Baseadas em fotografias criminais de peritos forenses, telas de Victor Mattina
exploram a surpresa e o espanto. A curadoria é de Evangelina Seiler
Cenas que produzem reflexões sobre o ato de viver intensamente o momento anterior ao crime, do ponto de vista da vítima e também do criminoso, configuram as obras de Victor Mattina, em exposição a partir de 16 de setembro no Paço Imperial.
– Apesar de lançar interrogações a diversos processos políticos e sociais, Victor Matina não tem o objetivo de denunciar injustiças, de julgar ou até mesmo de revisar a história, mas sim e apenas o de deformar e alargar indefinidamente o tempo de uma ação, talvez nos mostrando que podemos morar eternamente nessa paralisia. – afirma a curadora.
Evangelina Seiler destaca ainda que evidências criminais vistas por meio de uma representação artística podem interferir em fenômenos protocolares e expandir a percepção, indicando que a lida com questões contemporâneas e burocráticas merece a visita dos artistas.
Nesta exposição, as telas de diferentes tamanhos dão forma a uma intensa narrativa pictórica que pode ser observada como uma película de cinema editada com vários cortes, incluindo os espaços reflexivos da parede em branco. Apesar do jogo de associações criado invariavelmente pelo espectador a partir da ambiguidade entre a visão técnica do perito forense e a obra, cada uma das telas é individual e tem valor particular como corte incisivo em uma realidade carregada de ameaças, um campo de atuação cheio de vestígios.
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– A sala da exposição age como um fórum e se equilibra sobre três elementos: uma contestação do objeto ou lugar, uma interpretação que traduz a linguagem das coisas e uma assembleia pública que passa a ser organizada com a entrada do espectador em cena. A prosopopeia acontece e os objetos inanimados adquirem narrativa psicológica, tornam-se as principais testemunhas – conclui a curadora.
SOBRE O ARTISTA
Victor Mattina vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em design gráfico pela ESPM pesquisa, atualmente, as relações entre a estética forense e os vestígios da violência. Utiliza a pintura, consciente de seu peso arcaico frente às novas mídias, acrescida de recortes e ângulos cinematográficos.
SERVIÇO |
Antes do Fórum – Victor Mattina |
Local: Paço Imperial do Rio de Janeiro | Praça XV de Novembro, 48, Centro |
Visitação: de 16 de setembro a 19 de novembro 2017 |
Horário de funcionamento: de terça a domingo – das 12h às 19h |
Entrada franca | Livre para todas as idades |
Curadoria: Evangelina Seiler |