O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar a linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte –
Os beijos merecidos da verdade.
(PESSOA, 2006, p. 68)
Enquanto o olhar se perder pelo caos das metrópoles afogadas no monocromático, o ser humano se perderá pelos caminhos do desencanto, das ansiedades urbanas, da vida desenfreada e da massa cinza que asfixia. O olhar deixa então de perceber o verde que consagra a vida e que transmuta a cada nova estação, a cada nuance do dia; perderá as cores que se mesclam pelos jardins afora; e as matizes extasiantes de cada canto do mundo.
Se ao menos por um minuto fosse permitido o vislumbre da linha distante que divisa o céu e o chão, o olhar se cercaria de profundo deleite. É arrebatador encantar-se com o mundo em que nos foi permitido viver e desfrutar. É sedutor olhar para o infinito horizonte e sentir-lhe as cores que gradualmente vão se alternando.
Esse olhar embevecido pelo mundo levou a curadora de Arte Rita Caruzzo a reunir cinco fotógrafas para uma linda proposta artística. Isa Godoy, Malu Montesino, Renata Bonfim, Sandra Losano e Soso Botture estão mostrando ao público as paisagens naturais, marinhas, rurais e urbanas de nosso grande país.
Diante de uma infindável quantidade de cenas exuberantes brasileiras e com uma máquina fotográfica à mão, as profissionais captaram momentos, lugares e natureza. Mais que apenas o encantamento, as imagens provocam um despertar a respeito dos perigos que assolam e desequilibram o meio ambiente, na maioria das vezes, causados pelo ser humano.
Fomentar o pensamento a respeito de que mundo que queremos para as próximas gerações é o intuito principal dessa mostra que inicia em 29 de setembro e termina em 30 de outubro de 2022, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo. A abertura no dia 29 será às 19 horas e recebe apoio da empresa Moinho Brasil, que atua lado a lado com a Arte e artistas há tanto tempo.
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Se houvesse uma prece a fazer, seria para que nosso olhar se encantasse sempre e infinitamente com os vôos das borboletas; com os jardins matizados nas Primaveras; com as nuances quentes do verão; e com as paisagens gélidas do inverno. Seria também para que os seres humanos se compadecessem da natureza e que permitissem a ela continuar a nos deleitar com a linha do horizonte; que as imagens não ficassem apenas como registros de algo que não existe mais; e, sobretudo que nossos profissionais da Arte possam ainda retratar infindáveis espetáculos naturais de um mundo tão lindo.
Referências:
- PESSOA, Fernando. Obra Poética 1: Mensagem. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2006.
ROSÂNGELA VIG
Sorocaba – São Paulo
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Colunista no Site Obras de Arte
E-mail: rosangelavig@hotmail.com