Museu Felícia Leirner – Exposição Chegando aos Mundos Imaginários, por Rosângela Vig

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Rosângela Vig é Artista Plástica e Professora de História da Arte.

Efêmero. Ora, um pássaro no vale
Cantou por um momento, outrora, mas
O vale escuta ainda envolto em paz
Para que a voz do pássaro não cale.
E uma fonte futura, hoje primária
No seio da montanha irromperá
Fatal, da pedra ardente, e levará
À voz a melodia necessária.
O efêmero. E mais tarde, quando antigas
Se fizerem as flores e as cantigas
A uma nova emoção morrerem, cedo.
Quem conhecer o vale e seu segredo
Nem sequer pensará na fonte, a sós…
Porém o vale há de escutar a voz.
(MORAES, 2006, p.21)

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Quem dera houvesse um vale imaginário onde a mente pudesse repousar descansada, sonhar e divagar pelo nada, apreciando a natureza toda a sorrir; deliciando-se com o perfume da floresta; e bebericando da fonte incansável de matizes. Seria possível então escutar a voz das flores dizendo repetidamente o quanto são felizes em meio ao simples que as cerca. Seria possível perceber a brisa indo e voltando, levando consigo os pensamentos.

Talvez esses mundos divaguem por aí, passem pertinho da mente criativa e fluem pelo espírito em sussurro. Para acessá-los basta que o pensamento se entregue, que esteja aberto, ou simplesmente que pegue carona num balão colorido e se deixe fugir do mundo monocromático que o dia a dia oferece.

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Esse ajuizamento norteou a obra de Rosângela Vig que criou seus Mundos Imaginários por meio da Arte. Com obras premiadas e expostas em diversos países, sua poética se traduz em conduzir o observador a esses cantos escondidos da imaginação. Seu trabalho com efeitos de luz e de sombra permite que o olhar se distraia com os balões que parecem se destacar da tela, como se pertencessem a outros mundos, num efeito tridimensional. Na narrativa, os balões vão surgindo um a um, tela por tela, coloridos, pintados com tinta ou com tecido. Guiados pelo leme de barcos e de navios antigos, eles passam do mundo real, monocromático, para o imaginário, repleto de passarinhos, de peixes, de borboletas e pedras coloridas; com pontes de arco Iris que se movem lentamente, balançando com a brisa leve que vem e que vai.

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Seis obras da artista estarão à mostra no Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão, de 13 a 27 de Janeiro de 2024, para conduzir o olhar do observador a esses mundos imaginários, por meio de uma história. O Museu fica na Av. Dr. Luis Arrobas Martins, 1880, no Alto da Boa Vista, na linda cidade de Campos do Jordão, no Estado de São Paulo.

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No dia 13, abertura da mostra, às 11 horas da manhã, a artista convida todos a participarem de uma oficina de Desenho, para estimular a criatividade e os passeios pela imaginação. E inspiração é o que não falta no Museu Felícia Leirner. O local sedia festivais de música, exposição permanente de esculturas e é rodeado por toda a natureza de Campos do Jordão. A Cultura e a Arte agradecem.

Referências:

  • MORAES, Vinícius. Livro de Sonetos. São Paulo: Cia. Das Letras, 2006.

ROSÂNGELA VIG 
Sorocaba  São Paulo
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: rosangelavig@hotmail.com

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