Black Brecht e se Brecht Fosse Negro? estreia no Sesc Pompeia

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Peça, que tem direção de Eugênio Lima e dramaturgia de Dione Carlos, é livremente inspirada na peça O Julgamento de Luculus, de Bertolt Brecht; temporada vai de 18 de abril a 5 de maio no Teatro da Unidade.

Livremente inspirada na peça “O Julgamento de Luculus”, de Bertolt Brecht, estreia no Sesc Pompeia temporada de Black Brecht, e se Brecht Fosse Negro. A peça fica em cartaz aos sábados, 21h, e domingos, 18h30, no Teatro da Unidade, de 18 de abril a 5 de maio.

Perante o Supremo Tribunal do Reino das Sombras apresenta-se Luculus Brasilis, o general civilizador, que precisa prestar contas da sua existência na terra para saber se é digno de adentrar no Reino dos Bem-Aventurados. Sob a presidência do juiz dos Mortos, cinco jurados participam do julgamento: um professor, uma peixeira, um coveiro, uma ama de leite e um não-nascido. Estão sentados em cadeiras altas, sem mãos para segurar nem bocas para comer, e os olhos há muito apagados. Incorruptíveis.

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A partir deste enredo a trama da peça foi sendo construída, com início durante a ocupação do Legítima Defesa, no próprio Sesc Pompéia, em novembro de 2017. Em duas imersões abertas ao público (estudos e dramaturgia), foram dez dias de trabalho. Em março de 2018, também na Unidade, foi apresentado ao público mais uma etapa, com um módulo de imersão (encenação).

Em junho de 2018 o projeto Black Brecht: E se Brecht fosse Negro? Foi comtemplado com o Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo. A partir daí, durante nove meses o grupo Legítima Defesa se debruçou sobre aquilo que começou como uma provocação: E se Brecht fosse Negro? Nesta provocação, se Brecht fosse negro qual seria o lugar ocupado pela raça? Sua obra seria lida por uma perspectiva interseccional? Unindo classe, raça e gênero? Seria possível construir um espetáculo sobre uma perspectiva afro brasileira diaspórica da obra e dos procedimentos de Brecht?

Para compor o texto de Black Brecht, foram utilizados diversos materiais – escrituras coletivas, dramaturgias sonoras, gestos, outras imersões públicas, exposições e diversas intervenções urbanas.

Sobre o Legítima Defesa

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O Legítima Defesa é um coletivo de artistas/atores/atrizes de ação poética, portanto política, da imagem da “negritude”, seus desdobramentos sociais históricos e seus reflexos na construção da “persona negra” no âmbito das linguagens artísticas. Constituindo desta forma um diálogo com outras vozes poéticas que tenham a reflexão e representação da “negritude” como tema e pesquisa.

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Este ato de guerrilha estética surge da impossibilidade, surge da restrição, surge da necessidade de defender a existência, a vida e a poética. Surge do ato de ter voz.

Ser invisibilizado é desaparecer, desaparecer é perder o passado e interditar o futuro, portanto não é uma opção.

Formado em 2015, o coletivo apresentou a performance poético-política “Em legítima defesa” na Mostra internacional de Teatro de São Paulo de 2016. Em 2017, estreou o espetáculo “A missão em fragmentos – 12 cenas de descolonização em legítima defesa” na programação da Mostra internacional de Teatro. Tem em sua bagagem uma série de Intervenções Urbanas. Atualmente, finaliza o processo da pesquisa “Black Brecht – e se Brecht fosse negro?”, projeto contemplado pelo Prêmio Zé Renato 2018.

Ficha técnica

Direção: Eugênio Lima
Dramaturgia: Dione Carlos
Elenco: Eugênio Lima, Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Palomaris Mathias, Tatiana Rodrigues Ribeiro, Fernando Lufer, Luiz Felipe Lucas, Luan Charles e Marcial Mancome. Ator Convidado: Gilberto Costa
Co-produção: Associação Cultural Núcleo Corpo Rastreado e Umbabarauma Produções Artísticas
Produção Executiva: Iramaia Gongora e Gabi Gonçalves
Cenário: Renano Bolelli
Preparação Corporal e Coreografia: Luaa Gabanini e Iramaia Gongora
Danças Urbanas Africanas: Mister Prav
Preparação Vocal e Spoken Word: Roberta Estrela D’Alva
Figurino: Claudia Schapira
Direção Musical: Eugênio Lima e Neo Muyanga
Música: Luan Charles, Eugênio Lima, Neo Muyanga, Dropê Selva, Roberta Estrela D’alva e Suyá Nascimento.
Vídeo Intervenção: Bianca Turner
Fotografia: Cristina Maranhão
Vídeo documentário: Ana Júlia Travia
Direção de arte gráfica: Jader Rosa
Design: Estúdio Lume
Operador de som: João de Souza Neto e Clevinho Souza

SERVIÇO:
Black Brecht e se Brecht Fosse Negro?
De 18 abril a 5 de maio de 2019, quinta a sábado, às 21h, domingo, às 18h.
Dia 19/4 (quinta – feriado) não haverá sessão.
1º/05 (quarta- feriado), às18h.
Teatro
*O Teatro do Sesc Pompeia possui lugares marcados e galerias superiores não numeradas. Por
motivo de segurança, não é permitida a permanência de menores de 12 anos nas galerias, mesmo que acompanhados dos pais ou responsáveis.
Ingressos: R$7,50 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e
dependentes), R$12,50 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$25 (inteira).
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.
Duração: 90 minutos aproximadamente
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, acesse o portal
sescsp.org.br/pompeia
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