Arte, cores, formas, celebram o reencontro da CCP com o publico
Casa de Cultura do Parque | CCP, idealizada por Regina Pinho de Almeida, reabre suas portas em conformidade com todos os protocolos definidos pelas áreas competentes e, como celebração do reencontro com público e amigos, com três mostras inéditas em seus espaços expositivos. Na Galeria – a coletiva “Entre tanto” com obras de André Ricardo, Bruno Dunley e Sérgio Sister. O espaço para novos criativos está disponível e ativo na ação trimestral Gabinete onde expõe a primeira individual institucional de Thomaz Rosa – “Imagem e ação”. Edgar Racy dá início à ação semestral Projeto 280 x 1020, com a obra “Pátria amada?”.
Entre tanto
Três artistas se encontram para propor um diálogo visual utilizando-se de uma das técnicas mais antigas e respeitadas de expressão da cultura: a pintura. São nomes contemporâneos, em momentos diferentes de sua trajetória, porém já com suas posições consolidadas no circuito cultural brasileiro e internacional. É o encontro de Sergio Sister, presente no imaginário e coleções de várias gerações de admiradores e amantes das artes desde o final da década de 1960, com uma seleção de obras em pequenos formatos dos anos 1990 e obras inéditas de sua produção recente, com trabalhos de André Ricardo e Bruno Dunley, de meados da primeira década de 2000, permitindo um diálogo harmonioso e intenso.
“A ideia de reunir o trabalho de Sister com o de dois jovens pintores, Dunley e Ricardo, para além das particularidades da obra de cada um deles, é instaurar o debate sobre a passagem das questões modernas para a contemporaneidade e como a pintura ainda atualiza as questões da arte em nossos dias”, explica Claudio Cretti, diretor artístico da CCP. Já o professor e filósofo José Bento Ferreira, analisa: “Para os três artistas, a pintura é uma recusa à condição de coisa. Os quadros são objetos materiais feitos de relações, portadores de certa imaterialidade. A pintura, como toda imagem, não é coisa, é olhar. Ela instaura olhares, produz relações.”
Sergio Sister é uma influência para artistas brasileiros e internacionais desde o início da década de 1970. Cria telas abstratas, nas quais alia faixas de cor de tonalidades aproximadas, empregando pinceladas curtas e tintas metálicas, conectando dois ou mais corpos diferentes de cor. Em um momento seguinte, combina pintura e escultura. O que marcou sua produção da época é a superposição de camadas cromáticas, resultando em campos de cor autônomos que coexistem harmoniosamente. Hoje, seu trabalho combina pintura e escultura. Ele utiliza suportes derivados de estruturas encontradas e de sistemas designados a servir necessidades cotidianas.
Utilizar obras abstratas de Sergio Sister como referência, não impediu que Bruno Dunley e André Ricardo desenvolvessem sua assinatura visual com base na figura.
“Bruno Dunley envolve algumas imagens com espessas nesgas de tinta. Vultos mergulham no espaço. As aparições que povoam suas telas apontam para uma dimensão mítica e arquetípica. Imagens de arquivos, retratos, memórias e visões oníricas coexistem com pinturas abstratas e monocromáticas”, explica José Bento Ferreira. Já sobre André Ricardo, o filósofo diz: “observa formas arquitetônicas, animais, veículos e todo desenho do cotidiano. Depuradas e recombinadas nas telas, as imagens das coisas aparecem repletas de significado. Formas feitas para iludir, agradar e seduzir são reduzidas e traduzidas pelo artista. Assumem um aspecto rígido, hierático. Seus contornos e cores tornam-se resplandecentes de modo inteiramente outro que o da visão comum das coisas. O ídolo ressurge como ícone”.
Entre Tanto apresenta-se como uma celebração de cores e técnicas, uma homenagem à pintura e uma declaração pictórica da possibilidade da existência de harmonia e diálogo entre gerações, formas e mensagens.
Projetos Gabinete e 280 x 1020
Ações culturais autônomas da CCP, os Projetos Gabinete e 280 x 1020 tem metas diferenciadas e contemplam uma diversidade de linguagens – pintura, escultura, vídeo, fotografia, performance, instalação – e artistas de diferentes gerações criando um rico panorama da produção visual no País. Em Gabinete, novos artistas convidados que despontam como promessas na cena visual contemporânea, tem espaço para apresentar, talvez, a sua primeira mostra individual institucional. Para 280 x 1020, o artista convidado é “desafiado” a preencher a área com pequenos trabalhos que relatem uma história em uma área pré-definida.
Thomaz Rosa é o convidado do trimestre para o Projeto Gabinete estreia sua primeira individual institucional Imagem e ação, com uma série de 15 pinturas em pequenos formatos.
280 x 1020 tem Edgar Racy com a obra Pátria amada? (2018). A imagem desmembrada da Bandeira do Brasil, dividida em três partes: o retângulo, o losango e o círculo; é composta por 75 elementos de carvão e aglutinante sobre papel cartão de 40×30 cm. De forma aleatória, as formas flutuam no vazio, encontrando-se ou não sobre o papel. Para finalizar, o artista se apropria do Hino Nacional para representar o “orgulho”, separando as palavras em fragmentos.
SERVIÇO |
Espaço GALERIA |
Exposição: Entre Tanto |
Artistas: André Ricardo |Bruno Dunley | Sérgio Sister |
Texto de apresentação: José Bento Ferreira |
Número de obras: 33 |
Técnica: pintura |
PROJETO VARANDA |
Exposição: Pátria amada? |
Artista: Edgar Racy |
Número de obras: 1 |
Técnica: 75 partes de carvão e aglutinante sobre papel cartão |
PROJETO GABINETE |
Exposição: Imagem e ação |
Artista: Thomaz Rosa |
Número de obras: 15 |
Técnica: pintura |
Direção Artística | CCP: Claudio Cretti |
Abertura: 17 de outubro – sábado – das 11h às 15h |
Duração: de 18 de outubro de 2020 a 28 de fevereiro de 2021 |
Local: Casa de Cultura do Parque – ccparque.com |
Endereço: Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 |
Alto de Pinheiros – São Paulo/SP |
Tel.: (11) 3811.9264 |
Horários: de quarta-feira a sexta-feira, das 11h às 19h | sábados e domingos, das 10h às 18h |
Entrada Franca |
Mídias Sociais |
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OS ARTISTAS
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André Ricardo (São Paulo, SP, 1985) é artista visual com pesquisa no campo da pintura. Formado em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil, Portugal e, mais recentemente, na Espanha. Suas obras integram coleções privadas e acervos públicos como o Museu de Arte de Ribeirão Preto (SP), Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília, Museu Casa do Olhar Luiz Sacilotto (Santo André, SP) e Addaya Centre D´Art Contemporani (Mallorca, Espanha).
Bruno Dunley (Petrópolis, RJ, 1984) é artista plástico e professor. Graduado em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina (FASM-SP), participou de diversas exposições, entre elas a 33a Bienal de São Paulo em 2018 e mostras no Instituto Tomie Ohtake (SP), MAC (SP), Centro Universitário Maria Antônia (SP), CAIXA Cultural do Rio de Janeiro e na Galeria Nara Roesler (SP, RJ e NY). Possui obras nas coleções do MAC (SP), MAM (SP) e na Pinacoteca Municipal de São Paulo. É um dos idealizadores e integrantes do projeto ali: arte livre itinerante que atua em Cidade Tiradentes, São Paulo. Como professor, ministrou cursos livres no Instituto Tomie Ohtake, Casa do Saber, Ypscilone escritório de arte e no Sesc Belenzinho, além de realizar acompanhamento de trabalho e grupos de estudos em seu ateliê.
Sérgio Sister (São Paulo, SP, 1948) é pintor e desenhista. Iniciou sua produção no final da década de 1960, período em que atuou como jornalista e se aproximou da militância política de resistência ao regime militar brasileiro (1964 – 1985). Como parte da geração 80, ele revisita uma antiga temática pictórica: a interação entre superfície e tridimensionalidade, na tentativa de liberar a pintura no espaço. Entre suas individuais recentes, destacam-se: Sérgio Sister – o sorriso da cor e outros engenhos, no Instituto Ling (2019), em Porto Alegre, Brasil; Sérgio Sister, na Kupfer Gallery (2017), em Londres, UK; Sérgio Sister: Malen Mit Raum, Schatten und Luft, na Galerie Lange + Pult (2016), em Zurique, Suíça; Expanded Fields, no Nymphe Projekte (2016), em Berlim, Alemanha; Ordem Desunida, na Galeria Nara Roesler (2015), em São Paulo, Brasil. Participou das 9a e 25a edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1967, 2002). Suas obras fazem parte de importantes coleções, tais como: François Pinault Collection, Veneza, Itália; Fundación/Colección Jumex, Cidade do México, México; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil e Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Thomaz Rosa (São Paulo, SP, 1989) é artista visual. Vive e trabalha em São Paulo.
Bacharel em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo com residência na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em Portugal. Participa das exposições “Oito Artistas” na Galeria Mendes Wood DM, organizada pelos artistas Bruno Dunley e Lucas Arruda; “Circumscriptio, Compositio, Receptio Luminum” na BFA Boatos Fine Arts; “Um desassossego” na Galeria Estação; e a coletiva “Na soleira da noite” na Galeria Sancovski. Em 2017, sua primeira individual “Unwelt” na BFA Boatos; 2018, fez residência artística no PIVÔ. Em 2019, participou de “Fevereiro” na Mendes Wood DM; e realizou sua segunda exposição individual e primeira internacional: “Intorno alla mia cattiva educazione” (galeria Castiglioni, Milão). Também em 2019, organizou o projeto “Featuring” em parceria com os artistas Leandro Muniz e Marcelo Pacheco, e exposição no Ateliê Massapê. Em 2020, participou da coletiva Entre Bordas no Sesc Santo André com curadoria de Paula Braga.
Edgar Racy (São Paulo, SP, 1963) é artista visual. Estuda desenho com Carlos Fajardo e História da Arte com Rodrigo Naves e Filosofia com Rogério da Costa. Na Pinacoteca do Estado, participa de Workshop com Amílcar de Castro. Faz parte do núcleo de acompanhamento a jovens artistas da Oficina Oswald de Andrade, “A Produção Refletida”. Em 2018, muda-se para Londres, onde vive e trabalha. Participa de mostras, individuais e coletivas, como Walthamstow Wetlands (Londres, UK), Centro Cultural São Paulo, Galeria Eduardo Fernandes (São Paulo, SP), Museu Teodoro de Bona (Curitiba, PR), Salão de Arte de Ribeirão Preto (SP), MAM (São Paulo, SP), IBAC (Rio de Janeiro, RJ), Paço Das Artes (São Paulo, SP), Palácio das Artes (Belo Horizonte, MG) ; Funarte (Rio de Janeiro, RJ), Funarte (São Paulo, SP), VI Salão Paulista (São Paulo, SP). Coleção pública: Museu de Arte Contemporânea (São Paulo, SP) – comodato coleção do Marcantonio Vilaça.
Casa de Cultura do Parque | CCP
Casa de Cultura do Parque | CCP – é espaço plural que promove uma gama de atividades culturais e educativas, com exposições de arte, shows, palestras, cursos, oficinas, entre tantos. Localizada em frente ao Parque Villa-Lobos, a sede da CCP de arquitetura e paisagismo contemporâneos, conta com múltiplos ambientes para realização de atividades próprias e de terceiros. Como um fórum de conhecimento, oferece oportunidades de aprendizado e vivências criativas que transcendem fronteiras disciplinares e valorizam a expressão da experiência em cultura.
A Casa de Cultura do Parque tem como principal parceiro institucional o Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo), organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), sem fins lucrativos, fundada em 2010. Idealizadas e promovidas por Regina Pinho de Almeida, as duas iniciativas são de natureza socioeducativa e comungam o mesmo ideal de ampliar acesso ao conhecimento em toda sua amplitude.