oriunda do universo popular.

Na visão de Fernanda Pitta, “para essa exposição, o artista fez adentrar o ateliê, aqui e ali, refugos, restos de marcenaria, vazios de coisas úteis, que foram sendo colhidos por Marcelo Pacheco no seu perambular cotidiano. Nesse espaço de trabalho, que também é uma espécie de refúgio de coisas, são reconfigurados à medida que vai os envolvendo com cores, rotacionando suas posições originais, ou combinando-os entre si.. Alguns performam colunas infinitas e singelas nos seus dentes desiguais, outros sugerem teclas de um instrumento sonoro, meio canhestro e divertido, construído para um gigante invisível, capaz de tocar uma harmonia silenciosa. Talvez ela também seja um pouco desajeitada, mas aí reside sua graça.”

  • Projeto 280 x 1020 – Adrianne Gallinari | Paisagem

Um único desenho, mas de grandes dimensões, compõe o trabalho de Adrianne Gallinari. Apesar de tender a abstração, a obra é uma grande paisagem, não figurada; uma paisagem não de observação, mas ‘inventada’, feita em giz de cera sobre tecido. Um desenho quase obsessivo, onde a artista vai construindo esse imenso trabalho com riscos pequenos até cobrir toda a área.

Nas palavras do crítico Agnaldo Farias, “do pulso que doma a energia e a faz convergir para as pontas dos dedos que prendem o instrumento ao braço que permite que a mesma energia flua livremente como vontade de desbordamento, a artista vai compendiando os gestos, ponderando que a leveza do risco coincide com o desejo de deixar o suporte – tecido, papel, parede…- falar e que o traço grosso e regular, obsessivo a ponto de fazer com que as cifras se embaralhem, criando uma rede espessa, significa o contrário, que o som e o desenho do signo surgiram em função de nosso desejo de aplacar o som do mundo. ”Palavras são desenhos”, afirma a artista, ao mesmo tempo em que propõe que as imagens sejam entendidas como escrituras.”

SERVIÇO

GALERIA DO PARQUE

Exposição: AR
Artistas: Guto Lacaz | Lenora de Barros | Wagner Malta Tavares
Texto de apresentação: Juliana Monachesi
Número de obras: 10
Técnica: diversas

PROJETO 280 x 1020

Exposição: Paisagem
Artista: Adrianne Gallinari
Número de obras: 1
Técnica: giz de cera s/ tecido

PROJETO GABINETE

Exposição: Sementes no bolso
Artista: Marcelo Pacheco
Texto de Apresentação: Fernanda Pitta
Número de obras: 8
Técnica: óleo s/ madeira

Direção Artística: Claudio Cretti
Abertura: 19 de junho, sábado, das 11h às 15h
Duração: de 19 de junho a 19 de setembro de 2021
Local: Casa de Cultura do Parque
Endereço: Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros | Tel.: (11) 3811.9264
Horários: de quarta-feira a domingo das 11h – 19h
Entrada Franca

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A retomada das atividades da Casa de Cultura do Parque segue os protocolos da Fase de Transição do Plano São Paulo de controle à pandemia, implantada pelo governo estadual, além de seguir as medidas de proteção, saúde e higiene estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde. O número de visitantes segue limitado ao percentual permitido; é feita medição de temperatura à entrada e dispositivos de álcool gel estão posicionados por diversos pontos no espaço. O uso de máscara é obrigatório.

Casa de Cultura do Parque

Casa de Cultura do Parque é espaço plural que promove uma gama de atividades culturais e educativas, com exposições de arte, shows, palestras, cursos, oficinas, entre tantos. Localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, a sede de arquitetura e paisagismo contemporâneos, conta com múltiplos ambientes para realização de atividades próprias e de terceiros. Como um fórum de conhecimento, oferece oportunidades de aprendizado e vivências criativas que transcendem fronteiras disciplinares e valorizam a expressão da experiência em cultura.

A Casa de Cultura do Parque tem como principal parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo), organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), sem fins lucrativos, fundada em 2010. Idealizadas e promovidas por Regina Pinho de Almeida, as duas iniciativas são de natureza socioeducativa e comungam o mesmo ideal de ampliar acesso ao conhecimento em toda sua amplitude.

Juliana Monachesi – crítica de arte, curadora independente, jornalista especializada em artes visuais e mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde defendeu, em 2006, a dissertação “Quebra de padrão – Novos paradigmas para a crítica de arte no contexto da cultura digital”, sob orientação da professora doutora Giselle Beiguelman. É diretora de comunicação da Galeria Luisa Strina, São Paulo. Foi diretora de redação da revista de arte Harper’s Bazaar Art Brasil. Foi editora de cultura da Harper’s Bazaar Brasil (2013-2014), editora-adjunta da revista seLecT (2011-2012) e repórter e redatora do jornal Folha de S.Paulo (1999-2010), além de ter colaborado para diversas publicações culturais, como Canal Contemporâneo, Bravo!, DASartes e L’Officiel. Como crítica de arte, integrou o grupo de crítica da Temporada de Projetos do Paço das Artes (2002-2011); manteve coluna mensal de crítica de arte, entre 2005 e 2007, na revista Bienart. Dirigiu durante três anos (2007-2009) o espaço de experimentação e.d.e.nº343. Foi curadora-adjunta do projeto Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2001/2003 e realizou as curadorias “Solidez efêmera” (2019), Garrido Galeria, Recife; “Atlas Abstrato” (2016), no Centro Cultural São Paulo, projeto selecionado pelo Programa de Exposições 2016; “A Abstração como Imagem” (2015), na Galeria TATO; “Poéticas do feito à mão” (2013), na OMA Galeria; “Cotidiano inventado” (2013), na Galeria Lourdina Jean Rabieh; “Festa anticonformista” (2012), na Galeria Oscar Cruz; “O princípio da volatilidade” (2012), na Galeria Smith; “afotodissolvida” (2004), no Sesc Pompéia; “Arquiteturas subjetivas” (2003), no Paço das Artes; “A casa onírica” (2003), na semana de arte contemporânea de São João da Boa Vista; e “Manifestos contemporâneos” (2003), no Sesc Vila Mariana, entre outras. É formada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, onde realizou, como trabalho de conclusão de curso, em 2000, o livro-reportagem “Sem título – Arte brasileira da década de 80 a 2000”.

OS ARTISTAS

Guto Lacaz (São Paulo, SP, 1948): Artista multimídia, ilustrador, designer, desenhista e cenógrafo. Em 1978 ganha o prêmio “Objeto Inusitado – Arte Aplicada” (Paço das Artes, São Paulo, SP) e inicia sua carreira como artista plástico. Em 1982 realiza “Idéias Modernas”, sua primeira individual, na Galeria São Paulo (São Paulo, SP). Em 1983 a “Eletro Performance” na 18ª Bienal de São Paulo, SP e em 1986 “Eletro Esfero Espaço”, na exposição “A Trama do Gosto”. Em 1989 a composição flutuante “Auditório para questões delicadas”, no lago do Ibirapuera e “Cosmos – um passeio no infinito”, no MASP (São Paulo, SP). Em 2014 participa da 3ª Bienal da Bahia com “Saravá, Espiral Cinética” para o Elevador Lacerda (Salvador, BA). Inaugura sua segunda escultura em espaço público: “Ulysses, o elefante biruta”, no Parque Pedreira do Chapadão em Campinas, SP. Em 2015 apresenta a escultura cinética “pororoca” na exposição “As Margens dos Mares”, no Sesc Pinheiros, a intervenção urbana “ALEX ALEX”, no CCSP e a performance “Ludo Voo” no Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo, SP).

Lenora de Barros (São Paulo, SP, 1953): é formada em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e iniciou sua trajetória artística na década de 1970, época de intenso experimentalismo na arte brasileira, marcada por uma forte tendência construtiva e vanguardista desde os anos 50. As primeiras obras criadas por Lenora podem ser colocadas no campo da ‘poesia visual’ a partir do movimento da poesia concreta da década de 1950. Palavras e imagens foram os seus materiais iniciais. Em 1983, LB publicou o livro Onde Se Vê, um conjunto de “poemas” bastante incomuns. Alguns deles dispensaram o uso de palavras, construídos como sequências fotográficas, onde a própria artista representava diferentes personagens em atos performáticos. Este livro já anunciava o trânsito de Lenora de Barros para o campo das artes visuais, o que acabou por acontecer. Desde então, a artista segue seu caminho pessoal, marcado pelo uso de diversas linguagens: vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos.Entre as recentes exposições e atividades destacam-se a exposição individual Wanted, Galerie Georg Kargl, Vienna, Austria, 2019; Pisa na Paúra, Galeria Millan, São Paulo-SP, 2017; ISSOÉOSSODISSO, com curadoria de Priscila Arantes no Paço das Artes, São Paulo-SP, Brasil, 2016; Umas e Outras, curadoria de Glória Ferreira, PIVÔ, São Paulo-SP, 2014.Sua obra faz parte de coleções públicas e particulares no Brasil e no exterior: Hammer Museum, Los Angeles, USA, Museu d’Art Contemporani de Barcelona, Daros-Latinamerica, Zurique, Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e Pinacoteca de São Paulo.

Wagner Malta Tavares (São Paulo, SP, 1964)

Faz uso do vídeo, escultura, fotografia, desenho, colagem, performance e instalação para dar vazão a sua poética que consiste, em linhas gerais, tornar visível aspectos fundamentais que permeiam as relações entre as pessoas e, entre as pessoas e as coisas do mundo; trazer à experiência sensível aquilo que está latente. Formado em Comunicação Social pela FAAP. Em 1998 começa seu trabalho em artes. Em 1999 passa a integrar o grupo de artistas o Grupo Olho Seco. Em 2001 funda em Santa Cecília a galeria independente 10,20×3,60 a qual gere até 2003. Pela galeria passaram importantes nomes que hoje integram a cena de arte contemporânea. Dentre os trabalhos realizados destacam-se: a individual Herói no Instituto Tomie Ohtake, Panorama da Arte Brasileiro do MAM, e exposições e intervenções internacionais na Bélgica, Portugal, Noruega, Romênia, Estados Unidos e Itália. Finalista do Prêmio Pipa de 2014 e ganhador dos editais: Prêmio Marcantonio Villaça de aquisição de obras, Conexões Visuais Petrobrás/Funarte e Fundação Iberê Camargo. Artista residente no The Art Institute of Chicago pela Bolsa Iberê Camargo. Tem obras nas coleções do MAM-RJ, MAR-RJ, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museu Bispo do Rosário, RJ, Fundação Figueiredo Ferraz e em várias importantes coleções particulares.

Marcelo Pacheco (Campinas, SP, 1984)

Vive e trabalha em São Paulo, SP. Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo em 2009 e defendeu mestrado em Direito Econômico, em 2013, pela mesma instituição. Realizou intercâmbio acadêmico na Université Paris I – Panthéon Sorbonne, em 2008, quando começou a fotografar com uma câmera analógica. Tornou-se servidor público no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo em 2012. Em 2013, instalou-se em um ateliê coletivo em São Paulo, onde passou a se dedicar à pintura. A partir de 2016, participou de exposições coletivas e salões de arte, dentre eles o Salão dos Artistas Sem Galeria, em janeiro de 2017. Realizou exposição individual na Galeria Sancovsky, em agosto de 2018, com curadoria de Douglas de Freitas. Mudou-se para o ateliê Massapê Projetos (SP), onde participou da exposição ‘Featuring’, em agosto de 2019, com Thomaz Rosa e Leandro Muniz, inaugurando uma obra site specific para o espaço. Atualmente, vem expandindo sua pesquisa pictórica com a produção de objetos e esculturas pintadas e obras confeccionadas com colagem e costura de tecidos. Indicado ao Prêmio Pipa 2020.

Adrianne Gallinari (Belo Horizonte, MG, 1965)

Artista multimídia. Entre 1984 e 1987, estuda na Escola Guignard, juntamente com Rosângela Rennó. Inicia sua atuação artística nessa escola, desenvolvendo produção em desenho e pintura, e experimentando materiais como a cerâmica. Nesse período, conhece os artistas Cao Guimarães e José Bento, entre outros. Desponta no circuito cultural nos anos 1990 com trabalhos de pintura e desenho. A pintura de cores fortes do início dessa década desloca-se para um desenho com poucas áreas de cor, composto por silhuetas humanas, formas geométricas e palavras, realizado sobre diferentes suportes. Entre 1997 e 2003, realiza um projeto itinerante de desenhos sobre parede nas cidades de São Paulo, Buenos Aires, Nova York, Pontevedra (Espanha), Fortaleza, Pori (Finlândia) e Belo Horizonte, no qual o desenho se relaciona diretamente com a arquitetura do lugar da mostra. A palavra tem um papel preponderante nesses desenhos, gerando áreas de acúmulo semelhantes à trama de linhas. Nos desenhos sobre papel da Série Vermelha, 2003, a artista retoma o uso predominante da cor, como nas pinturas. Em 2006 desenha em nanquim preto sobre tecidos de dimensões diversas, utilizando sutis áreas de cor. Esses trabalhos têm em comum linhas, figuras ou formas geométricas que se desdobram em outras imagens, criando narrativas. O movimento e a narrativa estão presentes de modo mais efetivo nas animações que a artista cria em vídeo/DVD, com base em uma série de desenhos sequenciados.

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