Angelo de Aquino na A2 + Mul.Ti.Plo, no Vale das Videiras

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A mostra “Paisagens Imaginárias” apresenta obras pouco conhecidas de um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira.

Exposição abre no dia 15 de junho, com curadoria de Eduarda de Aquino, filha do pintor falecido em 2007.

A A2 + Mul.ti.plo, única galeria de arte contemporânea em Petrópolis, abre no dia 15 de junho, uma exposição com obras de Angelo de Aquino (1945 – 2007). A ideia da mostra é descortinar uma das fases mais potentes do pintor e desenhista, mas ao mesmo tempo pouco conhecida pelo público. Quem assina a curadoria é Eduarda de Aquino, filha do artista e responsável pelo acervo. São cerca de 20 pinturas feitas ao longo de duas décadas, quando ele deixa a arte conceitual e volta aos pincéis, momento de grande força poética. A mostra “Paisagens Imaginárias” fica em cartaz até 21 de julho, no Vale das Videiras, com entrada franca.

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Trata-se de um recorte específico de uma produção extensa e variada que acabou ficando marcada pelo cão Rex, personagem que habitou os quadros de Aquino a partir da década de 90. “Vamos mostrar obras das décadas de 80, quando ele deixa o pensamento conceitual e parte para um desenho livre, onde não havia nenhum tipo de limite, nem do figurativo, nem do abstrato, nem em relação aos materiais utilizados. É uma fase de imensa vitalidade, de quebra de parâmetros, paradigmas, fronteiras. É a força desse momento que queremos expor”, explica Eduarda de Aquino, que selecionou cinco telas em grande formato, além de desenhos e pinturas sobre papel em formatos menores.

Segundo Maneco Müller, sócio da galeria, a série revela um aspecto importante da produção do grande artista que foi Angelo de Aquino. “A beleza da obra dele vem da capacidade de se entregar por inteiro ao que fazia. O experimentalismo nele era seminal. Foi um dos precursores da Arte Conceitual, pioneiro da Arte Postal, trabalhou com pintura, desenho, videoarte, além de ser um profundo estudioso da arte contemporânea. Pouca gente sabe, mas ele renovava-se o tempo todo. É preciso sair dos clichês que domam certas produções artísticas atraídas pela gravidade do mercado”, diz Müller.

Angelo de Aquino foi um personagem fundamental para o surgimento e reconhecimento da Arte Conceitual no Brasil. Articulado, criou uma corrente muito ativa, ligando o Brasil ao movimento de vanguarda em vários países. Com imensa capacidade de reflexão, também se dedicou à escrita, principalmente sobre a própria obra. Num de seus cadernos de anotações, cuja folha de rosto informa “Works in progress”, ele escreveu: “Construindo e desconstruindo, o inconstruível, navegando no aberto cosmos que se abre aos olhos e ao vazio”. Nenhuma fúria, nem alma, nenhuma vertigem, presença, nem grandeza escapam a essas obras eleitas por Eduarda de Aquino para essa exposição no Vale das Videiras.

Sobre Angelo de Aquino

Angelo de Aquino [1945–2007] nasceu em Belo Horizonte. Ainda criança, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, de onde saiu apenas para uma temporada em Milão (1970–1972) e outra em Paris, nos anos 1980. Ao longo de sua carreira, iniciada em 1964, realizou inúmeras exposições individuais tanto no Brasil quanto no exterior. Participou da icônica exposição coletiva Opinião 65, no MAM-RJ. Em Milão, expôs no Centro Tool, em 1971, e no Centro Forme, no ano seguinte. Em 1973, realizou mostras individuais no Akumulatory 2, em Poznán, Polônia, e no Centro de Arte y Comunicación (CAYC), em Buenos Aires, Argentina, na qual exibiu o filme em super-8 Exercícios sobre si mesmo (1972, 10’).

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Aquino iniciou sua produção artística na pintura e, nos anos 70, voltou-se à arte conceitual, sendo um dos pioneiros no Brasil da arte postal e da videoarte. No início da década de 80 retomou a pintura como questão central de sua produção, prática que o acompanhou até o fim de sua vida. Corações, naturezas-mortas, autorretratos, bestiário, paisagens e o famoso cão Rex são temas contínuos em suas pinturas, sempre explorando a cor e humor. Para além da produção artística, a relação com a palavra também é característica de sua produção — na década de 90, teve uma série de textos publicados no jornal O Globo. Também trabalhou com produção e curadoria de exposições em parcerias com Walter Zanine, na Veste Sagrada, importante reduto artístico carioca no início da década de 70. Em 2004, realizou, na Fundação Casa França-Brasil (RJ) uma grande retrospectiva de sua obra.

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Após seu falecimento, em 2007, a Galeria Marcia Barrozo do Amaral fez uma mostra individual de autorretratos. Em 2008, a CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresentou a exibição Identidade do artista. Angelo de Aquino Self Promotions Inc. Essa mesma obra participou do festival Europália, em 2011 (Bruxelas), como um dos artistas selecionados para representar o Brasil, e também fez parte da exposição Novos Meios e Conceitualismo nos anos 70, em 2019, na Galeria Superfície (SP). No ano de 2014, participou da exposição Videoarte Brasil 1970s, no ICA Philadelphia. Ainda em 2014, a galeria Múltiplo Espaço Arte realizou Destempo, exposição individual com desenhos e pinturas em papel da década de 70. Em 2015, participou da coletiva Opinião 65: 50 anos depois, na galeria Pinakotheke (RJ). Sua próxima exposição individual será Paisagens Imaginárias, série de pinturas homônimas à exposição, no galpão da Múltiplo Espaço Arte no Vale das Videiras.

Sobre Eduarda de Aquino

Eduarda de Aquino nasceu em 1989 no Rio de Janeiro. Formou-se em Comunicação Visual pela PUC-Rio (2014) e estudou na EAV Parque Lage entre 2010 e 2012. Morou em Londres, onde estudou arte contemporânea e pintura (2012 e 2013). Publicou “Sobre o ponto”, pela editora independente Pipoca Press (2014). Participou do grupo de estudos do professor Charles Watson, com quem trabalhou como assistente e coordenadora do projeto Dynamic Encounters (2015–17). Em 2015 fez parte do grupo de desenvolvimento de projetos com Daniela Labra e no mesmo ano participou da residência artística Nuvem. É co-fundadora do Forno, estúdio de criação e design gráfico. Eduarda atualmente faz a gestão do Arquivo Angelo de Aquino.

Sobre a A2 + Mul.ti.plo Espaço Arte

A Mul.ti.plo, mantendo a proposta de não se limitar às paredes da sua galeria no Leblon, expande suas fronteiras para o Vale das Videiras, em parceria com a A2. A ideia é levar até à serra uma seleção de obras de grandes nomes da arte contemporânea brasileira e estrangeira que fazem parte de seu acervo. É uma oportunidade para o público da região de Petrópolis ver trabalhos de artistas como Tunga, Georg Baselitz, José Pedro Croft, Derek Sullivan, Ross Bleckner, Jannis Kounellis, Eduardo Sued, Maria-Carmen Perlingeiro, Daniela Antonelli, Daniel Feingold e Mariana Manhães. A galeria fica no Armazém das Videiras – Estrada Almirante Paulo Meira, 8.400, loja 5 – Petrópolis.

Serviço
Exposição de arte
Título: Paisagens Imaginárias
Artista: Angelo de Aquino
Curadoria: Eduarda de Aquino
Abertura: 15 de junho, às 18h
Visitação: sexta 19h – 22h / sábado 11h – 16h e 19h – 22h / Domingo 11h – 16h
Local: A2 + Mul.ti.plo
End.: Armazém das Videiras – Estrada Almirante Paulo Meira, 8.400, loja 5 – Petrópolis
Tel.: +55 24 2225-8802
multiploespacoarte.com.br

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