Ana Mondini – “A arte, ampliando perspectivas e realidades”, por Edmundo Cavalcanti

Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.
Edmundo Cavalcanti é Artista Plástico, Colunista de Arte e Poeta.

ENTREVISTA

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1- Onde você nasceu? E qual sua formação acadêmica?

Nasci em Curitiba-PR e tenho formação Superior em Pintura, pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (UNESPAR) e, também Graduação, Mestrado e Doutorado em Filosofia, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

2- Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?

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Aos dez anos, pintei minha primeira tela. A segunda pintura fiz, anos após, quando tinha 19 anos. E foi quando pintei impremeditadamente, minha primeira “Mulher Cósmica”, através da qual tive uma experiência muito interessante, que costumo considerar como uma espécie de “conexão com a Totalidade”.

Ana Mondini é Crítica de Arte, Doutora em Filosofia, Artista Plástica e Idealizadora da “Galeria Virtual – Filosofia & Arte”.
Ana Mondini é Crítica de Arte, Doutora em Filosofia, Artista Plástica e Idealizadora da “Galeria Virtual – Filosofia & Arte”.

3- Como surgiu ou você descobriu este dom?

Ao pintar minhas “Mulheres Cósmicas”, cuja silhueta surgiu várias vezes em minhas pinturas, e ter a mesma experiência sensível, percebi que o trabalho com a pintura, com a cor, sempre estaria me esperando para intensificar percepções já vivenciadas ou descobrir novas formas de perceber o mundo.

4- Quais são suas principais influências?

Embora eu seja apaixonada por muitas pinturas, como, por exemplo, “Os Unicórnios” de Gustave Moreau, as pinturas de Gustav Klimt, os Monocromos de Yves Klein, e, após “experienciá-la” pessoalmente, a Monalisa de Leonardo, sempre me impressionei muito com a ousadia cromática e formal do Henri Matisse. Acredito que este último exerça efetivamente maior influência sobre meu trabalho artístico.

5- Quais os materiais que você utiliza em suas obras?

Tenho uma predileção pela tinta acrílica sobre a tela.

6- Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?

Ultimamente tenho gostado de pensar na imagem antes de representá-la, embora muitos acasos continuem ocorrendo durante o processo. E o que tem me inspirado são as temáticas com as quais decido trabalhar, assim como, principalmente, o contato imediato com as cores.

7- Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?

Durante a faculdade de pintura, ensaiei muitas técnicas e poéticas, definindo parcialmente meu estilo. Parei de pintar durante o doutorado para refletir sobre a ligação entre a escrita e a pintura, as palavras e as imagens, com base na ideia de autorretrato dos “Ensaios” de Montaigne. Assim que entreguei o texto final da tese, voltei imediatamente a pintar, no final de 2019. E agora pinto com a maior constância possível…

8- A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?

Não possuo nenhum modelo tomado consciente e diretamente, mas há incontáveis obras de arte que contribuem para aumentar meu entusiasmo e vontade de produzir pinturas.

9- O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida…

Entendo que a Arte, em sentido geral, seja capaz de ampliar as perspectivas e as realidades, através dos diversos planos de significação sensível que ela oferece tanto para o artista executor quanto para o espectador. E, em relação à pintura, em específico, fico com o Deleuze quando ele diz que sua tarefa é “a tentativa de tornar visíveis forças que não são visíveis” e fazer-nos ver a presença.

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10- Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção a cerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).

Uso basicamente a tinta acrílica explorando, literalmente, sua plasticidade, com a criação de relevos nas pinturas, e busco a harmonia com a combinação de cores saturadas.

Em alguns casos, minhas pinturas envolvem um campo poético mais literal. As pinturas de insetos, por exemplo, inseridas na Série “Portais”, procuram trazer o microcosmos para dimensões mais elevadas, nos dois sentidos do termo. A Série “Portais”, como um todo, procura chamar a atenção para a possível existência de realidades paralelas espelhadas pela imaginação, que, ao meu ver, também pode ser considerada uma fonte de conhecimento.

Já a Série “Mulheres Cósmicas” consiste na impremeditada representação de uma experiência sensível e que, ao que tudo indica, mostra a conexão entre o feminino e a criação do mundo, ou melhor, a criação de mundos.

A Série “Luminous”, por sua vez, quebra a moldura da poética mais aproximada da figuração indo em direção à pura percepção óptica. Nessas pinturas estabeleço um jogo de aproximação e afastamento entre o olho do espectador e a luz de LED, promovendo efeitos ópticos muito interessantes, que não envolve apenas o olho e a tela, mas também o entorno imediato.

11- Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?

Ao observar de perto e com muita admiração as obras de André Parisi, durante o período em que trabalhei em seu ateliê, sentia enorme vontade de pintar. E, foi ali mesmo, com algum material emprestado, que fiz minha primeira “Mulher Cósmica”. Certamente, a honestidade dos relatos do André Parisi acerca das suas experiências com suas obras, deixou-me muito aberta, ou melhor, sem o ofuscamento ou bloqueios causados por possíveis preconceitos, para perceber o fenômeno sensível causado pelo trabalho com a cor.

12- Você tem outra atividade além da arte? Você ministra aulas, palestras etc.?

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Atualmente, conduzo a “Galeria Virtual – Filosofia & Arte” onde realizo exposição de artistas, com comentários sobre as obras, com o intuito de incentivar artistas iniciantes, assim como, divulgar obras de artistas já reconhecidos. E, principalmente, aproximar o público em geral das artes visuais. Recentemente, coloquei no ar o canal no YouTube “Entrevistas com Artistas & Afins”, tendo em vista os mesmos objetivos.

13- Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações.

  • Exposição Virtual Coletiva “São Paulo que eu Amo”: Organizada por Maria dos Anjos Oliveira (Anjos Art Gallery) e Edmundo Cavalcanti (Raphael Art Gallery), 2021.
  • Exposição Virtual Coletiva: “Arte sem Limites”: Organizada por Edmundo Cavalcanti (Raphael Art Gallery), 2020.
  • Exposição Coletiva INTER_MEDIOS: Palacete dos Leões, Espaço Cultural BRDE, Curitiba – PR, 2014.
  • Exposição Coletiva “Minha tela não craquela”: Sala de Exposição da EMBAP, Curitiba – PR, 2013.
  • Premiada em 1º lugar na 3ª Mostra de Artes Visuais de Paranaguá: Casa da Cultura Monsenhor Celso. Paranaguá, 2011.

14- Seus planos para o futuro?

Respirar cada vez mais a arte pela prática e pela história, em união com a filosofia. E gostaria muito de conquistar um ritmo constante de vendas de minhas obras.

15- Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais apesar dos altos custos?

Embora haja forças atuando negativamente sobre a aproximação de um público mais amplo em relação às artes, acredito que os artistas estão se unindo, cada vez mais, a fim de romper com os padrões não inclusivos. E, com a força de muitos, será perfeitamente possível aproximar mais e mais espectadores, incentivar a continuidade de artistas iniciantes ou não e, também, aumentar o número de pessoas investindo em obras de arte.

Em relação à preferência dos artistas brasileiros por mostrarem suas obras para o público internacional, acredito que isso se deve, justamente, ao fato de que em outros países a figura do artista possua maior reconhecimento profissional. E porque talvez o consumo de arte seja um hábito mais enraizado na cultura desses países.

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Youtube: @Ana Mondini – Entrevista com Artistas & Afins

 

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EDMUNDO CAVALCANTI
São Paulo – Brasil
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: cavalcanti.edmundo@gmail.com

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1 comentário em “Ana Mondini – “A arte, ampliando perspectivas e realidades”, por Edmundo Cavalcanti”

  1. Adorei a entrevista . O estilo , a técnica e as reflexões profundas demonstram o qto a filosofia ( busca da sabedoria) e a arte conversam de forma harmoniosa , capazes de mostrar o que há de mais belo na natureza (humana ou não ) parabens ! Lindas obras !

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