Dirigida por Antônio Januzelli (Janô), ‘Vagaluz’ reflete sobre a memória e estreia no Sesc Pompeia em fevereiro

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Com texto e concepção coletivos, espetáculo minimalista promove uma conexão afetiva com os espectadores

Em tempos tão imediatistas, que valorizam o descartável e o instantâneo, ‘Vagaluz’ propõe um mergulho no universo da memória. Com estreia marcada para o dia 6 de fevereiro, às 21h30, no Espaço Cênico do Sesc Pompeia, a peça segue em temporada até 1º de março, com sessões às quintas, às sextas e aos sábados, às 21h30, e aos domingos, às 18h30.

Na montagem, um casal de atores relembra fragmentos de vida que ora parecem ter sido vividos, ora ouvidos de quem viveu ou até mesmo uma memória inventada. Essas memórias ganham a cena, assemelhando-se aos nossos atos de pensar e sentir, que surgem de forma aleatória, muitas vezes por meio de conexões não-lineares de espaço-tempo, como reverberações do que acontece dentro e fora de nós.

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“São pequenos pedaços de memórias que, talvez… nem fossem narradas, mas… que, por algum motivo, estavam guardadas. Essa lembrança comum faz as pessoas (que assistem) invocarem e passearem por suas próprias recordações”, conta Lídia. Assim, o espectador complementa a dramaturgia criada em parceria pelos atores e o diretor. “A história contada… ou… as histórias contadas só fazem sentido com as histórias de quem assiste” emenda Edgar.

O diretor Antônio Januzelli (Janô), em mais um delicado e minucioso trabalho de direção, privilegia a atuação: um ator e uma atriz no jogo da cena, em busca de uma memória original. É o homem-ator/mulher-atriz desfazendo-se daquilo que não é necessário, para chegar à sua essência cênica – a memória original de si.

Assim, todos os elementos em “Vagaluz” estão a serviço da atuação. Um cenário minimalista, composto apenas por duas cadeiras, um figurino básico que remete aos trajes de ensaio e uma luz simples só para acolher as memórias e ambientá-las. E os intérpretes alternam-se em solos distintos, mantendo-se sempre conectados e cúmplices na composição do imaginário.

A construção desse trabalho foi instigada por uma perda na família dos atores, seguida pelo questionamento das crianças que só ouviam como explicação o silêncio. A quebra cada vez mais constante do silêncio trouxe o luto e então o escavar de dores… e, finalmente, a procura daquilo que permanece: as memórias. “Daí, surgiu uma ‘Vagaluz’ a nos guiar”, diz a atriz.

Sobre Antônio Januzelli (Janô)

Diretor, ator, professor e pesquisador das práticas do ator. Bacharel em Direito pela PUCAMP e formado em Artes Cênicas pela ECA-USP e pela Escola de Arte Dramática – EAD/ECA/USP. Tem mestrado e doutorado pela ECA-USP. É professor do departamento de Artes Cênicas da ECA-USP desde 1977. Foi professor da EAD entre 1977 e 2002. É autor do livro “A Aprendizagem do Ator” publicado pela editora Ática. Dirigiu e atuou em diversas produções no Brasil. É integrante do núcleo criador da Cia Simples de Teatro e diretor de “Se eu fosse eu”. Também dirigiu os monólogos “A Hora e a Vez” e “O Porco”, espetáculo indicado ao prêmio Shell de melhor ator. Foi membro do conselho editorial da Revista da ECA, membro do conselho editorial da revista do LUME-Unicamp e representante do Departamento de Artes Cênicas na AIEST (Associación Ibero Americana de Escuelas Superiores de Teatro).

Sobre Edgar Campos

Iniciou no teatro em 1980 com Jamil Dias, em “Do fundo do Baú”. Esse encontro resultou em outros trabalhos: “Exercício da Paixão”; “Guaiú, a Ópera das Formigas”; e “Por Pensamentos, Palavras e Atos”. Depois, trabalhou também com José Rubens Siqueira; com Mário Mazetti, na primeira montagem de “Casa de Brinquedo”; e com João Albano, em “Sexo Chocolate e Zambelê”. Na passagem pelo CPT, com Antunes Filho, toma gosto pelo teatro de grupo e de pesquisa. Mas foi com a sua entrada na Fraternal Cia de Artes e Malasartes que pode se dedicar mais integralmente à pesquisa cênica. Com direção de Ednaldo freire e dramaturgia de Luís Alberto de Abreu, de 1998 a 2013, realizou vários trabalhos com destaques no cenário teatral: “Iepe”, “Till Eulenspigel”, “Masteclé – O Tratado Geral da Comédia”, “Auto da Paixão e da Alegria”, “Borandá – O auto do Migrante”, “Memória das Coisas”, “Sacra Folia” e “As Três Graças”.

Sobre Lídia Engelberg

A atriz, contadora de histórias e jornalista iniciou nas artes cênicas no Centro de Pesquisa Teatral, com Antunes Filho, em 1985. Ao longo dos anos, entremeou atuação em montagens e trabalhos de formação e pesquisa com estudos de dança e consciência corporal e cênica, investigações de voz e canto. Dentre os profissionais relacionados aos seus fazeres e pensares teatrais estão: Antunes Filho, Roberto Cordovani, Bru Palmieri, Cristina Calazans, Cristiane Paoli Quito, Alex Ratton, Andrea Kaiser, Antônio Januzelli e Juliana Sanches.

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Nos últimos anos, dedicou-se principalmente à arte de contar histórias participando de projetos e eventos ligados às secretarias de cultura e educação e à educação de maneira geral, como: Viagem Literária, Circuito Teatral, Festival da Arte de Contar Histórias, Festival da Mantiqueira, Roteiro de Bibliotecas Públicas e programas de formação de educadores, orientando-os com relação ao uso das histórias como ferramenta no processo pedagógico, em instituições de ensino superior, Sescoop e Sesc.

SINOPSE

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Um casal narra e presentifica pequenos fragmentos de histórias e situações diversas – momentos vividos ou ouvidos de quem viveu. São acontecimentos de outrora que, distantes de grandes feitos, poderiam ser considerados banais ou sem nenhuma importância. Aquilo que ficou, sabe-se lá por que, mas está lá e, de alguma forma, os preenche. Assim, vai se tecendo um caminho para investigação da memória e do esquecimento. O que guardamos nós ao longo da vida? Como a memória se desfaz?

FICHA TÉCNICA

Direção: Antônio Januzelli

Concepção: Antônio Januzelli, Edgar Campos e Lídia Engelberg

Atuação: Edgar Campos e Lídia Engelberg

Iluminação: Thiago Zanotta

Preparação vocal: Andrea Kaiser

Fotos: Giorgio D’Onofrio

Produção: Café Produções Culturais – Carol Faria e Fernanda Tonoli

Assessoria de imprensa: Agência Fática – Bruno Motta Mello e Verônica Domingues

SERVIÇO
VAGALUZ, DE ANTÔNIO JANUZELLI, EDGAR CAMPOS E LÍDIA ENGELBERG
Espaço Cênico do Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93 – Água Branca
Temporada: de 6 de fevereiro a 1º de março de 2020
De quinta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30
Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 9 (credencial plena)
Classificação: 14 anos
Duração: 60 minutos
Capacidade: 40 lugares

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