Mesmo lidando com situações de violência e abandono social, Alan Kamuy, com o apoio da mãe, se dedica a pintar para mudar a sua própria história e de outros jovens. Seus maiores objetivos são expor seus quadros e montar projeto de inclusão social
A arte é uma forma de manifestação cultural que carrega consigo uma força transformadora, transgressora, mutante e ainda pode ser uma ferramenta de transformação social.
Por meio dela, artistas de diferentes origens conseguem mostrar seus sentimentos, suas lutas, suas crenças, suas críticas e contribuir para mudar cenários.
Vindo de uma comunidade carente do Rio de Janeiro (Morro do Tmbau), Alan Coelho da Silva, ou Alan Kamuy, como ele prefere ser reconhecido, 31 anos, jovem e preto, se interessa e se aprofunda em artes plásticas, levado pelos professores Maurício José e Carlos Contente, que faziam parte da ONG CEASM (Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré), e com isso transmite sua mensagem, sua verdade e sua insatisfação com os preconceitos raciais e sociais que a sociedade ainda carrega e potencializa.
Ele mostrou seu interesse pelo desenho já aos 6 anos de idade, e sua mãe, d. Vera, muito sábia sempre o incentivou e conseguiu incluí-lo no projeto do CEASM aos 12 anos. Dos 12 aos 16, ele entrou no universo das tintas como quem entra numa outra dimensão, de sonho e de luz e magia.
Infelizmente, por problemas da vida, ainda não conseguiu ingressar num curso acadêmico. Mas agora retomou o segundo grau e seu grande sonho é estudar e poder cada vez mais se aprimorar na arte das tintas.
O artista tem 38 quadros que compõem sua obra, que brinca com cores fortes e imagens expressivas, trazendo referências do expressionismo. Suas telas em óleo, “Asgardianos”, “Universo Visceral” e “Eu te Entendo”, mexem com as emoções e brincam com elementos pop.
Seu objetivo é preparar uma exposição para apresentar ao mundo sua visão.
No momento, seus quadros podem ser visualizados em suas redes sociais ou no site da galeria Arttere, que reúne artistas em uma rede informal para ajudá-los na divulgação de seus trabalhos.
Além da exposição, ainda sem data definida, o artista planeja encampar um projeto social no Morro do Alemão para introduzir crianças e adolescentes no mundo das artes plásticas, como ele mesmo teve a oportunidade de conhecer e desbravar. O projeto também tem um cunho profissionalizante, ensinando desenho para que os jovens possam vender os itens e gerar renda.
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Kamuy precisa de parceiros e de apoio tanto para divulgar seus trabalhos artísticos, quanto para impulsionar o seu projeto social. “Quero que meu sonho alcance mais pessoas e mude rumos, como o meu foi mudado”, salienta.
Mais informações sobre o artista:
Alan Kamuy
www.arttere.com.br/artistas/2008/alan-kamuy
Para adquirir suas obras:
www.facebook.com/Alankamuy.Arte
www.instagram.com/alankamuy.arte