LEOPOLDINA versus GEORGINA
Protagonismo feminino sem contestação
Importante artista do princípio do século 20, comparável com seu mestre e contemporâneo como Eliseu Visconti e ademais muito superior ao divulgadíssimo Grito do Ipiranga de Rodolfo Amoedo. Georgina Albuquerque (1885-1962) é autora do quadro Sessão do Conselho de Estado.
Pintado pela Georgina em 1922 apresenta evento diplomático, realizado dentro de um gabinete, e tendo como figura central uma mulher: a Imperatriz Maria Leopoldina. Panorama (210 x 265 cm) com princesa regente Maria Leopoldina como apoiadora firme da libertação do Brasil em relação à Corte Portuguesa.
Para isso, a artista recorreu a fontes do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. O Jornal, para o Salão de 1922, o autor declarava que à obra faltava “mais caráter para a figura de José Bonifácio” (em pé e diante da Princesa) onde a pintora propositalmente destacou a Leopoldina. Seu semblante transmite aspecto intelectual e capacidade diplomática de uma regente do Império tratando com evidente plenipotência do assunto que lhe foi conferida na ocasião.
Qualidade excepcional da pintura da Georgina Albuquerque e seu retrato da Imperatriz sobressai incontestavelmente diante da comparação do pintor acadêmico Domenico Failutti (1872-1923) retratista da aristocracia europeia que pintou apenas um ano antes (1921) a Leopoldina dentro da mais tradicional formula conferida a uma mulher como pacata matrona inserida em círculo da sua prole imperial. Cabe salientar ainda um viés feminista, uma vez que o ano de 1922 foi marcado pela luta feminina por direito ao voto. Nesse ano pelo ocorreu no Brasil o Primeiro Congresso Feminista, organizado pela cientista Bertha Lutz, fundadora, da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
Localização da obra: Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
BATALHA vencida 3 X 0
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1º Leopoldina – figura política X canastrão e bipolar Pedro
2º Georgina superior ao copista Amoedo
3º Efeméride pelo sufrágio feminino
Zuzana Paternostro – 04/09/22