Ao lado de artistas de diferentes áreas Alexandre D’Angeli apresenta a ocupação Construindo Solo Acompanhado

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Performer convidou seis artistas para proporem ações inéditas a
serem apresentadas em conjunto no Teatro do Centro da Terra. Com
curadoria de Ruy Filho, ocupação tem ingressos pague quanto puder

Na ocupação CONSTRUINDO SOLO ACOMPANHADO, que o performer Alexandre D’Angeli realiza de 30 de junho a 9 de julho no Teatro do Centro da Terra, seis artistas de diferentes áreas propõem uma ação inédita para ser performada em conjunto. A cada dia, o performer ao lado dos convidados fará uma apresentação diferente, onde fica a disposição dos artistas para um intercâmbio de linguagens, que poderão ocupar além do palco todos os ambientes do edifício, inclusive as escadas e o café-bar.

O ator Flavio Barollo dá início a ocupação no dia 30 de junho, passando pelo performer Renan Marcondes (1º de julho), o artista argentino Silvio de Gracia (2 de julho), a bailarina Eliana de Santana (7 de julho) e os performers Rodrigo Munhoz (8 de julho) e Estela Lapponi (9 de julho). Os ingressos para os seis dias de apresentação são pague quanto puder, onde o público decide quanto quer pagar pela apresentação.

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Para Alexandre D’Angeli o convite do curador Ruy Filho para a ocupação no Teatro do Centro da Terra foi uma grata surpresa, pois há um bom tempo o artista tem se distanciado da caixa preta do teatro na busca por novos modos de ocupar. “O que fiz foi estender o convite para alguns dos muitos artistas com quem desejo trabalhar, de forma que pudesse me contaminar com suas propostas. Uma imagem que me mobiliza bastante para esta ocupação é a ideia de estarmos há 15 metros abaixo da superfície da terra, o que me fez trazer a palavra solo para compor o título da ação. Quando pensei em CONSTRUINDO SOLO ACOMPANHADO quis fazer referência ao solo como chão, terra, espaço onde pisamos, construímos e plantamos. Um terreiro de energia aberto ao encontro”, explica ele.

Ocupação Construindo Solo Acompanhado, Flavio Barollo. Foto: Bruno Makia.
Ocupação Construindo Solo Acompanhado, Flavio Barollo. Foto: Bruno Makia.

Meio ambiente, Beckett e vídeo

CONSTRUINDO SOLO ACOMPANHADO começa no dia 30 de junho, sexta-feira, às 21 horas. A ação do ator Flavio Barollo acontece no café-bar e será construída ao lado de Alexandre D’Angeli e do público. A partir do conceito de solo como território de fertilidade da vida, engenhocas que lidam com o meio ambiente estarão expostas e servirão de suporte para alimentar o imaginário do público acerca de questões da secura humana. Ações performativas revelarão um discurso audiovisual, com múltiplos suportes de projeção de vídeo, de forma a construir uma narrativa poética e imagética para um futuro mais humano.

Já no dia 1º de julho, sábado, às 20 horas, acontece a ação planejada por Renan Marcondes, que junto a Alexandre D’Angeli se revezam na leitura integral de Primeiro Amor, de Samuel Beckett. Cada performer possui em sua mão esquerda uma luva branca com extensores, e sempre que está lendo acaricia com essa luva o outro performer que está deitado no chão em posições diversas, mas sempre de costas para o público. Sempre que uma página é concluída por um performer uma campainha é tocada e os lugares são trocados.

Ocupação Construindo Solo Acompanhado, Eliana de Santana. Foto: Bruno Makia.
Ocupação Construindo Solo Acompanhado, Eliana de Santana. Foto: Bruno Makia.

O artista argentino Silvio de Gracia propõe a ação virtual Out form the deep, que acontece no dia 2 de julho, domingo, a partir das 19 horas. Frente a um curso d’água, em pé e imóvel, é assim que o artista aparecerá em um vídeo com duração de 45 minutos que será projetado no palco do Teatro do Centro da Terra. Neste espaço, Alexandre D’Angeli propõe uma série de ações a partir do material proposto por Silvio, onde a água, o fluxo e a permanência são elementos recorrentes.

Dança, fotos e surpresa

O segundo fim de semana da ocupação CONSTRUINDO SOLO ACOMPANHADO começa dia 7 de julho, sexta-feira, às 21 horas, com a bailarina Eliana de Santana, que propõe uma ação em torno de uma pequena árvore suspensa. O objeto sugere pensar um espaço tempo em que o corpo busque contatos além da superfície, de forma que as ações, embora resultado de um encontro, sejam raízes soltas, pendule por meio da utilização dos apoios. O que se busca neste convite é o outro e a entrega para dinâmicas performativas num lugar assumidamente desconhecido.

Rodrigo Munhoz propõe realizar camadas de desenhos na cabeça do artista Alexandre D’Angeli. A partir das imagens geradas se instaura um percurso fotográfico capaz de exibir uma série de mudanças ocorridas em cada momento distinto. A ação acontece dia 8 de julho, sábado, às 20 horas.

Em viagem pela Índia Estela Lapponi encerra a ocupação no dia 9 de julho, domingo, às 19 horas. A multiartista buscará referência no oriente para propor uma ação inédita, que será conhecida apenas na data de seu encontro com D’Angeli.

Espaço de experimentação

O Teatro do Centro da Terra abre as portas para receber apresentações de teatro, dança e performance naquilo que mais lhe parece óbvio: o experimentar. Sem a busca por produtos definitivos ou meras apresentações circunstancias para cumprir temporadas, os artistas serão convidados a construírem experiências cênicas, estéticas, dramatúrgicas, coreográficas, performáticas e conceituais.

De acordo com Ruy Filho, ao redimensionar o Centro da Terra ao recebimento desses artistas e pesquisas, avança-se para a responsabilidade de servir ao contexto cultural também como incubador. Para tanto, a qualidade artística é fundamental ao encontro e convívio com espectadores e os desdobramentos possíveis junto a outras instituições e estruturas. Definiu-se, ainda, frente ao valor experimental que as realizações não ocupariam os espaços como temporadas normais, mas na condição de pequenos eventos, ruídos disponíveis ao todo, nos quais relevantes nomes serão convidados a expor suas ideias e pesquisas. “Instituir um espaço de experimentação é fundamental ao crescimento da cena teatral, de modo a estabelecer no contexto da cidade de São Paulo novos parâmetros e proposições. O Centro da Terra aceita tal papel e entende estar no movimento sua pequena revolução participativa. Torcemos, o que é especialmente positivo, para que nem seja tão pequena assim”, acredita o curador.

Sobre os artistas

Sobre Alexandre D’Angeli

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Performer, ator e bonequeiro com graduação em Artes Cênicas. Especializou-se em Mímica Corporal Dramática e Acrobacia Teatral pela Ecole International de Mime Corporel Gestuel Dramatique de Paris, sob orientação do mestre Ivan Bacciocchi. Interessa-se especialmente pelas linguagens mais diretamente relacionadas ao corpo, e que operam no cruzamento entre a performance e o teatro. Foi fundador e diretor artístico do ânima dois. Participou do projeto ocupação É Logo Ali do Sesc Ipiranga com Listening to the Sheep Sleeping, performance com textos do autor e cartunista Caco Galhardo, que também participou do Festival Sesc de Inverno do Rio de Janeiro e da Virada Cultural de Belo Horizonte no Sesc Palladium. Integrou a exposição Terra Comunal – Marina Abramovic+MAI como facilitador do método Abramovic. No mesmo ano realizou 436, performance de longa duração e instalação, propondo aos visitantes do Memorial da Resistência de São Paulo a montagem de quatrocentos e trinta e seis rostos de papel em memória aos mortos e desaparecidos políticos. Em 2010 foi responsável pelas intervenções artísticas realizadas no Terminal Rodoviário do Tietê durante a Virada Cultural, destaque para Objetos de Valor e Présence Decroux. Participou com a performance Objetos de Valor da abertura da paralela da 29ª Bienal de São Paulo promovida pelo Sesc Campinas. Criador e performer em Molloy – O fim está no começo e no entanto continua-se, espetáculo solo de teatro gestual inspirado no romance de Samuel Beckett, que participou da mostra Samuel Beckett – 100 anos organizada pelo SESC Santana e integrou a VII Mostra Cariri das Artes por meio do Palco Giratório do SESC Ceará. Em 2016 integrou a V Bienal de Performance de Bogotá, o Festival La Plaformance – Resistência em Rede, a segunda edição do MOVIMENTA na Galeria Mezanino com a performance O Leitor, e realizou a performance Estudo para uma Ergonomia do Efêmero, no projeto Presença Permeável, da Praça das Artes, em São Paulo. Participou ainda da SP-ARTE e da MP3 – Mostra Internacional de Performance de Belo Horizonte com a performance Resíduos, obra que em 2015 foi realizada no Maus Hábitos Espaço de Intervenção Artística, na cidade do Porto, em Portugal, e também no projeto Performance em Encontro do Sesc Campinas. A performance O Leitor integrou, em 2017, a programação da exposição Contaminações, do Sesc Ipiranga e será apresentada no Sesc Paraty durante a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. O artista também é um dos convidados da Mostra Verbo, que acontece em julho na Galeria Vermelho. www.alexandredangeli.com.

Flavio Barollo

Artista criador do Parque Aquático Móvel, realizando “cachoeiras” no asfalto com água de nascente e rebaixamento de lençol freático em São Paulo; intervenções urbanas permanentes, tais como Lago de Concreto (com peixes em água de lençol freático) e Poço do Rio Água Preta (abertura de respiro na travessa Roque Adóglio), Banheiro (não) Público (vaso sanitário instalado no leito do rio soterrado); vídeo e performance Piscina Regan no Deserto, na represa Cantareira, 25 de março, Largo da Batata (festival Perfor6), Vale do Anhangabaú (SP na Rua), passando ainda por festivais internacionais como PerFoArtNet 2016 (Bogotá); Stoff – Stockholm Fringe Festival 2016 (Estocolmo, Suécia); East Side Gallery 2016 (Berlim, Alemanha); performance Mergulho no Rio Tietê (2015), realizando dois mergulhos no quinto rio mais poluído do mundo, o Rio Tietê, em São Paulo.

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Renan Marcondes

Artista plástico, performer e pesquisador representado pela Adelina Galeria (SP). Doutorando pela ECA/USP, membro do corpo editorial da e Revista performatus e membro fundador do Pérfida Iguana, pólo de produção em dança e performance. Suas principais exposições incluem Protetores de Proximidade Humana – unidades Valsa e Beijo (Paço das Artes – MIS), Contra corpo (individual na Oficina Cultural Oswald de Andrade); mostra VERBO de performance art; [per-forma] (SESC Bom Retiro); MOVIMENTA #1 e #2 (Galeria Mezanino), dentre outras. Artista premiado no Setor de performance da sp-arte 2015, no Salão de Arte da Juventude do SESC Ribeirão Preto e no Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Santo André). www.renanmarcondes.com.

Silvio De Gracia

Artista visual, performer e curador independente com sede em Junín, na Argentina. O artista tem apresentado seus trabalhos em performance, arte pública e encontros no Canadá, Itália, Sérvia, Reino Unido, Grécia, Portugal, Espanha, Japão e vários países da América Latina. Silvio também dirige o projeto Videoplay, uma plataforma internacional dedicada à difusão de trabalhos em vídeo performance. www.silviodegracia.com.ar.

Eliana de Santana

Atua como dançarina e atriz desde 1984. No teatro trabalhou com os diretores Antunes Filho, Antônio Abujamra e Gerald Thomaz. Em 2009 foi ganhadora do Prêmio APCA de Dança de intérprete-criadora pela montagem do espetáculo Das Outras Doçuras de Deus, inspirado em crônica de Clarice Lispector. Em dança, destaque para os espetáculos Tragédia Brasileira, de Manuel Bandeira; Ritual do Cotidiano, dirigido por Philippe Jamet dentro da Mostra Brasil na França 2005, com apresentações em SP e em vários teatros na França; O homem continua ou Como pode um homem pensar que é dono de um boi?, da Key Zetta e Cia; Onde os Começos?, inspirado na obra Teologia Natural, de Hilda Hilst e Lost in Spaceshit. Seus mais recentes trabalhos foram Baleia, inspirado na obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos, contemplado pelo Programa Municipal de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo; A Emparedada da Rua Nova, inspirado no romance de Carneiro Vilela e Blue, inspirado na obra plástica do artista britânico Chris Ofili. www.eaoquadradocia.com.br.

Rodrigo Munhoz

Trata-se de um artista que transita pela arte da performance, fotografia, vídeo e educação. Seus trabalhos tem circulado por muitos estados brasileiros, além de Colômbia, Equador, Venezuela, México, Portugal, Bangladesh e Sérvia. Nos últimos anos tem se dedicado a colaborar em rede, para o desenvolvimento de atividades que operam sob a perspectiva da (de)formação, preservação e difusão da arte da performance. www.rodrigoamorexperimental.blogspot.com.

Estela Lapponi

Performer paulistana que tem como foco de pesquisa o discurso cênico do corpo com deficiência, a relação com o público e o trânsito entre as linguagens cênicas e visuais. Realiza práticas artísticas acerca do Corpo Intruso, conceito criado em 2009, por meio de uma investigação cênica, visual e conceitual. www.estelapponi.blogspot.com.br.

Para roteiro:

CONSTRUINDO SOLO ACOMPANHADO – De 30 de junho a 9 de julho, sexta-feira às 21 horas, sábado às 20 horas e domingo às 19 horas, no Teatro do Centro da Terra. Performer – Alexandre D’Angeli. Curadoria – Ruy Filho. Artistas convidados – Flavio Barollo (30 de junho), Renan Marcondes (1º de julho), Silvio de Gracia (2 de julho), Eliana de Santana (7 de julho), Rodrigo Munhoz (8 de julho) e Estela Lapponi (9 de julho). Recomendados para maiores de 14 anos. Duração – 60 minutos. Ingressos – Pague quanto puder.

TEATRO DO CENTRO DA TERRA – Rua Piracuama, 19 – Sumaré. Telefone – (11) 3675-1595. Capacidade – 100 lugares.

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