SOBRE AS EXPOSIÇÕES
Título da exposição: Córtex
Local: Alfinete Galeria – Sala UM
Artista: Fernando Aquino
Título da exposição: Circuito – Ciclo de exposições sobre colecionismo
Local: Alfinete Galeria – Sala DOIS
Colecionador: Marcelo Sávio
Serviço:
Alfinete Galeria CLN 103 bloco B loja 66.
Abertura sábado 11 de março às 18h.
Em exposição até o dia 01 de abril.
Visitação – quinta e sexta – 14:30h às 18h
sábado 15 às 20h
Entrada franca.
Informações: alfinetegaleria.com.br
Córtex
Fernando Aquino
A exposição “Córtex” apresenta ao público uma seleção de quatro trabalhos de ateliê produzidos ao longo do último ano. A sincronia desse recorte que é, aliás, apenas imagem de uma percepção originária, testemunha uma condição de combate e exaustão com a disciplina desenho, sendo portanto, exercícios de ordem, simetria e limite.
Destinado ao projeto, o desenho nunca se afastou do corpo de conhecimentos humanos. Sempre transformado, adaptou-se à bonança e à escassez. Por instinto, nossa máquina biológica transforma informações físicas de luz em estímulos no córtex visual, enquanto o desenho é uma ação impositiva da razão, um adestramento muscular consciente. Pelo desenho nos apoderamos do espaço, modificamos estruturas e mantemos o controle. Com ele, podemos aplainar parte do tempo e dominar o instinto.
A impossibilidade de apresentar a obra terminada (não o objeto, mas a composição) contrasta com a lenta produção desses trabalhos, sendo mesmo uma resistência ao culto idolátrico das formas acumuladas historicamente, seja do esteticismo ou do formalismo social. A arte é feita por e para seres humanos, portanto é condição sine qua non expressar o estado físico, conceitual e místico de quem a produz. É o que se verá nessa mostra, ou seja, a composição resultante de escolhas, de algoritmos e de fé.
Sobre o artista:
Fernando Aquino nasceu em Araújos-MG, vive e trabalha em Brasília desde 2003. Aborda o desenho em sua totalidade, com destaque para a construção de algoritmos de desenho e conceitos de geometria natural. Estuda atentamente a origem e a construção imagética em nossa sociedade, de Lucas Evangelista aos códices indígenas.
Site: www.programaçãográfica.com.br
Circuito
Ciclo de exposições sobre colecionismo
1º Mostra – Coleção Marcelo Sávio
Alfinete Galeria, a partir desse mês, reserva um espaço na programação para promover o encontro do público com colecionadores particulares.
O objetivo do projeto é lançar luz no ato de construir uma coleção de arte, quais os motivos e como os colecionadores agem em relação ao circuito de arte.
A cada ano um colecionador será convidado para expor parte do seu acervo na Sala DOIS da Alfinete Galeria.
Durante essa mostra serão promovidos encontros e palestras com os agentes envolvidos no circuito de arte.
Artistas que participam da mostra Coleção Marcelo Sávio
André Santangelo, Bia Medeiros, Clarissa Borges
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Derik Sorato, Gabi, Gavin Turk
Hércules Barsotti, Heron, Ivan Serpa
Leopoldo Wolf, Nazareno, Polyanna Morgana
Raquel Nava, Vírgilio Neto
Programação
11/04 – abertura da exposição para público
- Mesa de conversa com os colecionadores Marcelo Sávio e Sérgio Carvalho mediada pelo jornalista e colecionador Sérgio Leo. (data a definir)
- Visita guiada com o colecionador Marcelo Sávio e um artista convidado. (data a definir)
- Exibição de filme sobre colecionismo.(data a definir)
Marcelo Sávio
Arquiteto, brasiliense desde 1992, colecionador de objetos diversos. Livros, playmobil, papéis, óculos, camisetas pretas, mais papéis. Serigrafias, ilustrações, desenhos, pinturas. Piano, mapoteca. Habita um apartamento na Asa Sul povoado de possibilidades. Os objetos transbordam. Agora, em direção à Alfinete Galeria.
“Assim sendo uma boa coleção pode ser quase uma obra de Arte, e o processo criativo de a realizar, liga de forma indelével o artista e o colecionador. Todas as coleções são diferentes, pois derivam da pessoa que a faz, que passa a ser autor e a coleção marca da sua individualidade.
Para os colecionadores, as coisas que coleciona têm um significado especial e são de facto uma força cativante e poderosa.
Óbviamente também, a coleção tende a refletir certos aspectos da personalidade do colecionador, o seu gosto, a sua sofisticação, a sua independência de escolha ou a confiança no julgamento dos outros. A coleção reflecte um modelo do mundo feito à medida de quem a realiza, poderá até ser uma forma de o corrigir, de estabelecer uma nova ordem, de perpetuar uma vida, ou de dar um sentido ao tempo.
O ato de colecionar torna-se assim um propósito, um objectivo, uma razão de vida, um motivo maior que serve também para aperfeiçoar aquele que a iniciou. Este carácter apaixonante do processo criativo que está ligado ao colecionismo, é relatado por vários colecionadores, que associam ao ato de investigar e pesquisar esse tom poético e até romântico , contribuindo para o seu prazer e felicidade. Frequentemente o próprio processo de aquisição constitui uma fonte de grande entusiasmo, e a conquista do objecto desejado pode adquirir contornos de obsessão, sendo este indubitavelmente o grande trunfo dos leilões .
O mundo da arte não existe sem artistas, mas também podemos perguntar-nos o que aconteceria a este mundo se não existissem colecionadores? Sem colecionadores toda a ecologia da arte tal como a conhecemos falhava. São eles os grandes consumidores que mantêm todo o sistema a funcionar.”
Manuela Hargreaves
Apresentação proferida no âmbito da Conferência sobre “Colecionismo e Mercados de Arte”, na Fundação Cupertino de Miranda – 8 de Novembro de 2014