Jabim busca em Matisse o gestual dos recortes ao dar formas as criações, em Malevich suas cores anglo-saxônicas e possibilidades espaciais, já em Tattin o abandono da moldura, em Van Gogh as texturas e arabescos, utiliza os novos pigmentos acrílicos para produzir os efeitos reluzentes de sua obra.
Onde você nasceu?
Em Parati, região sul do Rio de Janeiro.
Qual sua formação acadêmica?
Sou formado em educação artística pelo Instituto Metodista Bennett.
Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?
Quando pequeno, recolhia os galhos de madeira descascados pela correnteza do mar que ao uni-los com cipó, promovia formas interessantes.
Quais são suas principais influências?
Minhas influências vão desde os grandes artistas russos liderados por Vladimir Tatlin, dos europeus Matisse e Van Gogh, chegando aos brasileiros Volpi, Ligia Clark, Hélio Oiticica, Jorge Guinle, Renato Sant’Ana, Eduardo Sued, entre outros.
Como é o seu processo criativo em si?
A princípio minhas primeiras criações formais são pequenos desenhos a lápis, em seguida reconstruo com recorte de papel colorido e folhas de revista, que ao agrupá-los, promovo colagens de proporções ainda pequenas que ao encontrar a composição ideal, amplio no tamanho de melhor contemplação.
O que te inspira?
A favela é minha fonte de inspiração.
Quando você começou efetivamente a produzir ou criar suas obras?
Foi em 97,quando trabalhava no display de merchandising visual de uma grande loja de departamentos, aqui no Rio. Ao assistir no cinema do Largo do Machado o filme “Um Grito de Liberdade” aproveitei o horário do almoço e as múltiplas possibilidades de técnicas e material que o local me oferecia, para criar a minha primeira obra, ainda que como proposta acadêmica na aula de exercício bi e tridimensional ministrada pelo professor e artista Emílio Gonçalves.
A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo, você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria?
Busco em Matisse o gestual dos recortes ao dar formas as minhas criações, em Malevich as cores e as possibilidades espaciais, já em Tattin o abandono da moldura e em Van Gogh as texturas e arabescos.
O que a arte representa para você? Se você fosse resumir em poucas palavras o significado das Artes na sua vida.
Significa pra mim o ápice da sensibilidade humana.
Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção acerca do mundo?
Faço meus primeiros estudos com desenho e colagem, em seguida promovo a pintura.
Todo artista tem seu mentor, aquela pessoa a quem você se espelhou que te incentivou e te inspirou a seguir essa carreira, indo adiante e levando seus sonhos a outros patamares de expressão, quem é essa pessoa e como ela te introduziu no mundo das artes?
Fui privilegiado por ser aluno de grandes mestres no período de faculdade entre eles; Pedral, professor de escultura, Yolanda Freire de figuras e cenários, Raul Marques de criação da forma, foram eles que impulsionaram todas as minhas ideias, juntos com meus companheiros de turma, que sempre aplaudiam as minhas criações, pude contar também com a empresa onde trabalhava, com o apoio financeiro, ao custear parte das minhas mensalidades na instituição de ensino e junto a ela minha chefia imediata, que nunca media esforços para ver concretizadas todas as minhas criações.
Você tem outra atividade além da pintura? Você dá aulas, palestras etc.?
Sim! Paralelo à minha produção artística sou professor de artes visuais da Prefeitura do Rio: lá se vão quase 20 anos! Sinto-me privilegiado de poder fazer parte da equipe fundadora do Núcleo de Arte, em uma área com o IDH mais baixo do Brasil, “se não for da América Latina”. Local que durante o dia–a–dia, posso propor produções artísticas ao alunos que frequentam o espaço no contra turno escolar e junto com eles aprendemos, pesquisamos, opinamos e produzimos, indo de encontro as mais variadas vertentes da arte contemporânea, ainda que na educação.
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Suas principais exposições nacionais e internacionais e suas premiações?
Ainda sou principiante nos espaços de exposições, pude participar ao longo desses anos de exposições coletivas aqui no Rio e só agora em 2015, ao apresentar minhas novas criações na internet foi que tive o privilégio de ser convidado por uma galeria na Finlândia, para representar o meu trabalho naquele país e também no seu escritório de Nova Iorque. Quando tive o privilégio em abril desse ano estrear na AVA Galleria em Helzin na Finlândia e agora em maio no Consulado Geral do Brasil em Nova Iorque e com dupla emoção de ter a minha obra fazendo parte do acervo permanente daquela instituição.
Seus planos para o futuro.
No momento, estou criando novas obras que ao finalizá-las, gostaria de finalmente, apresentar ao público carioca, a minha primeira individual.
Depoimento do crítico de arte Gilvan Nunes, sobre o trabalho do artista.
“A arte como um falcão treinado, voa alto e retorna ao falcoeiro: ele pode voar alto e nunca mais voltar, mas ele precisa voltar, assim é a arte. Nessas pinturas, cores se espalham para depois se unificarem em formas geométricas, sobrepondo o jogo das cores, pintura luminosa e limpa, permite estabelecer um diálogo entre a obra e o espectador.
Jabim não quer reinventar a roda e quer apenas que ela gire. A pintura é construída de tal forma que se torna orgânica. Um retângulo aqui é um retângulo no Japão e no Irã também. Mas o contexto – sócio – político – ambiental – arquitetônico é que varia…
É perfeita a sua sobreposição equilibrada das figuras (nem sempre retangulares) no suporte recortado, reflete em nosso olhar viciado de figurinhas, o desejo de encontrá-las seja em construções, condomínios e favelas em beira de estradas. A organização das figuras dentro do suporte recortado permite um jogo de figura e fundo incansável. A Arquitetura se faz presente; inevitável; impossível não ser remitido a uma favela diante da pintura de Jabim, mas não é tão simples assim. O olhar costura a cena, unificando pictoricamente os elementos do espaço. A pintura segue seu rumo, lento e alegre, assim Jabim faz pintura solar no tempo presente, o seu tempo é seu…, não existe tempo, existe sim o espaço a ser preenchido e isso Jabim faz sabiamente, preenchendo os espaços com cores limpas e luminosas numa pintura solar e espiritual, a cor faz a forma e vice versa.“
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JABIM NUNES DE SOUSA
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EDMUNDO CAVALCANTI
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