Projeto voltado para população em situação de rua passa a atender pessoas que ficaram desempregadas durante a pandemia da covid-19
A Associação Traços de Comunicação e Cultura abre 100 vagas para novos Porta-Vozes da Cultura, como são chamados os vendedores da Revista Traços. A publicação sobre arte e cultura é vendida há cinco anos nos espaços culturais e gastronômicos de Brasília, com o objetivo de gerar renda para pessoas que estavam em situação de rua ou em extrema vulnerabilidade financeira. Agora, o projeto social também abre vagas para pessoas que ficaram desempregadas ou perderam a fonte de renda durante a pandemia da covid-19.
Segundo a diretora geral do projeto, a produtora Michelle Cano, o objetivo é priorizar trabalhadores da economia criativa que ainda não se encontram em extrema fragilidade social, mas que poderão chegar a essa situação pela falta de emprego e renda causadas pela pandemia. “Para esse público, serão abertos, inicialmente, 25 novos pontos de venda, nos quais os novos Porta-Vozes poderão ter até R$3.000,00 de renda líquida ao mês”, explica. O teto de renda, contudo, depende da escolaridade de cada participante, que também deve cumprir um programa de desenvolvimento pessoal que inclui planejamento financeiro e capacitação profissional.
Os Porta-Vozes também recebem atendimento psicológico e incentivo para retomarem os estudos. São 25 vagas para início imediato. As outras 75 serão disponibilizadas nos próximos três meses. Todos os selecionados passam por período de treinamento, com oficinas para vendas e protocolos de segurança sanitária durante a pandemia.
PROJETO SOCIAL TRAÇOS
Com cinco anos de atuação, a Traços já beneficiou 300 pessoas, que a partir da venda da revista conseguiram renda e ganho de autonomia para dar a volta por cima. Os Porta-Vozes da Cultura ficam com 70% do valor de cada exemplar vendido (R$7). Além disso, o projeto acompanha de perto o dia-a-dia dos Porta-Vozes, com atendimento psicossocial, encontros regulares, cursos e oficinas, planejamento financeiro, entre outras ferramentas. Entre as pessoas beneficiadas pelo projeto desde o início, 170 Porta-Vozes da Cultura entraram para o mercado de trabalho formal e informal e mais de 150 conquistaram moradias fixas e saíram das ruas com o auxílio do projeto.
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Para o jornalista André Noblat, diretor editorial da Traços, o projeto já faz parte do cotidiano de Brasília. “A Traços desenvolveu uma relação muito próxima com a vida cultural da cidade. Desde o início, nosso objetivo é contribuir com a construção de uma cidade que seja mais justa e que enxergue as pessoas que vivem com dificuldade. Então, queremos colaborar para que pessoas afetadas pela crise gerada pela pandemia não fiquem ainda mais vulneráveis”, afirma.
5 ANOS: EDIÇÃO ESPECIAL E PROGRAMA DE ASSINATURAS
Em novembro, a Revista Traços completa cinco anos de circulação. Nesse tempo, a publicação já divulgou mais de 1.600 artistas e produções culturais do DF nas mais de quarenta edições. Para celebrar toda essa trajetória, a revista prepara uma edição especial, que chega às ruas na segunda quinzena de novembro, em novo formato inédito. A edição resgata a trajetória da Traços e celebra os 60 anos de Brasília.