Paula Klien estreia sua primeira mostra de artes plásticas, em fevereiro, na Auguststrasse de Berlim

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Quatorze obras com nanquim farão parte da solo “Invisibilities”,
marcando o novo momento da artista, após anos dedicados à fotografia

Paula Klien com obra ao fundo. Foto: Pedro França.
Paula Klien com obra ao fundo. Foto: Pedro França.

Após longos anos dedicados à fotografia, tendo alçado reconhecimento e consagração, especialmente, no circuito da moda, seja em campanhas e ou editorais, Paula Klien retoma uma de suas primeiras manifestações artísticas: o desenho e a pintura, paixões de infância, que, hoje, se materializam através de uma técnica bastante pessoal de pintura com nanquim. O resultado será apresentado em fevereiro, com abertura marcada para o dia 17, em sua primeira mostra de artes plásticas, intitulada “Invisibilities”, na aquabitArt gallery, em Berlim, localizada na Auguststrasse, endereço nobre onde ficam algumas das mais importantes galerias de arte do país. No total, a mostra vai apresentar dez grandes pinturas (1,14x83cm) em nanquim (Chinese ink) sobre papel, uma tela (1,80×1,48cm) utilizando a mesma técnica, dois backlights (46x36cm) com fotografias de pinturas com nanquim, e uma obra tridimensional pintada com nanquim e esculpida em espuma.

A admiração da artista pela estética alemã, ganhou desenvoltura, conceito e forma após sua imersão, em 2015, na escola de arte Kunstgut, de Berlim, com outros artistas de diferentes cantos da Europa. Não à toa que suas pinturas refletem tais predileções técnicas e estéticas, que se materializam de forma homogênea e elegante, trilhando, entretanto, linhas cruas e desprovidas de adereços, cara a arte germânica.

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A objetividade e clareza, em consonância com a proposta líquida e invisível, formula a identidade da obra. Aliás, identidade é, talvez, o que mais salta aos olhos e se evidencia através dos quatorze trabalhos reunidos, que ganharam corpo e expressão a partir da fluidez do nanquim e de toda a imprevisibilidade da sua utilização, seja no espaço (suporte) ou tempo.

Obra de Paula Klien. Foto: Paula Klien.
Obra de Paula Klien. Foto: Paula Klien.

Segundo a artista,“O trabalho estabelece uma relação com os elementos que permeiam o tempo e sua inconstância. Reflete a falta de controle sobre os acontecimentos e anuncia a necessidade do improviso diante dos imprevistos. Mostra a possibilidade de escolha diante das opções, incorporando o jogo, a aposta e a surpresa nos resultados. Um abstracionismo lírico conceitualizado na intenção e no acaso, na energia e no destino. Um trabalho impregnado de fé”.

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A nebulosidade sempre foi uma inspiração para a artista, mantendo-a afastada da mediocridade da certeza. Daí, o gosto pela chuva e pelos dias cinzentos. Ainda em seu texto, ela diz: “Chinese ink, foi eleito para representar vagas manchas imprecisas e tudo que escorre sem que possamos agarrar em um mundo fugaz sem formas definidas. Material que interage, propõe, aceita contra-propostas, dá segundas chances e mostra caminhos. Fluido e, às vezes incontrolável, revela a vida como ela é. Em contra partida, no papel, superfície escolhida, fica a ideia da permanência, do antigo e do caligráfico. Da história que deixamos e do que fica”.

Obra tridimensional de Paula Klien. Foto: Paula Klien.
Obra tridimensional de Paula Klien. Foto: Paula Klien.

Embora seu nome esteja relacionado à fotografia, Paula Klien é uma artista multimídia com realizações anteriores em vários segmentos artísticos, como música e dança. Seu interesse pela fotografia começou com campanhas de moda e editoriais para lojas e revistas, passando para exposições e livros publicados de seus próprios projetos fotográficos, um veículo para suas criações. “Pessoas Me Interessam”, um livro de retratos lançado em 2014, foi seu último trabalho fotográfico.

A fluidez, tão viva em suas criações, ajuda, também, a responder o acaso de seus novos passos: “Como água eu escorro, e como água, movo em novas direções”, reflete Paula sobre seu novo momento.

Paula Klien com obra. Foto: Pedro França.
Paula Klien com obra. Foto: Pedro França.

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