Há mais de 25 anos a neuroarquitetura vem sendo utilizada em construções e concepções de espaços, com intuito de trazer mais comportamentos positivos para as pessoas que ali transitam ou habitam, agregando benefícios essenciais para uma boa qualidade de vida.
É importantíssimo que os lugares em que mais passamos tempo sejam bem pensados e executados para nos favorecer em diferentes aspectos, como um bom escritório para trabalhar, uma casa tranquila para descansar ou até um hospital que traga tranquilidade.
Em todas essas situações temos como prioridade as sensações, experiências que temos com nossos sentidos e que mandamos para o cérebro, e este, envia de volta para nossas ações uma resposta a altura, fazendo então a união entre espaço e corpo.
Ao longo do artigo a seguir vamos entender mais sobre como a neuroarquitetura vem sendo essencial para as construções modernistas e contemporâneas, sempre agregando uma forte sensação de prazer, unindo-se à arquitetura e urbanismo e suas ferramentas.
O que é a neuroarquitetura?
Na década de 90, o neurocientista Fred Gage e o renomado arquiteto John Paul Eberhard uniram forças para provar, por meio de estudos, que a arquitetura teria uma ligação interessante com o cérebro, por meio de sentidos e experiências vividas.
Eles traziam para discussão que cada pensamento referente a estruturação de um ambiente só seria considerada importante para uma satisfação se todos os elementos do local fossem pensados para isso, desse modo, trabalhando para os sentidos:
- Visão;
- Olfato;
- Tato;
- Audição;
- Paladar.
Por exemplo, em um projeto de paisagismo de alto padrão, o morador de uma casa tinha contato direto com a natureza, tanto com uma visão verde, que agregava um sentimento reconfortante, com o cheiro do mato e no tato que tinha ao pegar nas plantas.
Isso agregava profundamente um sentimento de paz que logo se transformava em uma melhor disposição para morar no lugar, utilizando aquele ambiente como um refresco para os dias intensos, por exemplo, de um escritório de advocacia onde trabalha.
Em outro caso claro de neuroarquitetura, a recém chegada moradora de um apartamento em uma cidade movimentada e altamente barulhenta, encontra paz e tranquilidade por meio de lustre plafon vinculados em cômodos com cores claras, o que trazia maior calmaria.
Essa calmaria é tanta, por meio desses artifícios, que a sensação de quem mora nesses lugares é de encontrar silêncio e calmaria de um campo, até mesmo dentro de um apartamento, em uma torre alta na cidade, fruto do que o cérebro entende como bom.
Dessa forma, podemos entender que trabalhar além de conceitos próprios da arquitetura, que focam apenas em uma resolução estética ou um apego com algum estilo organizacional, sem o interesse da junção do morador com o lugar, era mais convincente.
Os principais pontos positivos
Veja a seguir os principais pontos que são favorecidos com a inserção da neuroarquitetura em projetos, sejam eles direcionados a residências, lugares de estudo, como escolas e faculdade, hospitais, onde o descanso e a melhoria da saúde prevalecem, dentre outros.
1. Melhoria no aprendizado
Em espaços confortáveis e claramente ligados ao prazer e ao bem-estar, certamente será mais facilitador para os aprendizados, ainda mais aqueles ligados a exercícios diários, como em escolas e universidades, até mesmo em consultórios médicos.
Por exemplo, alinhar um ambiente iluminado com móveis confortáveis e modernos, além de uma boa engenharia de ar condicionado, com certeza, trará maior ênfase a um ambiente de aprendizagem, algo que também acontece por meio de uma organização impecável.
2. Maior produtividade do trabalho
Ambientes de trabalho bem estruturados e voltados à neuroarquitetura são sempre mais propensos a disporem uma maior produtividade entre seus funcionários, visto que o local contribui para uma maior concentração e satisfação em contribuir com um time.
É essencial que nesses lugares a arrumação e disposição dos objetos e móveis, como cadeiras e mesa de aço inox sejam sempre pensadas de uma forma individual, mas lembrando uma mecânica colaborativa e ativa em toda a empresa.
Também é importante salientar que a cor do ambiente, de suas paredes até os objetos que compõem a estética do local, podem contribuir para sensações de produtividade, ao mesmo tempo que deixam em evidência a identidade da empresa.
3. Humanização de ambientes
A humanização de um ambiente nada mais é do que uma criação de lugares que de fato possam ser aproveitados durante uma vivência naquele lugar, respeitando as principais características de moradores e usuários do espaço de forma efetiva.
Não adianta, por exemplo, encher um local com decorações de arte ou até mesmo com móveis finos e elegantes se eles não proporcionarem um bom uso por quem ali está, algo que faz com que a neuroarquitetura incorpore sua identidade de sentidos.
Nesse caso, por exemplo, uma empresa especializada em construção civil pode construir lugares que sejam voltados ao senso de comunidade dentro de um condomínio, humanizando as relações e fazendo com que moradores troquem ideias e comportamentos.
4. Ambientes mais relaxantes e confortáveis
Quanto mais confortável for um ambiente, mais ele remeterá a melhores sensações de qualidade de vida, algo que muitas pessoas buscam, especialmente em projetos arquitetônicos nos quais estão investindo tempo e dinheiro.
Hoje em dia, com a ampla movimentação nas redes sociais e no mercado, com inúmeras notícias e mudanças a todo o vapor, grande parte das pessoas acaba migrando para lugares mais tranquilos, ainda que dentro das próprias cidades.
Inscreva-se para receber as Novidades de Decoração primeiro!
Nesses ambientes, suas composições, como cimento queimado colorido no chão, misturado a plantas e outros objetos de cores mais claras, podem trazer o conforto desejado e fazer com que a experiência no local seja a mais interessante possível.
5. Vivências mais bem aproveitadas
Imagine criar seus filhos ou viver com seu companheiro ou companheira em um lugar cada vez mais ligado aos seus desejos, que influencia em seus comportamentos de maneira positiva e que agrega maior certeza de que essa é uma sensação de felicidade.
Lugares pensados por meio da neuroarquitetura visam exatamente suprir esses desejos, proporcionando experiências mais concretas em relação à felicidade de viver em um local harmônico e próximo de atividades que agreguem um conforto familiar.
Como aplicar a neuroarquitetura em projetos arquitetônicos
Veja abaixo quais as principais maneiras de aplicar a neuroarquitetura em ambientes, algo amplamente utilizado por profissionais nas principais construções nos últimos anos, sempre atreladas a uma melhor disposição de espaços e utilização de fatores naturais.
Iluminação
Uma iluminação estratégica é a base de um ambiente que conceda experiências interessantes para os moradores. A luz natural é uma das principais características dessa modalidade de construção, sempre disposta para melhorar a percepção de calmaria.
Uma boa dica é aproveitar o sol e a luz da tarde de maneira que traga maior conforto, e que seja evitada a luz artificial. Também é interessante combinar a luz em determinados espaços, como a sala, de modo que alguns objetos fiquem em evidência.
Cores estratégicas
Ainda que as cores mais claras, como branco, cinza e bege tragam maior conforto e tranquilidade, também é possível usar outras cartelas para agregar diferentes ideias para cada tipo de morador, fazendo com que um comportamento específico surja.
Por exemplo, cores como laranja, amarelo e azul podem trazer mais concentração para lugares de trabalho, enquanto as cores mais escuras agregam uma sensação de elegância, própria para lugares com obras de arte ou alguma disposição cultural.
Ergonomia
Construir um ambiente pensando em, por exemplo, um laudo ergonômico pode ser uma boa opção para remeter aos espaços uma ideia de usabilidade máxima, evitando com que móveis e outros objetos,como uma cadeira de escritorio de secretaria, sejam apenas uma parte desconsiderável do local que será usado.
Sendo assim, um bom exemplo disso acontece em salas ou em escritórios, onde as mesas e as cadeiras de uma possíveis estruturas metálicas podem identificar um lugar mais maleável para um trabalho, um conforto ou até mesmo uma concentração em um serviço.
Ventilação
Ter uma ventilação interessante dentro de casa faz toda a diferença, ainda que em lugares mais frios. Isso porque o vento, aliado a plantas e outros itens voltados à natureza, sempre traz uma sensação de tranquilidade.
Uma boa dica é abrir mais ambientes, mantendo circulações cruzadas, onde o vento possa percorrer todos os cômodos e trazer menos aquela sensação de fechamento e solidão.
Considerações finais
A neuroarquitetura tem sido uma grande escolha entre profissionais responsáveis pela manutenção e construção de projetos de casas, visto que direciona um sentimento de conforto e bem-estar a partir de mecanismos ativados no cérebro, por meio dos sentidos.
Assim fica mais fácil entender de que maneira um ambiente pode trazer maior satisfação aos seus moradores, que sempre estarão interessados em tudo aquilo que os remete uma sensação de paz e principalmente de experiências boas.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.